Para 52%, o ex-presidente Jair Bolsonaro planejou um golpe para se manter na presidência

62% não querem anistia para os envolvidos nos ataques aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023

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A metade dos brasileiros (52%) avalia que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou se manter na presidência da República através de um golpe de Estado. Já, para 39%, Bolsonaro não tentou se manter e 9% não opinaram. Em comparação ao levantamento anterior, de março de 2024, as taxas ficaram estáveis, naquela data: 55% avaliavam que Bolsonaro tentou se manter na presidência através de um golpe de Estado, 39% avaliavam que não e 7% não opinaram.

Da parcela que avalia que Bolsonaro tentou se manter na presidência são observadas taxas mais altas entre os menos instruídos (59%, ante 46% entre os mais instruídos), entre os que têm renda familiar mensal e até 2 salários mínimos (60%, ante 45% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos), entre os moradores da região Nordeste (64%, ante 42% entre os moradores da região Sul), entre os católicos do que entre os evangélicos (58%, ante 36%), entre os que se autodeclararam como pretos (61%), entre os que estão bem informados sobre as investigações da Polícia Federal à respeito do assassinato do presidente Lula (62%), entre os eleitores de Lula no 2º turno da eleição presidencial de 2022 (84%) e entre os que se autodeclararam como petistas (83%, ante 16% entre os que se autodeclararam como bolsonaristas).

O ex presidente Jair Bolsonaro fala à imprensa sobre o pedido de indiciamento da PF contra ele e aliados, ao desembarcar no aeroporto de Brasília. - Folhapress

Por outro lado, da parcela que avalia que Bolsonaro não tentou se manter na presidência através de um golpe de Estado são observados índices mais altos entre os mais instruídos (47%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 2 a 5 salários mínimos (47%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (49%), entre os moradores da região Sul (50%), entre os evangélicos (52%, ante 34% entre os católicos), entre os que se autodeclararam como brancos (47%), entre os eleitores de Bolsonaro no segundo turno da eleição presidencial de 2022 (73%) e entre os que se autodeclararam como bolsonaristas (76%, ante 11% entre os que se autodeclararam como petistas).

A maioria dos brasileiros (62%) se mantém contrária à anistia das pessoas envolvidas nos ataques aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023. Já, 33% são favoráveis (eram 31%), 1% indiferente (eram 2%) e 5% não opinaram (eram 4%).

A taxa de contrários à anistia é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e alcança patamares mais altos entre os eleitores de Lula no 2º turno da eleição presidencial de 2022 (72%, ante 50% entre os eleitores de Bolsonaro) e entre os que se autodeclararam como petistas (71%, ante 49% entre os que se autodeclararam como bolsonaristas). Em contrapartida, a taxa de favoráveis à anistia é mais alta entre os eleitores de Bolsonaro no 2º turno da eleição presidencial de 2022 (45%, ante 23% entre os eleitores de Lula) e aqueles que se autodeclararam como bolsonaristas (47%, ante 24% entre os que se autodeclararam como petistas).

O atual levantamento foi realizado nos dias 12 e 13 de dezembro de 2024, com 2.002 entrevistas presenciais em 113 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Quando questionados se tomaram conhecimento sobre o plano de assassinato do presidente Lula, de Geraldo Alckmin e do ministro do STF, Alexandre de Moraes, no âmbito das investigações da Polícia Federal, a maioria dos brasileiros (63%) declarou ter tomado conhecimento, desses, 29% responderam estar bem informados, 27% mais ou menos informados e 6% mal informados. Já, uma parcela de 37% declarou não ter conhecimento sobre o tema – entre os que têm 16 a 24 anos o índice sobe para 57%.

São observadas taxas mais altas de conhecimento sobre o tema entre os homens (66%, ante 59% entre as mulheres), entre os que têm 60 anos ou mais (77%, ante 43% entre os que têm 16 a 24 anos), entre os mais instruídos (76%, ante 60% entre os menos instruídos) e entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (74%, ante 57% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos).

Os brasileiros estão divididos quanto à participação do ex-presidente Jair Bolsonaro no plano de assassinato de Lula, Alckmin e Moraes. Quatro em cada dez (39%) avaliam que Bolsonaro teve participação no plano de assassinato, 46% avaliam que não teve participação e 15% não opinaram.

A parcela que avalia que Bolsonaro está envolvido no plano de assassinato é mais alta entre os menos instruídos (47%, ante 36% entre os mais instruídos), entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (46%, ante 34% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 2 salários mínimos), entre os moradores da região Nordeste (51%, ante 34% entre os moradores da região Sul), entre os que se autodeclararam como pretos (49%, ante 33% entre os que se autodeclararam como brancos), entre os católicos (45%, ante 25% entre os evangélicos), entre os eleitores de Lula no 2º turno de 2022 (69%, ante 9% entre os eleitores de Bolsonaro) e entre os que se auto declararam como petistas (69%, ante 7% entre os que se autodeclararam como bolsonaristas).

Em contrapartida, a parcela que avalia que Bolsonaro não está envolvido no plano de assassinato é mais alta entre os que têm 16 a 24 anos do que entre os que têm 60 anos ou mais (51%, ante 37%), entre os mais instruídos do que entre os menos instruídos (51%, ante 37%), entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (54%, ante 38% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos), entre os moradores da região Centro-Oeste (54%), entre os autodeclarados como brancos (52%, ante 35% entre os autodeclarados como pretos), entre os evangélicos (59%, ante 40% entre os católicos), entre os eleitores de Bolsonaro no 2º turno de 2022 (79%, ante 17% entre os eleitores de Lula) e entre os que se auto declararam como bolsonaristas (81%, ante 18% entre os que se autodeclararam como petistas).

Observam-se diferenças de opinião entre os que tomaram conhecimento das investigações do plano de assassinato e dos que não tomaram conhecimento. Entre os que estão informados, 50% avaliam que Bolsonaro teve participação no plano e 40% que não teve, já, entre os que não têm conhecimento, 22% avaliam que Bolsonaro teve participação no plano e 54% que não teve.

A maioria (68%) avalia que o Brasil correu algum risco de sofrer um golpe de Estado após as eleições de 2022 para evitar a posse de Lula. Desses, 43% avaliam que o país sofreu um risco grande, 17% um risco médio e 8% um risco pequeno. Já, 25% avaliam que o país não correu risco e 7% não opinaram.

A avaliação que o Brasil correu risco de sofrer um golpe de Estado após as eleições é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e alcança índices mais altos entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (74%, ante 62% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos), entre os moradores da região Nordeste (78%), entre os católicos (74%, ante 56% entre os evangélicos), entre os eleitores de Lula (89%, ante 46% entre os eleitores de Bolsonaro) e entre os autodeclarados petistas (86%, ante 47% entre os autodeclarados bolsonaristas).

Por outro lado, a avaliação que o Brasil não correu risco de golpe militar após as eleições de 2022 é mais alta entre os homens do que entre as mulheres (30%, ante 19%), entre os mais instruídos (33%, ante 18% entre os menos instruídos), entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (34%, ante 17% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos), entre os autodeclarados como brancos (31%), entre os evangélicos (35%, ante 19% entre os católicos), entre os eleitores de Bolsonaro no 2º turno de 2022 (48%, ante 6% entre os eleitores de Lula) e entre os que se auto declararam como bolsonaristas (46%, ante 8% entre os que se autodeclararam como petistas).

Para a metade dos brasileiros (52%) não há chance de atualmente ocorrer uma nova ditadura (eram 53% em março), para 21%, há uma pequena chance (eram 22%), e para 21%, há uma grande chance de ocorrer (eram 20%).

Uma parcela de 6% não opinou (era 5%). A taxa dos que não veem chance de uma nova ditadura no país é a mais alta entre os homens do que entre as mulheres (56%, ante 49%), entre os mais instruídos (60%, ante 46% entre os menos instruídos), entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (62%, ante 48% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos) e entre os católicos do que entre os evangélicos (56%, ante 47%).

Na análise por intenção de voto no 2º turno da eleição para presidente da República de 2022, não são observadas diferenças significativas entre os eleitores de Lula e de Bolsonaro. Entre os eleitores do petista, 56% avaliam que atualmente não há chances de uma nova ditadura, ante 50% entre os eleitores do Bolsonaro.

PARA 69%, A DEMOCRACIA É A MELHOR FORMA DE GOVERNO

Sete em cada dez (69%) avaliam que a democracia é sempre melhor do que qualquer outra forma de governo, para 17%, tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura, e para 8%, a ditadura é melhor em certas circunstâncias. Uma parcela de 6% não opinou. Em comparação com os levantamentos anteriores, a taxa de apoiadores do regime democrático se mantém em patamar elevado, mas vem recuando desde 2023.

Em outubro de 2022, 79% avaliavam que a democracia é a melhor forma de governo, em dezembro de 2023, eram 74%, e em março de 2024, eram 71%. Na série histórica do Datafolha sobre o tema, a maior adesão à democracia como melhor forma de governo foi registrada em outubro de 2022 (79%), e os índices mais baixos são de fevereiro de 1992 (42%) e setembro de 1989 (43%). A avaliação de que tanto faz se um governo é uma democracia ou ditadura teve índice recorde em junho de 2000 (29%). E, a avaliação que em certas circunstâncias uma ditadura é melhor do que uma democracia, teve índice recorde em setembro de 1992 (23%).

A taxa de apoio à democracia como melhor forma de governo é mais alta entre os homens (74%, ante 64% entre as mulheres), entre os mais instruídos (87%, ante 56% entre os menos instruídos) e entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (80%, ante 61% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos).

Não são observadas diferenças significativas nos índices de preferência entre os eleitores de Lula e Bolsonaro ou entre o auto posicionamento político.

40% SE AUTO POSICIONAM COMO PETISTAS E 33% COMO BOLSONARISTAS

As taxas de brasileiros identificados politicamente como petistas, de centro ou bolsonaristas seguem estáveis. Numa escala de 1 a 5 de auto posicionamento, sendo que 1 significa ser bolsonarista e 5 ser petista, 30% se auto posicionaram na escala mais extrema do petismo, posição 5, 10% se auto posicionaram na posição 4, 20% se auto posicionaram na posição 3, 9% se auto posicionaram na posição 2 e 24% se auto posicionaram na posição 1. Uma fração de 6% não se posicionou e 1% não opinou.

No agregado, 40% dos eleitores se auto classificaram como petistas (posição 4 e 5) (eram 41% em março), 33% como bolsonaristas (posição 1 e 2) (eram 31%) e 20% como de centro (posição 3) (eram 21%).

Entre os que se auto posicionaram como petistas (posição 4 e 5), observam-se taxas mais altas entre as mulheres do que entre os homens (43%, ante 36%), entre os que têm 45 anos ou mais (49%), entre os menos instruídos (57%, ante 27% entre os mais instruídos), entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (50%, ante 27% entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos), entre os moradores da região Nordeste (54%), entre os que se auto declararam como pretos (50%, ante 33% entre os que se auto declararam como brancos) e entre os católicos do que entre os evangélicos (45%, ante 28%).

Por outro lado, entre os que se auto posicionaram como bolsonaristas (posição 1 e 2) são observadas taxas mais altas entre os que têm renda familiar mensal de mais de 2 a 5 salários mínimos (40%, ante 26% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos), entre os moradores da região Sul (41%) e entre os evangélicos (44%, ante 30% entre os católicos).

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