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68% avaliam que as ações na cracolândia não resolvem o problema

Usuários e traficantes são apontados como maiores responsáveis pela situação

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A maioria (73%) dos moradores da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais avalia como ruins ou péssimas as ações da prefeitura em relação às pessoas em situação de rua. Os demais veem essas ações como regulares (18%) ou ótimas ou boas (8%), além de 1% que não opinou.

Na parcela que aprova a gestão de Ricardo Nunes (MDB) à frente da capital paulista, 53% avaliam negativamente as ações da prefeitura em relação às pessoas em situação de rua. Entre quem reprova a administração atual de forma geral, 86% consideram ruins ou péssimas as ações junto às pessoas que estão na rua, e entre quem avalia o governo Nunes como regular o índice de avaliação negativa sobre essas ações é de 75%.

A avaliação de que as ações da prefeitura voltadas à população em situação de rua são ruins ou péssimas cresceu na comparação com abril do ano passado, quando 63% compartilhavam dessa opinião. Nesse intervalo, diminuiu a avaliação regular sobre essas ações (de 26% para 18%), e oscilou para baixo a avaliação de que são ótimas ou boas (de 10% para 8%).

O combate ao crack na região central de São Paulo é amplamente conhecido pelos moradores de São Paulo: 82% dos moradores da capital paulista dizem ter tomado conhecimento sobre as ações para acabar com a cracolândia, divididos entre os que estão bem informados (32%), mais ou menos informados (40%) e mal informados (10%).

Em sondagem sobre o mesmo tema realizado em julho de 2017, quando a cidade era administrada por João Doria e a ações na cracolândia também estavam em andamento, o assunto era conhecido por 89%, com um índice mais alto de pessoas que diziam estar bem informadas sobre ele (42%).

Também é majoritária (68%) a fatia da população que diz que acredita que as ações tomadas na cracolândia não irão solucionar o problema com o crack naquela região da cidade. Para 26%, as ações serão efetivas para acabar com o crack, mas isso irá demorar, e apenas 4% avaliam que haverá efeitos imediatos e o problema do crack naquela parte da cidade será resolvido em breve.

Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, fica acima da média (39%) o índice dos que apontam que as ações para acabar com a cracolândia irão funcionar, porém a longo prazo. Esse índice também é mais alto (38%) entre aqueles que pretendem votar pela reeleição do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), enquanto entre potenciais eleitores de Guilherme Boulos (PSOL) fica acima da média (77%) o índice de pessoas que acreditam que as medidas não surtirão efeito.

A avaliação de operações na cracolândia irão induzir usuários a buscarem tratamento para abandonar o vício de crack tem caído ao longo dos anos: em janeiro de 2012, 58% concordavam que os usuários iriam buscar tratamento para abandonar o crack a partir das operações na região central da cidade, enquanto 37% discordavam de que isso aconteceria, com 4% sem concordar nem discorda da proposição. Em junho de 2017, o índice de concordância caiu para 50%, e o de discordância subiu para 48%, ou seja, empataram. Em abril de 2022, as opiniões ficaram estáveis, em equilíbrio, com 49% de concordância e 48% de discordância.

No levantamento atual, a taxa dos que discordam que haverá busca por tratamento a partir das operações na cracolândia subiu para 54%, ficando acima da taxa de concordância (44%) na série de levantamentos sobre o tema.

Uma parcela de 63% concorda que para abandonar o crack os usuários precisam mais de força de vontade do que de tratamento médico, e 35% discordam da afirmação, com 1% sem concordar ou discordar. Em junho de 2017, quando o tema foi consultado pela primeira vez, o índice dos que concordavam com a afirmação era mais alto (74%), e a dos que discordavam, menor (24%). Em abril do ano passado, esses índices estavam amis próximos dos registrados atualmente (65% concordam, e 32% discordam).

Desde 2017, também caiu a taxa dos que concordam que pessoas boas não se envolvem com drogas como o crack. Em junho daquele ano, 43% concordavam com a afirmação, e 55% discordavam, com 1% sem concordar nem discordar e 1% sem opinião a respeito. Em abril do ano passado, 41% discordavam que pessoas boas não se envolviam com drogas como o crack, e 58% discordavam. Na pesquisa atual, o índice de concordância caiu para 33%, e a discordância subiu para 65%.

A maioria (63%) dos paulistanos concorda que a operação na cracolândia irá fazer com que os usuários diminuam temporariamente o uso de crack, mas não necessariamente busquem ajuda para abandonar o vício, e 34% discordam dessa afirmação, além de 3% que não opinaram ou não concordam nem discordam. Esses índices são parecidos com os registrados em janeiro de 2012 (60% concordavam, 33% discordavam) e iguais aos registrados em abril do ano passado. O resultado que difere na série histórica é o registrado em junho de 2017, durante a gestão João Doria, quando a taxa de concordância subiu para 71%, e a concordância caiu para 27%.

A fatia dos que concordam que a operação na cracolândia irá fazer com que os usuários busquem o crack em outras regiões da cidade atinge 87% no levantamento atual, com taxa de discordância de 12%. Desde 2012, esses números variaram: há 11 anos, 82% concordavam e 15% discordavam sobre o espalhamento do fluxo de usuários de crack motivados pelas ações para acabar com a cracolândia na região central de São Paulo. Em 2017, esses índices eram de 91% e 8%, respectivamente, e em 2022, de 82% e 16%.

A situação dos usuários de crack, de forma geral, é um problema de saúde pública, concordam 75% dos paulistanos, e 23% discordam, com 2% sem posicionamento a respeito. As taxas de concordância, neste caso, têm oscilado pouco ao longo do tempo: em 2012, 74% concordavam e 21% discordavam; em 2017, esses índices eram de 77% e 22%, respectivamente, e abril do ano passado, ficavam em 77% e 21%.

A maioria (68%) também concorda que a situação dos usuários de crack, de forma geral, é um problema de segurança pública, e 30% discordam da afirmação, com 2% sem posicionamento sobre o tema. Em abril do ano passado, 74% concordavam e 25% discordavam, e em levantamentos anteriores os índices eram próximos (78% concordavam e 20% discordavam em 2017, e em 2012 essas taxas eram de 75% e 21%, respectivamente).

Por fim, 61% concordam que para abandonar o crack os usuários precisam mais de apoio da família do que ajuda de governos e ONGs, e 37% discordam da afirmação. Em abril do ano passado, quando esse tópico foi pesquisado pela primeira vez, 64% discordavam, e 33% concordavam.

Um em cada três moradores da capital apontam os traficantes como principais responsáveis pelos problemas que envolvem o crack em São Paulo, no mesmo nível dos usuários, apontados como os principais responsáveis por 29%. Na sequência aparecem o governo do Estado (14%), o governo federal (9%), a prefeitura (6%). Há ainda 6% que dizem que todos são responsáveis, 4% que deram respostas diferentes das alternativas apresentadas e 2% que não responderam.

A avaliação de que os usuários são os principais responsáveis é a mais alta desde 2012. Desde então foram feitos três levantamentos sobre este assunto, excluindo o atual, e os índices dos que responsabilizavam os usuários oscilaram entre 22% e 24%.

Não é só a região central de São Paulo que abriga usuários de crack em suas vias públicas: 53% dos moradores da capital dizem que há locais como a cracolândia no bairro onde moram, em que usuários compram e usam drogas em locais públicos. Em junho de 2017, esse índice era de 50%. Entre quem mora na região Leste da cidade, 61% declaram morar em bairros onde há territórios como a cracolândia, no mesmo patamar registrado entre moradores da região central (59%). Na região sul, 50% moram em bairros onde existem locais como a cracolândia, no mesmo patamar registrado entre paulistanos das regiões norte (48%) e oeste (46%).

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