Para 67%, economia do país piorou nos últimos meses

DE SÃO PAULO

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A maioria dos brasileiros adultos (67%) avalia que a situação econômica do país piorou nos últimos meses. Para 17%, a situação econômica do país ficou como estava, para 15% a situação melhorou e 1% não opinou. Em comparação com a pesquisa de maio, os índices ficaram estáveis: naquela data, 66% avaliavam que a situação econômica do país piorou, 18% que ficou igual e 14% que melhorou.

O índice daqueles que avaliam que a situação econômica do país piorou é majoritário em todas as variáveis sociodemográficas e alcança patamares mais altos entre as mulheres do que entre os homens (73%, ante 60%), entre os que estão desempregados (78%), entre os que declararam que a renda familiar é
muito baixa e traz muitas dificuldades (76%) e entre os que reprovam o governo de Jair Bolsonaro (90%).

Por outro lado, são observadas taxas mais altas daqueles que avaliam que a situação econômica do país melhorou entre os homens do que entre as mulheres (21%, ante 11%), entre os que possuem renda familiar de mais de 5 a 10 salários mínimos (24%, ante 10% entre os mais pobres), entre os empresários (55%), entre os que declararam que a renda familiar é mais do que suficiente (43%) e entre os aprovam o governo Bolsonaro (42%).

O atual levantamento foi realizado nos dias 22 e 23 de junho de 2022, com 2.556 entrevistas presenciais em 181 municípios, com eleitores de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Sobre a situação econômica pessoal, houve uma melhora na avaliação geral. Uma parcela de 47% avalia que a situação piorou nos últimos meses (era 52% em maio), 32% avaliam que ficou igual (era 29%) e 21%, que melhorou (era 19%).

Observa-se taxas mais altas de piora da situação econômica pessoal nos últimos meses entre as mulheres do que entre os homens (53%, ante 39%), entre os menos instruídos (51%), entre os que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos (55%), entre os que estão desempregados (66%), entre os que declararam que a renda familiar é muito baixa e traz muitas dificuldades (66%) e entre os que reprovam o governo de Jair Bolsonaro (66%).

Em contrapartida, são observadas taxas mais altas de melhora da situação econômica pessoal nos últimos meses entre os homens do que entre as mulheres (26%, ante 16%), entre os que possuem renda familiar de mais de 5 a 10 salários mínimos (32%, ante 14% entre os mais pobres), entre os empresários (42%), entre os que declararam que a renda familiar é mais do que suficiente (58%) e entre os aprovam o governo Bolsonaro (47%).

O destaque entre esses indicadores é a inflação: três em cada quatro brasileiros (74%) preveem alta na inflação nos próximos meses, ante 46% em dezembro de 2021 e 69% em setembro do mesmo ano. Para 10%, a inflação vai diminuir, 12% acreditam que ficará como está, e 5% não responderam.

Na parcela que aprova o governo de Jair Bolsonaro (PL), 59% esperam por alta na inflação, índice que sobe para 81% entre os que o reprovam.

Metade (50%) dos brasileiros também prevê alta no desemprego nos próximos meses, e os demais se dividem entre os que têm expectativa de queda (20%), estabilidade (26%) ou não têm opinião sobre o tema (4%). Em dezembro, 35% esperavam por alta no desemprego.

Entre os homens, 24% preveem queda na taxa de desocupação, índice mais alto do que o registrado entre mulheres (17%). Essa previsão mais otimista também fica acima da média entre os mais ricos (29%), empresários (33%) e brasileiros que aprovam o governo Bolsonaro (38%).

A previsão de queda no poder de compra é compartilhada por 40% (eram 25% em dezembro), e 29% preveem estabilidade. Para 27%, porém, haverá aumento no poder de compra dos salários, e 4% não têm opinião sobre esse tema.

Uma parcela de 40% da população também avalia que a situação econômica do país irá piorar nos próximos meses, e os demais acreditam que haverá melhora (27%) ou estabilidade (29%), com 4% sem opinião. Em dezembro, 42% previam melhora na economia do país, e a taxa de pessimistas era metade da atual (20%).

O cruzamento da expectativa econômica para o país com as intenções de voto no primeiro turno da eleição presidencial mostra que 46% dos potenciais eleitores de Bolsonaro esperam por melhora no quadro econômico brasileiro nos próximos meses, e 29% preveem estabilidade. Na parcela que declara voto em Lula, 47% têm expectativa de piora, e 28%, de estabilidade.

Em relação à situação econômica pessoal, 45% preveem melhora nos próximos meses, e os demais têm expectativa de estabilidade (35%) ou piora (18%), além dos que não opinaram (2%). No levantamento anterior, 56% tinham expectativa positiva para a situação econômica pessoal.

Com o olhar para o futuro mais pessimista, a análise em retrospecto do que vem acontecendo na economia segue inalterada: 66% avaliam que a situação econômica do país piorou nos últimos meses, índice similar ao registrado em dezembro de 2021 (66%) e setembro de 2021 (69%). Para 13%, a economia melhorou (em dezembro, 13%), e 19% avaliam que não houve mudança (em dezembro, 21%).