Isolamento social continua em patamar mais baixo da pandemia

DE SÃO PAULO

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Os níveis sociais de isolamento ficaram estáveis entre dezembro e janeiro, no patamar mais baixo da série histórica. Quatro em cada dez adultos (40%) que possuem celular estão totalmente isolados ou saem de casa somente quando inevitável (era 39% em dezembro de 2020, 51% em agosto, 63% em junho e 72% no início de abril). Desses, 7% não saem de casa de jeito nenhum (era 5% em dezembro, 8% em agosto, 12% em junho e 18% no início de abril) e 33% saem de casa somente quando muito necessário (era 34% em dezembro, 43% em agosto, 51% em junho e 54% no início de abril). Uma parcela de 53% declarou que sai de casa para trabalhar ou fazer outras atividades (era 54%) e 7% saem de casa normalmente, sem alterar a rotina (mesmo índice anterior).

Entre os que têm 60 anos ou mais e fazem parte do grupo de risco, 18% estão totalmente isolados, esse índice era de 36% no início da pandemia.

A saída de casa somente quando inevitável alcança índices mais altos entre as mulheres (45%, ante 19% entre os homens) e entre os mais velhos (51%, ante 24% entre os que têm 25 a 44 anos). Já, a saída de casa para ir ao trabalho e outras atividades alcança índices mais altos entre os homens (63%, ante 44% entre as mulheres), entre os que têm 35 a 44 anos (65%), entre os empresários (72%), entre os trabalhadores registrados (77%) e entre os trabalhadores sem registro (73%). Por fim, da parcela que sai de casa normalmente são observados índices mais altos entre os homens (11%, ante 3% entre as mulheres), entre os que têm 16 a 24 anos (11%, ante 3% entre os que têm 60 anos ou mais), entre os empresários (13%), entre os que sempre confiam nas falas do presidente Jair Bolsonaro (14%) e entre os que não têm medo de se infectar com o coronavírus (19%).

Seis em cada dez (62%) avaliam que a pandemia de coronavírus está fora de controle no país, para 33%, está parcialmente controlada e para 3% está totalmente controlada. Uma fração de 2% não opinou.

A percepção que a pandemia está fora de controle é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e alcança índices mais altos entre as mulheres (66%), entre os mais velhos (69%), entre os moradores da região Sudeste (68%) e entre os mais pobres (66%). Na análise das variáveis atitudinais, a percepção que a pandemia está fora de controle é mais alta entre os que reprovam o governo de Jair Bolsonaro (80%), entre os que nunca confiam nas falas do presidente (79%), entre os que têm muito medo de se infectar (75%) e entre os que reprovam a maneira como o governo Federal vem enfrentando a pandemia (82%).

Entre os que aprovam o desempenho do governo Bolsonaro, 39% avaliam que a pandemia está fora de controle, 50% avaliam que está parcialmente controlada, para 6% está totalmente controlada e 5% não opinaram.

Nesse levantamento, entre os dias 20 e 21 de janeiro de 2021, foram realizadas 2.030 entrevistas por telefone com brasileiros de 16 anos ou mais, que possuem celulares, de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

A parcela que tem medo de se infectar com o coronavírus retornou ao patamar de agosto passado, 77% (era 73% em dezembro, 78% em agosto, 79% em junho e 77% no início de abril). Desses, 44% têm muito medo (era 41% em dezembro) e 33% um pouco de medo (era 32% em dezembro). Já, a fração que não tem medo se infectar com o coronavírus recuou de 24%, em dezembro, para 16%, o índice mais baixo da série, e a fração que declarou espontaneamente que já se contaminou alcançou 7% (era 3% em dezembro).

Observam-se diferenças significativas na taxa de muito medo em ser infectado pela doença por gênero, idade e renda: entre as mulheres, 55% têm muito medo, ante 33% entre os homens; entre os que têm 60 anos ou mais, 51% têm muito medo, ante 34% entre os que têm 16 a 24 anos; e, entre os mais pobres, 50% têm muito medo de ser infectado, ante 41% entre os mais ricos. Também se observa diferença significativa por região, o índice de muito medo de ser infectado pelo coronavírus é mais alto entre os moradores da região Sudeste (48%) do que entre os moradores da região Sul (33%).

Oito em cada dez (79%) declararam que pretendem se vacinar contra a Covid-19, 17% não pretendem e 4% não opinaram. Em comparação a pesquisa anterior, de dezembro de 2020, quando não havia nenhuma vacina aprovada pela Anvisa, a taxa dos que pretendem se vacinar cresceu seis pontos percentuais (era 73%), porém segue abaixo da taxa observada em agosto de 2020 (89%). Já, o índice dos que não pretendem se vacinar recuou cinco pontos percentuais (era 22% em dezembro).

A parcela que pretende se vacinar é majoritária em todos os segmentos e alcança índices mais altos entre os mais velhos (88%), entre os que têm muito medo de se infectar (88%), entre os mais instruídos (86%), entre os que reprovam o governo Bolsonaro (88%), entre os que nunca confiam nas falas do presidente (87%) e entre os que reprovam a forma como o Governo Federal vem enfrentando a pandemia (86%).

Entre os que aprovam o governo Bolsonaro, 68% pretendem se vacinar, 25% não pretendem e 6% não opinaram.
A maior parcela (55%) avalia que a vacinação contra a Covid-19 deve ser obrigatória para todos os brasileiros. Para 44%, as vacinas não devem ser obrigatórias e 1% não opinou. Em comparação à pesquisa de dezembro passado, os índices ficaram estáveis (56% eram favoráveis à obrigatoriedade da vacina e 43% eram contrários).