Descrição de chapéu Eleições Datafolha

Lula oscila de 47% para 45%, e Bolsonaro se mantém com 32%

Avanço de Ciro e Tebet torna fim da eleição no 1º turno mais distante

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O ex-presidente Lula (PT) lidera a disputa pela Presidência da República com 45% das intenções de voto, seu percentual mais baixo desde maio deste ano, diante de cenários com diferentes candidatos, e dois pontos abaixo do resultado registrado há duas semanas, quando tinha 47%. Adversário mais próximo do petista, Jair Bolsonaro (PL) interrompeu a trajetória de alta registrada entre o final de maio e a terceira semana de agosto, quando foi de 27% para 32%, e agora manteve o índice de 32%.

A pesquisa atual, realizada após o início do horário eleitoral gratuito e também da sabatina dos principais candidatos no Jornal Nacional e do primeiro debate entre os presidenciáveis, mostra ainda variação positiva nas intenções de voto em Ciro Gomes (PDT), de 7% para 9%, e avanço de Simone Tebet (MDB), de 2% para 5%.Em um patamar mais baixo aparecem Soraya Thronicke (União Brasil), Pablo Marçal (PROS) e Felipe d’Ávila (Novo), com 1% cada, e Vera (PSTU), Sofia Manzano (PCB), Eymael (DC), Léo Péricles (UP) e Roberto Jefferson (PTB), que não atingiram 1% das intenções de voto. Uma parcela de 4% declara intenção de votar em branco ou nulo (eram 6%), e 2% não opinaram (índice estável).

O campo da pesquisa foi realizado entre 30 de agosto e 01 de setembro, 5734 entrevistas presenciais em 285 municípios, junto a eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa está registrada no TSE sob o código BR-00433/2022.

Considerando os votos válidos, quando são excluídos votos em branco, nulos e o percentual de indecisos, Lula tem agora 48%, ante 51% na pesquisa de meados de agosto, resultado que deixa mais distante a possibilidade de vitória no 1º turno – pela margem de erro, a preferência pelo petista pode variar entre 46% e 50% dos válidos. O atual presidente tem 34% das intenções de votos válidos, seguido por Ciro Gomes (10%) e Tebet (5%). Para a apuração e divulgação do resultado oficial das eleições, a Justiça Eleitoral considera somente os votos válidos.

A ligeira queda na diferença entre Lula e Bolsonaro na disputa de primeiro turno vem acompanhada de alguns movimentos em segmentos relevantes do eleitorado. Nas regiões do país, Bolsonaro diminui a diferença para Lula no Sudeste, que reúne os três maiores colégios eleitorais do país, pela metade, de 12 pontos (44% a 32%) para seis pontos (41% a 35%).

No Estado de São Paulo, o petista agora lidera por cinco pontos (40% a 35%), ante distância de 13 pontos no levantamento anterior (44% a 31%). Entre eleitores do Rio de Janeiro, Lula tem 42%, ante 36% de Bolsonaro (na primeira pesquisa de agosto, 41% a 35%). Em Minas Gerais, a vantagem do candidato do PT sobre Bolsonaro oscilou de 20 pontos (49% a 29%) para 17 pontos (47% a 30%).

No Nordeste, Lula mantém ampla vantagem (58% a 24%), em patamar estável, e nas regiões Norte e Centro-Oeste houve ligeira queda na distância entre os dois candidatos mais bem colocados. No Norte, o petista tem agora 42% das intenções de voto, ante 39% de Bolsonaro (no levantamento anterior, 41% a 43%). Na região Centro-Oeste, Lula tem a preferência de 39%, ante 37% do atual presidente (em meados de agosto, 36% a 42%). No conjunto dos estados do Sul, Lula passou de 43% para 37%, e Bolsonaro, de 39% para 35%. Quem ganhou terreno na região foram Tebet (de 1% para 7%), e em menor proporção, Ciro (de 7% para 10%).

Além do Sudeste, Bolsonaro avançou também na faixa de 25 a 34 anos (de 31% para 37%) e entre eleitores que se declaram pretos (de 19% para 26%). O petista teve queda mais intensa nesses dois segmentos – passou de 49% para 42% entre eleitores de 25 a 34 anos, e de 60% para 51% entre quem se declara de cor preta.

No segmento de eleitores evangélicos, o atual presidente tem 48% das intenções de voto, ante 32% de Lula, em disputa estável. No eleitorado que recebe ou mora com alguém que recebe Auxílio Brasil, a disputa entre eles por votos também ficou estável, com 56% para Lula e 28% para Bolsonaro.

A variação positiva nas intenções de voto em Ciro Gomes, de dois pontos na média do eleitorado, foi mais intensa na parcela dos mais jovens (de 8% para 15%) e entre os mais ricos (de 6% para 13%). A candidatura de Simone Tebet, que cresceu três pontos de forma geral, avançou mais entre as mulheres (de 2% para 6%) do que entre os homens (de 2% para 3%).

Entre aqueles que declaram intenção de votar em algum dos nomes apresentados, em branco ou anular o voto, 76% estão totalmente decididos sobre essa opção, índice estável em relação há duas semanas (75%). Entre os homens, 19% ainda podem mudar de ideia sobre seu voto para presidente, índice menor do que o verificado entre mulheres (27%). O índice dos que ainda podem mudar de ideia até a eleição também é mais elevado entre eleitores de 16 a 24 anos (39%).

Na parcela que declara voto em Lula, 83% estão totalmente decididos, no mesmo patamar registrado entre eleitores de Bolsonaro (84%). Entre quem tem intenção de votar em Ciro Gomes, 42% estão totalmente decididos, e 57% ainda podem alterar seu voto, e entre eleitores de Tebet cerca de metade (48%) pode mudar sua escolha. Na parcela do eleitorado que pretende votar em branco ou nulo, 39% ainda podem mudar de ideia.

Para aqueles que ainda podem mudar de ideia sobre o voto para presidente, o Datafolha questionou qual seria essa escolha, pensando na mesma lista de presidenciáveis. De forma geral, Ciro Gomes é a segunda opção de voto de 23%, e na sequência aparecem Bolsonaro (18%) e Lula (17%). Na última pesquisa realizada, o petista era a segunda opção de voto para 20%, e Bolsonaro, para 14%. As indicações em Tebet como alternativa à escolha atual subiram de 5% para 12% desde o último levantamento.

Entre potenciais eleitores de Lula que não estão totalmente decididos, 37% apontam Ciro Gomes como o nome com maior chance de herdar o voto caso desistam do petista, em patamar estável, e na sequência aparecem Bolsonaro (23%, também estável) e Tebet (18%, ante 5% no levantamento anterior). No grupo que declara voto em Bolsonaro mas ainda não está convicto dessa escolha, Ciro (30%, estável), Lula (23%, ante 30% na última pesquisa) e Tebet (12%, e tinha 4% nesse grupo) são as alternativas de voto mais citadas. Entre eleitores não convictos de Ciro, 35% apontam Lula como o nome com maior chance de ser o candidato escolhido caso mudem de ideia, em patamar estável, e 24% optariam por Bolsonaro (eram 20%). A opção de Tebet como segunda opção de voto entre eleitores de Ciro passou de 6% para 10%. Na parcela que declara voto na candidata do MDB, Ciro (27%), Lula (21%) e Bolsonaro (20%) sãos as alternativas de voto mais citadas.

Na pesquisa de intenção de voto espontânea, quando os nomes dos candidatos não são apresentados aos entrevistados, Lula lidera com 40% (estável), e Bolsonaro aparece em segundo com 29% (tinha 28%, também em patamar estável). A candidatura de Ciro é citada espontaneamente por 4% (eram 2%), e a de Tebet, por 2%. Os demais não atingiram 1%, há 5% que declaram intenção de votar em branco ou anular o voto, e 17% não responderam (eram 22%).

REJEIÇÃO A BOLSONARO PARA DE CAIR, E A DE LULA MANTÉM ALTA

A taxa de eleitores que rejeitam Bolsonaro como opção de voto no 1º turno da eleição, que havia recuado de 54% no final de maio para 51% na terceira semana de agosto, interrompeu a trajetória de queda e oscilou para 52% na pesquisa atual. A parcela que não votaria de jeito nenhum em Lula, que era de 33% em maio e passou a 37% em meados de agosto, oscilou agora para 39%. Na sequência aparecem Ciro Gomes, rejeitado por 24%, Roberto Jefferson (20%), Vera (15%), Pablo Marçal (14%), Felipe d’Ávila (14%), Léo Péricles (14%), Simone Tebet (14%), Sofia Manzano (13%), Soraya Thronicke (13%) e Constituinte Eymael (12%). Há 1% que rejeita todos os nomes apresentados, outro 1% que votaria em qualquer um deles, além de 2% que não opinaram.

Entre maio e a última semana de agosto, a rejeição a Bolsonaro recuou cinco pontos entre os jovens de 16 a 24 anos (de 63% para 58%), cinco pontos no Sul (de 51% para 46%) e seis pontos Nordeste (de 65% para 59%). Entre as mulheres, a rejeição ao presidente nesse período recuou dois pontos (de 57% para 55%). A alta da rejeição a Lula entre o final de maio e o final de agosto, de seis pontos na média do eleitorado, foi generalizada, com exceção dos mais ricos, em que já era mais alta do que a média e oscilou de 56% para 55%. Na faixa etária de 25 a 34 anos, a taxa dos que não votaria de jeito nenhum no petista subiu 10 pontos nesse período (de 34% para 44%), e entre os mais jovens a alta foi de nove pontos (de 27% para 36%). O avanço da rejeição ao petista também foi mais intenso entre eleitores com renda familiar de 2 a 5 salários (de 41% para 50%), no Sudeste (de 36% para 44%) e entre eleitores que se declaram de cor preta (de 24% para 33%).

O Datafolha analisou a rejeição dos principais candidatos a presidente nas primeiras pesquisas após a exibição do horário eleitoral gratuito, desde 2002. A rejeição atual a Lula é mais alta do que a registrada em 9 de setembro de 2002, quando 30% diziam não votar de jeito nenhum no petista, e em 22 de agosto de 2006, quando sua taxa de rejeição durante a campanha pela reeleição era de 26%. Nessas campanhas, Lula chegou à semana da eleição rejeitado por 29% e 30% dos eleitores, respectivamente. Em 2018, quando se lançou candidato novamente, Lula era rejeitado por 34% dos eleitores, ainda antes do horário eleitoral, em pesquisa realizada entre 20 e 21 de agosto. Preso, ele abandonou a candidatura em seguida.

Considerando todas as eleições que disputou desde 1989, a rejeição atual a Lula se encontra no mesmo patamar de 1994, até então a mais alta já registrada pelo petista nas cinco vezes que disputou a Presidência até o fechamento das urnas. Naquela disputa, Lula tinha rejeição de 38% em pesquisa realizada de 29 a 30 de agosto, e terminou a disputa, vencida por Fernando Henrique Cardoso (PSDB) no 1º turno, rejeitado por 40% dos eleitores. Em 1989, Lula enfrentou seu índice mais alto de rejeição (29%) na véspera da votação. Em 1998, em disputa também vencida no 1º turno por FHC, Lula tinha rejeição de 33% no início de setembro, e terminou a eleição rejeitado por 35%.

Apoiada por Lula em 2010, Dilma tinha 20% de rejeição na primeira pesquisa após o início da propaganda dos candidatos no rádio e na TV, em 20 de agosto daquele ano, e terminaria o primeiro turno rejeitada por 27%. Em sua campanha à reeleição, Dilma sofria rejeição de 35% do eleitorado após o início do horário eleitoral, em pesquisa realizada entre 28 e 29 de agosto, e na semana do primeiro turno era rejeitada por 31%. Bolsonaro tinha rejeição de 43% do eleitorado brasileiro em 10 de setembro, após o início da propaganda eletrônica dos candidatos, e terminou o primeiro turno rejeitado por 44%. Seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad (PT), assumiu a candidatura no lugar de Lula com 22%, e chegou ao final do primeiro turno rejeitado por 41% dos eleitores.

NO 2º TURNO, LULA TEM 15 PONTOS DE VANTAGEM SOBRE BOLSONARO

Em eventual disputa de 2º turno entre Lula e Jair Bolsonaro, o petista tem 53% das intenções de voto, ante 38% do atual presidente. Na terceira semana de agosto, esses índices eram de 54% e 38%, respectivamente. Neste cenário, 8% votariam em branco ou anulariam o voto, e 1% não opinou.

Na parcela do eleitorado que declara voto em Ciro no 1º turno, 48% votariam em Lula na disputa contra Bolsonaro, que teria 27% desses votos. Uma parcela de 23% dos eleitores de Ciro votaria em branco ou nulo, e 2% não opinaram. Entre eleitores de Tebet, 32% votariam em Lula, e 28%, em Bolsonaro, com 39% optando pelo voto em branco ou nulo, e 1% sem opinião.

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