Pessimismo com economia derruba confiança dos brasileiros

DE SÃO PAULO

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O Índice Datafolha de Confiança (IDC) registrou 87 pontos em dezembro e fechou o ano com a mesma pontuação do início do ano (em fevereiro era 87 pontos). Na comparação com o último levantamento, de julho, o índice recuou 11 pontos (era 98). Este é o segundo ano consecutivo que o IDC fecha o ano abaixo dos 100 pontos: em 2015 fechou o ano com 80 pontos e em 2014, com 142 pontos. O resultado se deve à piora nas expectativas macro e microeconômicas, dos sete indicadores que compõem o IDC em cinco as pontuações recuaram e em dois, melhoraram.
Este foi o primeiro levantamento após a posse de Michel Temer (PMDB) como presidente da República.

Elaborado pelo Datafolha com o objetivo de medir o sentimento dos brasileiros em relação ao país, bem como a evolução ao longo do tempo desse sentimento e dos aspectos cobertos pelo índice, o IDC leva em conta as seguintes categorias:

ÍNDICE DATAFOLHA DE CONFIANÇA
* Avaliação do Brasil enquanto lugar para se viver
* Orgulho ou vergonha de ser brasileiro
* Expectativa da situação econômica do entrevistado
* Expectativa da situação econômica do país
* Expectativa do poder de compra
* Expectativa de desemprego
* Expectativa de inflação

Para cada uma destas questões, consideraram-se apenas as avaliações positivas e negativas (são excluídas do cálculo as avaliações regulares e não respostas), subtraindo-se a taxa de menção positiva da taxa de menção negativa e somando 100 (para evitar números negativos). O índice geral e os subíndices para cada categoria apresentam valores que variam de 0 a 200.
A partir desse cálculo, o IDC registrou média de 87 pontos. Ficaram acima da média a avaliação do Brasil como lugar para se viver, com 158 pontos (era 145 pontos em julho), o orgulho ou vergonha de ser brasileiro, com 142 pontos (era 138 pontos) e a expectativa da situação econômica pessoal, com 116 pontos (era 145 pontos). Abaixo da média ficaram as expectativas com a situação econômica do país, com 81 pontos (era 112 pontos), do poder de compra do salário, com 41 pontos (era 54 pontos), do desemprego, com 39 pontos (era 50 pontos) e da inflação, com 29 pontos (era 40 pontos).

Observa-se na comparação com o último IDC, de julho passado, que a avaliação do Brasil como lugar para se viver e o sentimento de orgulho de ser brasileiro foram os únicos indicadores cujas pontuações melhoraram. Já, os demais indicadores referentes às expectativas macro e microeconômicas recuaram para patamares próximos aos do início do ano, sendo as pontuações para a expectativa da própria situação econômica e do país as que mais recuaram.

De julho a dezembro, a avaliação positiva do Brasil como um lugar bom para se viver cresceu de 53% para 61% (mesmo índice de fevereiro). Enquanto a avaliação regular passou de 27% para 23% e a avaliação negativa, de 20% para 16%.

No período, as taxas quanto ao sentimento de orgulho ou vergonha de ser brasileiro ficaram estáveis. O sentimento de mais orgulho do que vergonha oscilou de 67% para 69% e o sentimento de mais vergonha do que orgulho, de 30% para 28%. Em comparação com os levantamentos anteriores, o resultado de dezembro é o segundo pior da série, à frente apenas ao de julho passado.

Já, quanto às expectativas macro e microeconômicas, observa-se de maneira geral um pequeno crescimento do pessimismo.

Após a melhora em julho, a expectativa de aumento da inflação voltou a crescer, foi de 60% para 66%. A expectativa com a queda na inflação recuou de 15% para 11% e a expectativa de que os preços permaneçam iguais oscilou de 20% para 19%. A parcela de entrevistados que não responderam permaneceu em 4%.

Com relação ao desemprego, a taxa dos que acreditam que o ele irá aumentar subiu de 60% (em julho) para 67%. Já, a expectativa de queda no desemprego recuou de 20% para 16% e a expectativa que o desemprego ficará como está, de 18% para 14%. A parcela de entrevistados que não responderam permaneceu em 3%.

A expectativa de queda do poder de compra também cresceu, a taxa subiu de 52% para 59%, enquanto as taxas dos que esperam por aumento do poder de compra recuou de 19% para 15% e a taxa dos que esperam que o poder de compra fique como está passou de 24% para 20% (mesmo patamar de fevereiro). Uma parcela de 5% não respondeu (mesmo índice anterior).
Por sua vez, o pessimismo com a situação econômica do país cresceu de 30% para 41%, aproximando-se do patamar de fevereiro (era 44%). A taxa dos que esperam por uma melhora recuou de 38% para 28% e a taxa dos que acreditam que a situação econômica ficará como está oscilou de 27% para 27%. Não responderam são 4% (mesmo índice anterior).

Finalmente, com relação à situação econômica do próprio entrevistado, a expectativa de piora cresceu de 18% para 27% - o índice mais alto no ano. Já, o otimismo recuou de 47% para 37% - o mais baixo do ano - e a taxa dos que esperam que a própria situação ficará igual oscilou de 31% para 32%. A parcela que não respondeu oscilou de 3% para 4%.