52% veem mudanças climáticas como risco imediato, e para 43% riscos ficarão para futuras gerações
58% avaliam que humanidade não conseguirá deter mudanças climáticas
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Pelo que sabem ou percebem no dia a dia, 97% dos brasileiros acreditam que o planeta está passando por mudanças climáticas, e 2% avaliam que não há mudança no clima, com 1% sem opinião sobre o tema.
Três em cada quatro (77%) brasileiros acreditam que as mudanças climáticas existem e são causadas principalmente por ações humanas, e para 20% as mudanças climáticas existem e são causadas por oscilação da temperatura que faz parte da natureza. Entre os demais, 2% não acreditam em mudanças climáticas e 1% não soube opinar.
Entre os menos escolarizados, 26% acreditam que as mudanças climáticas e as oscilações de temperatura fazem parte da natureza, o dobro do índice registrado entre quem tem escolaridade superior (13%).
Questionados se os cientistas e ambientalistas exageram sobre os impactos das mudanças climáticas, dois terços (67%) da população diz que não, e 31% avaliam que há exagero, com 2% sem opinião.
A taxa dos que não veem exagero por parte de cientistas e ambientalistas ao falarem sobre os efeitos das mudanças no clima do planeta fica acima da média no Sudeste (73%), no Rio Grande do Sul (76%) e entre quem estudou até o ensino superior (80%). No Nordeste, o índice dos que veem exagero é de 41%, e alcança 43% entre quem estudou até o fundamental.
A avaliação dos riscos das mudanças climáticas divide a sociedade brasileira, principalmente, entre aqueles que acreditam que as mudanças climáticas são um risco imediato para a população do planeta (52%) e aqueles que acreditam que serão um risco para as pessoas que viverão daqui muitos anos (43%). Há ainda 5% que não veem riscos, e 1% preferiu não opinar sobre o tema.
Entre os homens, há empate entre os que acreditam que as mudanças climáticas trazem risco imediato para a vida da população do planeta (47%) e aqueles que veem riscos para as gerações futuras (47%). Na parcela de mulheres, a maioria (56%) vê riscos imediatos, ante 39% que veem riscos para futuras gerações.
No Rio Grande do Sul, 67% avaliam que as mudanças climáticas trazem riscos imediatos para as pessoas, e 30% dizem que há risco para pessoas que viverão daqui a muitos anos.
Também há diferença de opinião nas diferenças faixas etárias: 50% dos mais jovens, de 16 a 24 anos, avaliam que as mudanças climáticas são um risco para futuras gerações, e para 46% são um risco imediato. Na faixa seguinte, de 25 a 34 anos, esses índices são 45% e 51%, respectivamente. Entre quem tem de 35 a 44 anos, ficam em 43% e 51% as taxas para riscos futuros e imediatos, respectivamente. Na parcela de 45 a 59 anos, há maior diferença entre quem vê riscos imediatos (57%) e para futuras gerações (37%), e entre os mais velhos, com 60 anos ou mais, ficam mais próximos, como nas demais faixas (51% e 44%, respectivamente).
Na parcela com escolaridade fundamental, 48% acreditam que as mudanças climáticas trazem riscos imediatos para a população, e para 43% os riscos ameaçam as futuras gerações. Entre quem tem ensino médio, esses índices são de 49% e 47%, respectivamente, e entre quem tem escolaridade superior há opinião majoritária de que os riscos são imediatos (62%, ante 36% que veem riscos para o futuro).
Para 58%, a humanidade não conseguirá reverter as mudanças climáticas do planeta, e 31% acreditam que a humanidade conseguirá revertê-las. Há 7% que acreditam que não faz diferença para a humanidade se as mudanças climáticas serão revertidas ou não pela humanidade, e 3% não opinaram.
Nas últimas semanas, 77% dos brasileiros dizem ter passado por algum tipo de evento climático extremo, incluindo aqueles que enfrentaram situação de calor extremo (65%), chuva intensa ou tempestade (33%), seca extrema (29%), enchente ou alagamento (20%) ou deslizamento de terra (7%).
Além do Rio Grande do Sul, onde 92% passaram por chuva intensa ou tempestade, os moradores da região Nordeste também foram mais atingidos por esse tipo de evento (49%) do que a média do país. No Rio Grande do Sul, 59% foram atingidos por enchentes e alagamentos, índice que também fica acima da média no Nordeste (29%). Ainda no Rio Grande do Sul, 22% foram atingidos por deslizamentos de terra.
A comparação com o levantamento realizado em dezembro de 2023 sobre o mesmo tema mostra redução do percentual de brasileiros expostos a algum dos eventos climáticos consultados, de 94% para 77%. Pontualmente, houve redução significativa na parcela que enfrentou calor extremo (de 89% para 65%), chuva intensa ou tempestade (de 50% para 33%), e enchentes ou alagamentos (de 31% para 20%).