28% não estão em isolamento social contra coronavírus

DE SÃO PAULO

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Pesquisa Datafolha mostra que quase a totalidade dos brasileiros adultos que possui celular (99%) tomou conhecimento da pandemia de coronavírus, que atingiu o país. Em comparação a pesquisa anterior, a taxa de conhecimento ficou igual, porém, observa-se que a parcela de entrevistados que declararam estar bem informados sobre o coronavírus cresceu.

Da parcela que tem conhecimento, 78% declararam que estão bem informados sobre o assunto (era 72% em março), 20% mais ou menos informados (era 24%) e 1% está mal informado (era 3%). Uma fração de 1% não tem conhecimento sobre o tema (mesmo índice anterior). O índice de bem informados sobre o tema é mais alto entre os instruídos (88%) e entre os mais ricos (94%).

Nesse levantamento, nos dias 01, 02 e 03 de abril de 2020, foram realizadas 1.511 entrevistas por telefone, com brasileiros de 16 anos ou mais, que possuem celulares, de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Quanto ao impacto da pandemia do coronavírus na rotina dos brasileiros, 4% declararam que a vida está normal, sem nenhuma mudança (entre os mais jovens o índice sobe para 8%), 24% estão tomando cuidado, mas ainda saem de casa para ir trabalhar ou para outras atividades (o índice é mais alto entre os homens, 33%, entre os assalariados registrados, 44%, e entre os empresários, 42%), 54% saem de casa somente quando é inevitável (o índice é mais alto entre as mulheres do que entre os homens, 59% ante 48%, e entre os mais instruídos, 61%) e 18% estão totalmente isolados, sem sair de casa. Entre os mais velhos, 3% seguem a vida normalmente, 11% saem de casa para ir ao trabalho, 53% saem somente quando é inevitável e 33% estão totalmente isolados.

A maioria (77%) tem medo de ser infectado pelo coronavírus (entre as mulheres o índice é mais alto do que entre os homens, respectivamente, 82% e 71%), desses, 38% têm muito medo (44% entre as mulheres ante 31% entre os homens) e 39% um pouco de medo. Um quarto (23%) não tem medo de ficar doente. Em comparação à pesquisa de março, os índices oscilaram dentro da margem de erro da pesquisa quando 74% tinham algum medo (36% muito medo e 38% um pouco de medo) e 26% não tinham medo.

Com relação ao risco de ser infectado pelo coronavírus, os índices ficaram estáveis: 81% avaliam que têm alguma chance (era 83% em março), desses, 17% avaliam como grande a chance (era 20%), 29% como média (era 33%) e 35% como pequena (era 30%). Para 16%, não há chance de se infectar com o coronavírus (era 12%) e 3% não opinaram.

Sete em cada dez (72%) avaliam que têm alguma chance de contaminar outras pessoas de forma involuntária, sendo que 25% avaliam essa chance como grande, 19%, como média e 28%, como pequena. Uma parcela de 26% avalia que não há chance de infectar outras pessoas (entre os que têm 60 anos ou mais o índice sobe para 46%) e 2% não opinaram.

De maneira geral, os mais jovens e os mais instruídos estão mais pessimistas quanto à chance de se infectar e contaminar alguém de maneira involuntária, entre esses segmentos os índices são mais altos do que na média.

Já, a chance de algum morador da residência ser infectado, 72% avaliam que há alguma chance, desses, 21% avaliam como grande a chance, 23% como média e 28% como pequena. Para 22% não há chance.

Para 46%, os brasileiros de modo geral estão menos preocupados do que deveriam estar, para 33%, estão preocupados na medida certa e para 19%, estão mais preocupados do que deveriam. Uma parcela de 2% não opinou. Em março, os índices eram próximos, respectivamente, 44%, 34% e 20%.

A metade dos entrevistados (52%) avalia que o coronavírus irá causar muitas mortes de brasileiros, ante 41% que avaliam que irá causar poucas mortes. Uma fração de 6% não opinou. Em comparação à pesquisa de março, a parcela que espera por muitas mortes cresceu (era 45%), enquanto a parcela que espera por poucas mortes recuou 5 pontos percentuais (era 46%).

A expectativa que o coronavírus cause muitas mortes no país alcança índices mais altos entre os mais jovens (63%), entre os mais instruídos (63%) e entre os mais ricos (65%).