51% reprovam desempenho de presidente em ações pela Amazônia

DE SÃO PAULO

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Pesquisa Datafolha mostra que a metade dos brasileiros adultos (51%) reprova a atuação do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), no combate ao desmatamento e às queimadas na região da Amazônia. Um quarto (25%) aprova o desempenho do presidente, 21% o avaliam como regular e 3% não opinaram. Entre os moradores da região Norte, a avaliação do desempenho de Bolsonaro no combate ao desmatamento e às queimadas na região é um pouco melhor: 33% avaliaram como ótimo ou bom, 21% como regular e 42% como ruim ou péssima.

O índice de reprovação ao desempenho de Bolsonaro no combate ao desmatamento e às queimadas é mais alto entre os mais jovens (60%) e entre os que reprovam a gestão do Governo Federal (79%). Já, a taxa de aprovação é mais alta entre os mais velhos (32% - o dobro da observada entre os mais jovens, 16%) e entre os que aprovam a administração federal (56%).
Nesse levantamento, entre os dias 29 e 30 de agosto de 2019, foram realizadas 2.878 entrevistas presenciais em 175 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro máxima no total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

A metade dos brasileiros (50%) reprova o desempenho do governo de Jair Bolsonaro na área do meio ambiente, 29% avaliam o desempenho como regular e 21% como ótimo ou bom. O índice de reprovação é mais alto entre os insatisfeitos com o Governo Federal (78%), entre os mais instruídos (62%) e entre os mais jovens (60%). Já, o índice de aprovação é mais alto entre os simpatizantes do PSL (57%), entre os que estão satisfeitos com a gestão Bolsonaro (47%) e entre os mais velhos (29%).

Na comparação com a pesquisa de 2009, realizada durante o governo Lula, a atual avaliação do governo na área ambiental piorou. Há dez anos, a taxa de ótimo ou bom era 20%, a taxa de regular, 70%, e a de ruim ou péssimo, 2%.

Para os brasileiros adultos, os madeireiros são os principais responsáveis pelo desmatamento da Amazônia. Para 60%, os madeireiros têm muita responsabilidade pelo desmatamento, para 15%, um pouco, para 22%, nenhuma e 3% não opinaram. Com índices de responsabilidades mais baixos aparecem os fazendeiros e o Governo Federal: para 53% os fazendeiros têm muita responsabilidade pelo desmatamento, 25% um pouco e 19% nenhuma responsabilidade (3% não opinaram), já, para 47%, o Governo Federal tem muita responsabilidade, 32% um pouco e 17% nenhuma (4% não opinaram).

Observa-se que conforme aumenta o grau de instrução e a renda familiar mensal do entrevistado, cresce a parcela que atribui muita responsabilidade pelo desmatamento da Amazônia aos madeireiros, fazendeiros e ao Governo Federal. A taxa de responsabilização do Governo Federal pelo desmatamento da Amazônia é significativa inclusive entre os que aprovam o governo Bolsonaro, 42% (ante 53% entre os que reprovam a gestão Bolsonaro).

Com índices menores de responsabilidade pelo desmatamento ficaram as ONGs ambientalistas (31% muita responsabilidade, 35% um pouco, 27% nenhuma e 7% não opinaram) e os índios (26% muita responsabilidade, 30% um pouco, 40% nenhuma e 5% não opinaram). Entre os menos instruídos, o índice dos que atribuem muita responsabilidade pelo desmatamento da Amazônia aos índios alcança 35%.

Em comparação com a pesquisa de 2009, observa-se de maneira geral que os índices atuais de muita responsabilidade recuaram para todos os grupos pesquisados e subiram as taxas de 'um pouco' e de 'nenhuma responsabilidade'. Porém, os madeireiros seguem vistos pela população como os principais desmatadores da Amazônia. Em 2009, o índice de muita responsabilidade pelo desmatamento da região era 72% para os madeireiros, era 68% para os fazendeiros, era 63% para o Governo Federal, era 40% para as ONGs Ambientalistas e era 38% para os índios.