Em ato anti-impeachment, 59% aprovam governo Dilma

DE SÃO PAULO

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O governo da presidente Dilma Rousseff (PT) foi avaliado como ótimo ou bom por 59% dos manifestantes que se reuniram pra protestar, entre outras coisas, contra o impeachment da petista, no dia 16 de dezembro, na Avenida Paulista. Uma parcela de 30% avaliou seu governo como regular, e para 11% é ruim ou péssimo. O resultado contrasta com a percepção da população brasileira sobre a gestão Dilma: no plano nacional, segundo levantamento realizado na última semana de novembro, 67% consideram o governo Dilma ruim ou péssimo, 22%, regular, e 10%, ótimo ou bom. Na manifestação que pedia a saída da petista, no último dia 13 de dezembro, 98% avaliaram sua administração como ruim ou péssima.

Ampla maioria (92%) dos participantes acredita que os deputados federais deveriam votar contra o afastamento de Dilma do seu cargo, uma fatia de 6% avalia que votará a favor, e 2% são indiferentes ou não souberam responder. É o cenário oposto do verificado na manifestação contra a petista, na qual 96% eram favoráveis ao voto pelo afastamento da presidente.

A fatia dos que acreditam que Dilma não será afastada também é de 92%, e 5% avaliam que a petista será afastada de seu cargo, e 3% não opinaram sobre o tema. Questionados se a presidente deveria renunciar, 94% disseram que não, 5%, que deveria, e 1% não opinou.

Em relação ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, 95% avaliam que ele deveria renunciar a seu cargo, 3%, que não deveria, e 1% não opinou.

Questionados sobre quem assumiria a Presidência da República caso Dilma seja afastada, 50% citaram espontaneamente Michel Temer, e 19% mencionaram o vice-presidente, sem citar um nome. O nome de Tiririca foi citado por 2%, e o de Lula e Eduardo Cunha, por 1% cada. Na pergunta direta sobre o nome do atual vice-presidente, 87% indicaram corretamente o nome de Michel Temer.

Se Dilma for afastada e Temer substitui-la na Presidência, 73% avaliam que ele fará um governo ruim ou péssimo, e 5%, que será ótimo ou bom. Para 14%, o peemedebista fará um governo regular, e 8% não têm opinião sobre o tema. No último final de semana, no protesto contra Dilma, 19% sinalizaram que esperam um governo Temer ótimo ou bom, 47%, um regular, e 28%, ruim ou péssimo.

A maioria (81%) dos que foram à manifestação acredita que um eventual governo Temer será pior do que o governo Dilma, e os demais avaliam que será igual (10%) ou melhor (4%). Há ainda 6% que não opinaram. No protesto que pedia a saída de Dilma, três dias antes, 72% indicaram que um eventual governo Temer seria melhor do que o atual.

Os homens eram maioria (60%) entre os manifestantes que pediam a manutenção de Dilma no cargo, e a idade média dos que participaram, de forma geral, era de 43 anos. A maioria (62%) possuía curso superior, e os demais tinham escolaridade média (26%) ou fundamental (12%). Faziam parte da PEA (População Economicamente Ativa) 82% dos manifestantes, com destaque para assalariados registrados (38%) e funcionários públicos (13%). Entre os 18% que não eram parte da PEA, destacavam-se os aposentados (9%) e os estudantes (5%). Uma parcela de 52% era branca, segundo o critério de autodeclaração, e os demais eram pardos (25%), pretos (18%), amarelos (2%) e indígenas (1%).

Em relação ao local de origem, 58% eram moradores da cidade de São Paulo, sendo que 18% eram da região Sul, 12%, da região Leste, outros 12%, da região Oeste, 11%, do Centro, e 5%, da região Norte da capital.

Os manifestantes com renda mensal familiar de até 3 salários mínimos eram 30% dos manifestantes, e 20% obtinham de 3 a 5 salários. A fatia com renda familiar de 5 a 10 salários era de 25%, 15% tinham renda de 10 a 20 salários, e 6%, de mais de 20 salários.

O PT foi apontado como partido preferido por 58%, e em seguida apareciam PSol (9%) e PCdoB (5%). Dos grupos que organizaram a manifestação, os que mais levaram participantes foram CUT (10% dos presentes), MST (6%), MTST (4%) e UNE (2%), entre outros.