Serra chega a 30% em São Paulo; Maluf tem 24% e Marta 20% das intenções de voto

DE SÃO PAULO

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O pré-candidato do PSDB, José Serra, continua liderando a disputa pela prefeitura de São Paulo, com 30% das intenções de voto, revela pesquisa do Datafolha realizada nos dias 24 e 25 de junho.

Paulo Maluf (PP), com 24%, e Marta Suplicy (PT), com 20%, vêm a seguir.

Como a margem de erro máxima da pesquisa é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, o percentual de intenção de voto em Serra pode ser de, no mínimo, 27%, e de, no máximo, 33%. Maluf pode ter entre 21% e 27% das intenções de voto.

Ou seja, o pré-candidato do PP atinge, no máximo, o menor percentual que Serra pode na verdade ter, o que indicaria um empate no limite da margem de erro da pesquisa.

Como esse empate se dá no limite da margem de erro, é mais provável estatisticamente que Serra esteja à frente.

Maluf se encontra em situação de empate com Marta Suplicy, que tem 20% das intenções de voto, ou seja, situa-se em uma faixa que vai de, no mínimo 17% a no máximo 23%.

Em relação à pesquisa anterior, realizada em maio, Serra e Maluf ganharam quatro pontos percentuais (tinham, respectivamente, 26% e 20% das intenções de voto), cada. Marta Suplicy oscilou positivamente um ponto (tinha 19%).

Luiza Erundina oscilou negativamente, de 11% para 8%, e distanciou-se dos líderes.

Vêm a seguir os pré-candidatos Francisco Rossi (PHS), com 3%, Paulinho (PDT), com 2%, Doutora Havanir (PRONA), José Luiz de França Penna (PV) e Michel Temer (PMDB), com 1% das intenções de voto, cada. Arnaldo Jardim (PPS) e José Walter Canoas (PCB) foram citados, mas não atingiram 1%.

Anulariam o voto hoje 7%; demonstram-se indecisos 4%, percentuais idênticos aos verificados na pesquisa de maio.

Em relação à intenção de voto espontânea, Maluf foi o único candidato que ganhou pontos acima da margem de erro.

Em maio, 12% diziam espontaneamente pretender votar no ex-prefeito; hoje são 19%. A intenção de voto espontânea em Marta Suplicy oscilou de 13% para 15% e a taxa dos que declaram espontaneamente que pretendem votar em José Serra passou de 10% para 13%.

A taxa dos que não sabem dizer, de maneira espontânea, em quem pretendem votar para prefeito em outubro caiu 13 pontos percentuais, passando de 49% para 36%.

O percentual de entrevistados que pretendem votar em branco ou anular o voto oscilou de 10% para 9%.

Entre mais escolarizados, intenção de voto em Serra chega a 45%

O segmento no qual Serra se sai melhor é o de eleitores com nível superior de escolaridade. Em relação ao levantamento anterior, o peessedebista ganhou nove pontos percentuais nesse estrato, chegando a 45% das intenções de voto, praticamente o mesmo percentual que alcançam, somados, Paulo Maluf, Marta Suplicy (18%, cada) e Luiza Erundina (10%).

Entre os que têm nível médio de escolaridade, Serra tem 31%, seis pontos a mais do que atingia em maio; Maluf e Marta atingem 22%, cada, nesse segmento.

Entre os menos escolarizados, Maluf ganhou seis pontos percentuais (passou de 22% para 28%) e empata com Serra (25%), embora numericamente à frente do peessedebista. Marta tem 18% nesse segmento.

Entre os que têm renda familiar mensal acima de 10 salários mínimos, Serra oscilou negativamente, mas continua liderando sozinho, com 36% das intenções de voto. Esse foi o segmento no qual Paulo Maluf ganhou mais pontos, passando de 13% para 24%, empatado com Marta Suplicy, que tem 23%.

Já entre os que têm renda familiar entre cinco e dez salários mínimos o peessedebista ganhou dez pontos, passando de 25% para 35% das intenções de voto, superando Maluf (22%) e Marta (21%).

Entre os mais pobres, com renda até cinco salários mínimos por mês, Serra tem 27%, Maluf 25% e Marta 20% das intenções de voto.

Entre as mulheres, Serra ganhou sete pontos percentuais, passando de 26% para 33%. Maluf ganhou cinco pontos entre as eleitoras paulistanas, passando de 18% para 23%. Duas das principais candidatas na disputa oscilaram negativamente entre as mulheres: Marta Suplicy passou de 20% para 17% e Luiza Erundina de 13% para 10%.

Levando-se em consideração a idade dos entrevistados, a pesquisa mostra que Serra lidera isoladamente entre os que têm entre 16 e 25 anos (32%, contra 22% de Marta e 19% de Maluf). Entre os que têm de 26 a 40 anos o peessedebista atinge 30%, oito pontos percentuais acima do que atingia em maio; Maluf e Marta empatam com 24%, cada. Já entre os mais velhos, com 41 anos ou mais, Maluf ganhou cinco pontos, passando de 22% para 27%, e empata com Serra, que tem 28%. Marta Suplicy fica com 16% nesse segmento.

A pesquisa mostra que cerca de metade dos entrevistados que aprovam a prefeita Marta Suplicy não têm a intenção de reconduzi-la ao cargo. Entre os que consideram seu desempenho ótimo ou bom, 52% pretendem votar na petista. Um em cada cinco (21%) desses entrevistados declaram a intenção de votar em José Serra, 9% votariam hoje em Luiza Erundina e 8% em Paulo Maluf.

Se segundo turno fosse hoje, Serra venceria Maluf, Marta ou Erundina

Caso o segundo turno da eleição para prefeito fosse hoje, e a disputa ficasse entre José Serra e Paulo Maluf, o peessedebista, com 60% do total de votos, venceria o ex-prefeito, que conquistaria 31% dos eleitores paulistanos. A pesquisa de maio mostrava um resultado mais favorável para Serra (61% a 28%).

Caso o confronte fosse com Marta Suplicy, o peessedebista venceria com uma vantagem de 33 pontos percentuais, obtendo 62% do total de votos; a petista atingiria 29%. Contra Luiza Erundina, Serra teria 63% e a pré-candidata socialista ficaria com 28% dos votos.

A hipótese de um segundo turno entre Marta Suplicy e Paulo Maluf resulta em um empate técnico, em virtude da margem de erro da pesquisa (de três pontos percentuais): Marta teria 44% (no mínimo 41% e no máximo 47%) e Maluf 39% (no mínimo 36%, no máximo 42%). Também verifica-se empate na hipótese de segundo turno entre Erundina e Marta, com 39% para cada uma. Se o segundo turno fosse realizado hoje, a ex-prefeita venceria Paulo Maluf (47% a 39%).

Maluf e Marta continuam com maiores taxas de rejeição

Não foram registradas alterações significativas, fora da margem de erro, nas taxas de rejeição dos principais candidatos à prefeitura paulistana, mostra a pesquisa do Datafolha.

Paulo Maluf continua sendo o pré-candidato mais rejeitado pelos eleitores paulistanos: 48% não votariam nele para prefeito de jeito nenhum. Essa taxa era de 50% em maio.

José Serra continua tendo uma das menores taxas de rejeição, 10% (eram 11% na pesquisa anterior).

A rejeição a Marta Suplicy oscilou de 43% para 42% e a taxa dos que não votariam em Luiza Erundina de jeito nenhum (25%) permaneceu a mesma.

Vêm a seguir Doutora Havanir (com rejeição de 14%), Francisco Rossi (12%), Paulinho, Michel Temer (9%, cada), Arnaldo Jardim (7%), José Carlos Canoas e José Luiz de França Penna (6%, cada).

Afirmam que rejeitam todos ou não votariam em nenhum dos prováveis candidatos apresentados 3%, mesmo percentual dos que dizem que votariam em qualquer um. Não souberam responder 4% dos entrevistados.

64% se dizem indiferentes a apoio de Lula, 59% ao de Alckmin
Influência positiva do apoio de presidente vem caindo

O apoio do governador Geraldo Alckmin ou do presidente Lula a um candidato a prefeito continua sendo indiferente para a maioria dos eleitores paulistanos. No caso de Lula, o percentual dos que se dizem indiferentes ao apoio presidencial oscilou de 61% para 64%. Já no caso do governador paulista, a taxa dos que se declaram indiferentes cresceu, de 54% para 59%.

O percentual dos que dizem que o apoio de Lula poderia ser decisivo para o voto em determinado candidato vem caindo constantemente desde a primeira vez que o Datafolha fez essa pergunta nessa série de pesquisas: era de 19% em outubro de 2003, passou a 14% em março deste ano, oscilou para 12% em maio e chega agora a 10%. Entre os que aprovam o desempenho do presidente essa taxa é de 16%.

Em outubro do ano passado, 18% afirmavam que o apoio do presidente os levariam a não votar em um candidato a prefeito. Essa taxa subiu para 26% em março deste ano, oscilou para 23% em maio e é agora de 24%.

Em relação a Alckmin, 23% afirmam que votariam em um candidato apoiado por ele, taxa quatro pontos menor do que a registrada em maio, e a menor registrada até o momento. Em outubro de 2003 26% seriam levados a votar em um candidato apoiado pelo governador; em março de 2004 essa taxa chegou a 33%.

Entre os que aprovam o desempenho do governador, 32% seriam levados a votar em um candidato a prefeito apoiado por ele.

Não votariam em um candidato apoiado pelo governador paulista 14%, taxa que não tem variado significativamente desde a primeira pesquisa sobre o assunto, quando 16% declaravam tal posição.

23% dizem não ter interesse na eleição para prefeito

O desinteresse dos paulistanos pela eleição para prefeito caiu um pouco, mas continua alto, mostra a pesquisa do Datafolha: 23% dizem não ter nenhum interesse na disputa. Em março, essa taxa era de 28%. Faltando quatro meses para a eleição, 37% dizem ter grande (eram 35% em março) e 29% médio interesse pelo pleito (taxa idêntica à verificada na pesquisa anterior). O percentual dos que afirmam ter um pequeno interesse pela eleição para prefeito oscilou de 8% para 9%.

Em relação à disputa por uma vaga na Câmara Municipal, o percentual dos que dizem não ter interesse algum oscilou de 37% para 35%. Dizem ter muito interesse na eleição para vereador 21% e afirmam ter médio interesse na disputa 27%, não tendo ocorrido mudança em relação à pesquisa anterior. A taxa dos que dizem ter pequeno interesse pela eleição para a Câmara oscilou de 13% para 14%.

São Paulo, 25 de junho de 2004.