Confiança do brasileiro tem leve alta mas saldo em um ano ainda é negativo

DE SÃO PAULO

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O Índice Datafolha de Confiança (IDC) chegou a 87 pontos, um crescimento de 11 pontos em relação a março de 2015 e de sete pontos em relação a novembro do ano passado, mesmo com essa alta ainda não conseguiu se recuperar da forte queda de fevereiro de 2015, quando recuou 40 pontos (foi de 121 pontos, em dezembro, para 81 pontos), e continua abaixo dos 100 pontos. No atual levantamento, dos setes itens que compõem o índice, em cinco as pontuações médias melhoraram e em dois pioraram.

Elaborado pelo Datafolha com o objetivo de medir o sentimento dos brasileiros em relação ao país, bem como a evolução ao longo do tempo desse
sentimento e dos aspectos cobertos pelo índice, leva em conta as seguintes categorias:

ÍNDICE DATAFOLHA DE CONFIANÇA

  • Avaliação do Brasil enquanto lugar para se viver
  • Orgulho ou vergonha de ser brasileiro
  • Expectativa da situação econômica do entrevistado
  • Expectativa da situação econômica do país
  • Expectativa do poder de compra
  • Expectativa de desemprego
  • Expectativa de inflação

Para cada uma destas questões, consideraram-se apenas as avaliações positivas e negativas (recalculadas, sem considerar a taxa de entrevistados
que não opinaram), subtraindo-se a taxa de menção positiva da taxa de menção negativa e somando 100 (para evitar números negativos). O índice
geral e os subíndices para cada categoria apresentam valores que variam de 0 a 200.

A partir desse cálculo, o IDC registrou média de 87 pontos. Comparando-se o atual resultado com obtido em março de 2013, a primeira vez que o Datafolha fez o cálculo do IDC, observa-se uma queda de 61 pontos, na época o IDC atingiu a maior média: 148 pontos. O segundo maior pico foi no final da campanha eleitoral em 2014 quando chegou a 142.

Analisando separadamente cada questão que compõe o IDC, ficam acima da média a expectativa da situação econômica do entrevistado com 128 pontos (ante 113 no levantamento de novembro), a expectativa da situação do país com 78 pontos (contra 61 pontos no levantamento anterior), a expectativa de desemprego com 33 pontos (ante 25 em novembro), a expectativa do poder de compra com 44 pontos (contra 33 em novembro) e a expectativa de inflação com 22 pontos (contra 17 em novembro).

Dos sete itens que compõe o IDC, apenas três ficam acima dos 100 pontos: avaliação do Brasil enquanto lugar para se viver, orgulho ou vergonha de ser brasileiro e expectativa da situação econômica do entrevistado.

A avaliação do Brasil enquanto lugar para se viver continua sendo o aspecto com maior pontuação, 158 pontos, apesar da oscilação negativa de três pontos (era 161). Esse é o índice mais baixo atingido por esse aspecto desde março de 2013. Atualmente 61% dos brasileiros consideram o Brasil um país ótimo ou bom para se viver, para 23% é regular e 16% o consideram ruim ou péssimo.

O orgulho ou vergonha de ser brasileiro é o segundo aspecto com maior pontuação, 146 pontos, no entanto perdeu cinco pontos em relação ao levantamento anterior (era 151) e agora atinge o índice mais baixo na história do IDC. Já chegou a 178 e março de 2013. A maioria dos brasileiros (71%) tem mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro. Outros 26% sentem mais vergonha do que orgulho. O índice dos que sentem mais vergonha do que orgulho era 14% em dezembro de 2014, passou para 24% em fevereiro de 2015 e agora chega a um dos seus maiores índices.

O terceiro aspecto que ficou acima dos 100 pontos, teve uma melhora de 15 pontos em relação ao levantamento anterior. A expectativa da situação econômica do entrevistado mantém a tendência de crescimento já verificada na pesquisa anterior: era 90 pontos em março de 2015, passou para 113 em novembro e agora chega a 128. Cerca, de 43% dos brasileiros acreditam que nos próximos meses a sua situação econômica irá melhorar (era 35% em novembro), para 30% vai ficar como está (era 34%) e para 24% vai piorar (era 27%).

Todos os outros aspectos melhoraram no IDC, mas ainda estão abaixo dos 100 pontos.

A expectativa positiva em relação à situação econômica do país também melhorou e chegou a 78 pontos, um crescimento de 17 pontos em relação a novembro (era 61). Um terço dos brasileiros (28%) aposta na melhora da situação econômica do país, um quarto (25%) acredita que ficará como está e para 44% vai piorar. Esse é o melhor resultado no segundo mandato do governo da presidente Dilma: em fevereiro de 2015, 55% apostavam na piora da situação econômica do país, em março esse índice chegou a 60%, passou para 53% em junho, 52% em novembro e agora chega a 44%.

Quanto à expectativa do poder de compra dos salários, o subíndice mostrou um crescimento de 11 pontos, de 33 para 44, mas ainda fica muito abaixo dos 100 pontos. O índice atual volta ao patamar do que foi observado nos meses de fevereiro e março de 2015. A maioria dos brasileiros (60%) acredita que o poder de compra dos salários vai diminuir daqui pra frente, para 20% irá ficar como está e 17% estão otimistas e acreditam que irá aumentar. Em relação à pesquisa anterior, observa-se que a taxa dos que acreditam que o poder de compra irá diminuir caiu sete pontos percentuais (era 67%), e o índice dos que acreditam que irá aumentar cresceu quatro pontos (era 13%).

Os brasileiros também se mostram mais otimistas em relação ao emprego, o IDC de expectativa de desemprego melhorou em 8 pontos, de 25 para 33 pontos, o melhor resultado desde fevereiro de 2015. A taxa dos que acreditam que o desemprego irá aumentar caiu de 76% para 71% entre novembro de 2015 e a pesquisa atual. O índice dos que acham que irá diminuir passou de 11% para 14% e dos que acreditam que ficará como está oscilou de 11% para 13%.

A expectativa de inflação é o aspecto que apresenta o menor índice, 22 pontos. Em relação a novembro de 2015, teve uma melhora de cinco pontos, era 17. Para 72% dos brasileiros, a inflação irá aumentar, 15% acreditam que ficará como está e 9% apostam em sua diminuição. Esse é o melhor resultado observado durante o segundo mandato da presidente Dilma. Na primeira pesquisa, realizada em fevereiro de 2015, 81% apostavam no aumento dos índices de inflação, maior índice observado desde que o Datafolha faz essa avaliação, em dezembro de 1994.