Pandemia levou à queda da população economicamente ativa no país

DE SÃO PAULO

Baixa a pesquisa completa http://media.folha.uol.com.br/datafolha/2020/08/20/8bac9032eeb4fc1df32e31ab4cc97d72eren.pdf

A pandemia aumentou o desemprego, principalmente, entre os mais jovens e entre os mais pobres. Para medir esse efeito, o Datafolha perguntou qual era a ocupação dos entrevistados agora e antes da pandemia.

Atualmente, 69% fazem parte da PEA (População Economicamente Ativa) (78% antes da pandemia), sendo 21% assalariados registrados (contra 28%) e 12% desempregados procurando emprego (contra 4%), entre outras ocupações. Uma parcela de 31% não faz parte da PEA (22% antes), sendo 5% desempregados que não procuram emprego (era 1%).

Entre os mais jovens e entre os mais pobres o aumento do desemprego foi mais alto no período: o índice entre os mais jovens passou de 5% para 20%, e entre os mais pobres, de 5% para 18%. Entre os negros, o desemprego aumentou de 6% para 16%, entre os brancos esses índices são 3% e 10%, respectivamente.

Nesse levantamento, entre os dias 11 e 12 de agosto de 2020, foram realizadas 2.065 entrevistas por telefone com brasileiros de 16 anos ou mais, que possuem celulares, de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Quatro em cada dez trabalhadores formais (assalariados registrados e funcionários públicos) (39%) declararam que sofreram redução jornada de trabalho no período da pandemia - entre os trabalhadores da região Nordeste o índice sobe para 48%. Observa-se que o índice de redução de jornada de trabalho é mais alto entre as mulheres do que entre os homens: 46% ante 33%. E também foi mais alta entre os mais velhos (54%) do que entre os mais jovens (46%).

Quanto à redução salarial, um quarto (23%) dos trabalhadores formais declarou que sofreu redução e 76% declararam que não. Observa-se diferença significativa no índice dos que sofreram redução salarial por sexo, sendo mais alto entre as mulheres (29%) do que entre os homens (19%). Entre os que têm maior renda familiar, 13% tiveram redução de salário, contra 27% entre os que têm menor renda.
Já, entre os trabalhadores informais, o cenário se inverte, a maioria declarou (62%) que sofreu com a redução de rendimentos no período da pandemia, ante 38% que não tiveram redução.