Jovens confiam em meios tradicionais para se informarem sobre eleições

DE SÃO PAULO

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A maioria (84%) dos brasileiros com 16 anos ou mais possui conta em alguma rede ou aplicativo social, tendo o Whatsapp como ferramenta mais difundida (82%). Na sequência, também com abrangência demais de metade dos brasileiros, estão o Facebook (61%) e o Instagram (56%). Uma parcela de 47% possui conta no Youtube, e três em cada dez (30%) têm conta no Tiktok. O Telegram é usado por 20%, em nível próximo do Twitter (16%), e na lista consultada aparecem ainda Linkedin (11%) e Kwai (5%), entre outros com percentual inferior a 1%.

Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, a maioria (57%) tem conta no Tiktok, 38% possuem Telegram, e 31% são usuários do Twitter. O Telegram é utilizado principalmente pelos mais escolarizados (38%) e pelos que possuem renda familiar mensal superior a 10 S.M (41%). Entre os eleitores de Bolsonaro, 27% utilizam Telegram, entre os eleitores de Lula esse índice cai para 16%.

Questionados sobre o nível de confiança em notícias sobre eleições em alguns meios de informação, os meios digitais demonstraram gerar mais desconfiança do que meios tradicionais. Os programas jornalísticos na TV aparecem como veículos de informação confiáveis sobre notícias eleitorais para 41%, e 37% dizem não confiar nesse meio, com 21% de confiança parcial. No mesmo nível, 39% dizem confiar nas notícias sobre eleições divulgadas em programas jornalísticos no rádio, enquanto 36% não confiam e 21% confiam parcialmente. Os jornais impressos são vistos como fonte confiável para 38%, como parcialmente confiáveis para 30%, e há 37% que não confiam. Os sites de notícias geram mais desconfiança (41%) do que confiança (32%), e há 24% que os consideram em parte confiáveis.

Essa questão também foi apresentada aos usuários de alguns aplicativos e redes, e o Tiktok lidera em desconfiança junto com o Whatsapp quando o assunto são notícias eleitorais. Cerca de sete em cada dez (68%) usuários do Tiktok não confiam em notícias sobre eleições que circulam no aplicativo, e 68% dizem o mesmo sobre veiculadas por Whatsapp. A taxa dos que confiam em notícias eleitorais no Tiktok é de 12%, e no Whatsapp, 12%, com 16% e 18%, respectivamente, de confiança parcial. A maioria (64%) também não confia em notícias sobre eleições que aparecem no Facebook, enquanto 14% confiam e 20% confiam parcialmente. Entre usuários de Telegram, 56% dizem não confiar em notícias sobre eleições divulgadas no aplicativo, 19% confiam, e há ainda 19% que confiam em parte. Menos abrangente do que as demais, o Twitter é visto como fonte confiável por 31%, e 44% não confiam, com 22% de confiança parcial.

De forma geral, os jovens têm confiança acima da média nos meios tradicionais, e taxa de desconfiança superior ou igual às demais faixas etárias nos aplicativos e redes digitais - ao menos quando se trata de informações sobre eleição. Os jornais impressos, por exemplo, são vistos como confiáveis por 48% na faixa de 16 a 24 anos, e por 30% entre os mais velhos, com 60 anos ou mais. O mesmo acontece com os programas jornalísticos na TV, confiáveis para 51% dos mais jovens e por 34% dos mais velhos. O Whatsapp, por outro lado, é visto como fonte não confiável de notícias eleitorais por 75% dos mais jovens, e entre os mais velhos esse índice fica em 53%. Para o Telegram, o nível de desconfiança entre os mais jovens é de 62%, e entre os mais velhos, de 45%.

Os usuários do Twitter (58%) e do Facebook (55%) são os que mais leem notícias sobre política e eleição, e em um nível menor aparecem os que leem notícias sobre o tema por Whatsapp (45%), Telegram (37%) e TikTok (34%). O compartilhamento de notícias sobre política e eleição é menos comum, feito por 19% dos que possuem conta no Twitter, Facebook ou Whatsapp, por 13% dos usuários de Telegram e por 6% de quem usa Tiktok.

Na parcela de usuários do Telegram que considera ótimo ou bom o governo Jair Bolsonaro, 48% leem notícias sobre política e eleição pelo Telegram, e 19% compartilham esse tipo de conteúdo. Entre os que reprovam a gestão do atual presidente e usam o mesmo aplicativo, 33% leem notícias sobre política e eleição, e 12% as compartilham. Os apoiadores de Bolsonaro também leem mais notícias do que seus detratores no Whatsapp (55% a 42%) e no Facebook (64% a 55%).