Pessimismo econômico persiste

DE SÃO PAULO

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As expectativas econômicas dos brasileiros não registraram avanços desde setembro, persistindo o cenário em que a parcela de pessimistas com indicadores como inflação e desemprego ainda supera a de otimistas. Além disso, metade da população registra piora na situação econômica pessoal nos últimos meses, e a maioria ainda vê deterioração na economia do país.

Para 60%, a inflação deve aumentar nos próximos meses, ante 56% registrado em setembro. Os demais avaliam que a inflação ficará como está (24%), que deve diminuir (11%) ou não opinaram (5%). A expetativa de alta na inflação é mais disseminada entre os mais pobres (63% entre aqueles que têm renda mensal familiar de até 2 salários), e cai conforme o avanço da renda, chegando a 43% entre os mais ricos, com ganho familiar mensal superior a 10 salários (nesta faixa, 44% avaliam que a inflação ficará estável, o dobro do registrado na parcela de renda mais baixa).

A expectativa de alta no desemprego passou de 53% para 50% entre setembro e novembro, enquanto a de queda passou de 20% para 21%. Há ainda 26% que avaliam que a parcela dos sem emprego ficará estável, e 3% não opinaram. Também há diferença na expectativa de queda no desemprego entre os grupos de menor renda familiar (41% entre quem obtêm até 2 salários ou de 2 a 5 salários) e os de renda mais alta (22% na faixa de renda de 5 a 10 salários, e 30% na faixa superior a 10 salários).

Em relação ao poder de compra dos salários, caiu de 25% para 19% o índice dos que avaliam que irá aumentar, e de 30% para 34% o dos que acreditam que irá ficar como está. A taxa dos que esperam por queda no poder de compra dos salários oscilou de 41% para 42% no período, e 5% preferiram não opinar sobre o tema.

Para 61%, a situação econômica do país piorou nos últimos seis meses (em setembro, eram 65%). A fatia dos que avaliam que houve melhora é de 12%, e para 26% ficou como estava. A situação econômica pessoal melhorou para 12% dos brasileiros, piorou para 50% (em setembro, eram 47%) e ficou como estava para 38%. Entre os mais pobres, 68% avaliam que a situação econômica brasileira piorou, e 60% também apontam que as condições econômicas pessoais também se deterioraram. Entre os mais ricos, o cenário é diferente: 42% avaliam que a situação do país piorou, e 31% dizem o mesmo sobre sua situação pessoal.

Para os próximos seis meses, 27% acreditam que a economia do país irá melhorar (eram 28% em setembro), 32% (eram 34%), que irá piorar, e para 37% (eram 35%) ficará como está. Em relação à situação econômica pessoal, 43% avaliam que irá melhorar (eram 44%), 19%, que irá piorar (eram 17%), e há 35% que preveem estabilidade (eram 36%).

A avaliação do poder aquisitivo da família teve oscilações dentro da margem de erro entre julho de 2016 e setembro de 2017, e a fatia dos que enfrentam dificuldades continua majoritária quando considerados em conjunto o índice dos que declaram que o dinheiro que ganho para si e para a família não é suficiente, às vezes falta (43%) e o dos que declaram que esse dinheiro é muito pouco, trazendo muitas dificuldades (24%). Os demais avaliam que o orçamento da família é exatamente o que precisam para viver (29%) ou que é mais do que suficiente (4%).

Entre os entrevistados que trabalham, 54% dizem que não correm o risco de ser demitido atualmente. Na fatia dos que correm risco, 15% correm grande risco, e 28%¨, algum risco. O resultado é similar ao registrado em junho de 2015, quando o tema foi consultado pela última vez.

Quando consultados sobre a possibilidade de ficar sem emprego, 31% dizem que isso é o que mais lhe dá medo (em junho de 2015, 31%), e para 27% isso é uma das coisas que mais lhes dá medo (ante 27% em 2015). Há ainda uma parcela de 42% que não teme essa possibilidade.