Bolsonaro é aprovado por 33%, e 45% apoiam processo de impeachment

DE SÃO PAULO

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Três dias após a saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça e Segurança Pública, o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é aprovado por um terço dos brasileiros (33%), e reprovado por 38%. Para 26%, a gestão Bolsonaro é regular, e 3% não opinaram.

Os resultados são de pesquisa feita no dia 27 de abril, junto a 1503 brasileiros que possuem celular, pós ou pré-pago, com 16 anos ou mais, em todas as regiões do país. Para evitar contato pessoal, as entrevistas foram feitas por telefone. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando o total da amostra.

A última pesquisa de avaliação do Datafolha do governo Bolsonaro em geral, e não somente em relação ao seu desempenho na crise do coronavírus, foi realizada em dezembro, utilizando a metodologia de ponto de fluxo, com entrevistas pessoais nas ruas do país. Nesse levantamento, Bolsonaro era aprovado por 30%, reprovado por 36%, e tinha seu governo avaliado como regular por 32%, com 1% sem opinião a respeito.

Atualmente, Bolsonaro é mais reprovado entre os jovens na faixa de 16 a 24 anos (41%) e entre 24 a 34 anos (43%) do que entre os mais velhos, com 60 anos ou mais (33%). Entre quem estudou até o ensino superior, 47% consideram seu governo ruim ou péssimo, acima do registrado entre quem estudou até o ensino fundamental (35%) ou médio (36%). Na parcela mais pobre, com renda familiar mensal de até 2 salários, 30% aprovam a gestão Bolsonaro, índice que fica em 39% na faixa de 2 a 5 salários, em 33% na faixa de 5 a 10 salários e em 40% entre os mais ricos, com renda familiar superior a 10 salários. No Norte/Centro-Oeste, a aprovação (41%) supera a reprovação (30%) pela maior margem. Na região Sul, esses índices ficam em 38% e 30%, respectivamente. No conjunto de estados do Nordeste, a reprovação (43%) é mais alta do que a aprovação (25%), situação que se repete no Sudeste (41% a 33%).

Na parcela da população que avalia o trabalho feito por Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública como ótimo ou bom, 32% aprovam Bolsonaro, e 38% o reprovam, em média com a opinião geral. Entre quem reprovava o desempenho do ex-juiz na pasta, 37% avaliam o governo Bolsonaro positivamente, 53%, negativamente.

Uma parcela de 21% sempre confia nas declarações do presidente, e 38% nunca confiam. Há ainda 37% que às vezes confiam, e 5% preferiram não opinar sobre o tema. Em pesquisa realizada em dezembro com a metodologia de ponto de fluxo, 19% sempre confiavam em Bolsonaro, 43% nunca confiavam, e 37% às vezes confiavam.

Na comparação com pesquisa realizada no último dia 17, a taxa dos que acreditam que o presidente Jair Bolsonaro tem capacidade de liderar o país caiu 7 pontos, de 52% para 45%. Nesse intervalo, subiu de 44% para 49% o índice dos que acreditam que ele é incapaz de ser o líder que o Brasil precisa, e oscilou de 4% para 5% a parcela dos sem opinião sobre o tema.

Questionados se o Congresso Nacional deveria abrir um processo de impeachment para afastar Jair Bolsonaro da Presidência, os brasileiros se dividiram em blocos iguais: 45% são favor do início do processo de impedimento do presidente, e 48% são contra. Os demais 7% não opinaram. Entre os mais jovens, 54% são a favor da abertura do processo de impeachment de Bolsonaro, índice que cai para 47% na faixa intermediária, de 35 a 44 anos, e vai a 34% entres os mais velhos, com 60 anos ou mais. Na parcela dos mais pobres, há uma divisão: 48% acham que o Congresso deveria abrir processo para impedir o presidente, e 45% pensam o contrário, que não deveria abrir. No grupo que tem renda familiar de 2 a 5 salários, 58% são contra a abertura do impeachment, e 39%, a favor. Entre quem tem renda de 5 a 10 salários, novo empate (49% pelo impedimento, 47% contra), e entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários, a maioria é contrária (60% a 34%).

O apoio à renúncia do presidente tem, atualmente, mais apoio do que no início do mês: em pesquisa realizada nos dias 3 e 4 de abril, 37% apoiavam a renúncia de Bolsonaro, índice que subiu para 46% no levantamento atual. Nesse período, passou de 59% para 50% o índice dos que acreditam que o presidente não deveria renunciar ao seu cargo. Há ainda 5% que preferiram não opinar.

Na parcela da população com renda familiar entre 5 e 10 salários, o apoio à renúncia subiu de 29% para 51%. Nas faixas de renda inferior a cinco salários a alta no apoio à renúncia ficou dentro da média (entre 7 e 8 pontos percentuais), e entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários houve oscilação de 39% para 36%.

Entre aqueles que acreditam que neste momento é melhor manter as pessoas em casa para evitar que o coronavírus se espalha, a maioria (58%) defende que Bolsonaro renuncie à Presidência, e 36% acreditam que ele não deva renunciar. No grupo que defende acabar com o isolamento, 79% são contra a renúncia do presidente, e 19%, a favor.