Descrição de chapéu Opinião e sociedade Datafolha

Para 85%, a cor da pele não interfere em relacionamentos amorosos e nem em amizades

91% declararam que a cor de pele nunca interferiu ao longo da vida em algum relacionamento amoroso

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A maioria dos brasileiros adultos (85%) avalia que a cor de pele não interfere em relacionamentos amorosos, ante 15% que avaliam que interfere e 1% não opinou. A taxa de quem avalia que a cor não interfere nos relacionamentos amorosos é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e é próxima entre homens e mulheres: respectivamente, 86% e 84%.

Na análise por cor autodeclarada, observam-se diferenças significativas. A parcela que avalia que a cor interfere nos relacionamentos amorosos fica acima da média entre os que se autodeclararam como pretos (26%, ante 8% entre os que se autodeclararam como brancos) e entre as mulheres que se autodeclararam como pretas (39%, ante 9% entre as mulheres que se autodeclararam como brancas).

Os índices são praticamente os mesmos para a situação das amizades. Para 85%, a cor da pele não interfere nas amizades, para 14%, interfere, e 1% não opinou. A taxa de quem avalia que a cor não interfere nos relacionamentos amorosos é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e é próxima entre homens (86%) e mulheres (85%).

Os dois personagens da foto: Natália Olimpio e Thomaz Wellausen, são um casal inter-racial - ela é preta, e ele é branco - e contaram que apesar de não verem tratamento tão diferente, sentem alguns aspectos do racismo estrutural na forma como os outros os veem enquanto companheiros - (Foto: Karime Xavier/Folhapress)

Novamente, é observada diferença significativa por cor autodeclarada do entrevistado. São observados índices mais altos de que a cor da pele interfere nas amizades entre os homens que se autodeclararam como pretos (26%, ante 7% entre os homens que se autodeclararam como brancos) e entre as mulheres que se autodeclararam como pretas (33%, ante 7% entre as mulheres que se autodeclararam como brancas).

O atual levantamento foi realizado nos dias 09 e 17 de outubro de 2023, com 2.005 entrevistas presenciais em 111 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Quando questionados sobre os próprios relacionamentos amorosos ao longo da vida, 91% declararam que a cor nunca interferiu e 8% que já interferiu. A parcela que declarou que a cor já interferiu em algum relacionamento amoroso fica acima da média entre os homens que se autodeclararam como pretos (19%, ante 4% entre os homens que se autodeclararam como brancos) e entre as mulheres que se autodeclararam como pretas (19%, ante 4% entre as mulheres que se autodeclararam como brancas).

Sobre a cor de pele dos parceiros ou das parceiras, 45% declararam que todos ou a maioria tinha a mesma cor de pele em relação ao entrevistado (15% para todos e 30% para a maioria) e 47% que a minoria ou nenhum tinha a mesma cor de pele (23% para a minoria e 24% para nenhum). Uma fração de 1% declarou que nunca teve um relacionamento amoroso e 7% não opinaram.

Da parcela que declarou que todos ou a maioria dos parceiros tinham a mesma cor em relação à própria pele, observam-se índice mais altos entre os que têm 60 anos ou mais (53%) e entre os moradores da região Sul (57%).

Na análise por cor autodeclarada, observam-se diferenças nos índices. Entre os que se auto declararam como brancos, 51% declararam que todos ou a maioria dos parceiros tinham a mesma cor em relação à própria pele e 40% que a minoria ou nenhum tinha a mesma cor de pele, entre os que se autodeclararam como pretos os índices são, respectivamente, 37% e 58%.

Daqueles que tiveram relacionamentos amorosos sempre com pessoas de cor diferente à própria pele, 44% declararam que a cor de pele desses parceiros era branca (entre os que se autodeclararam como pretos o índice sobe para 77%), 21% que era parda, 33% preta, 5% amarela e 4% indígena, entre outras respostas (16%).

Quando a situação são as amizades ao longo da vida, nove em cada dez (90%) declararam que a cor de pele nunca interferiu nas amizades e 10% que já interferiu. A parcela que declarou que a cor já interferiu em alguma amizade é mais alta entre os homens que se autodeclararam como pretos (27%, ante 5% entre os homens que se autodeclararam como brancos) e entre as mulheres que se autodeclararam como pretas (25%, ante 4% entre as mulheres que se autodeclararam como brancas).

Sobre a cor de pele das amizades, 49% declararam que todos ou a maioria tinha a mesma cor de pele em relação ao entrevistado (6% para todos e 43% para a maioria) e 45% que a minoria ou nenhum tinha a mesma cor de pele (31% para a minoria e 14% para nenhum). Uma fração de 6% não opinou.

Daqueles que tiveram sempre amizades com pessoas de cor diferente à própria pele, 48% declararam que a cor de pele dessas amizades era branca, 45% que era preta, 25% que era parda, 19%, amarela e 15%, indígena, entre outras respostas (25%).

47% JÁ CASARAM OU FORAM MORAR JUNTO COM ALGUÉM DE COR DIFERENTE À PRÓPRIA PELE

Da fração que se já teve algum relacionamento amoroso, a metade (47%) se casou ou foi morar junto com alguém de cor diferente à própria pele, 45% não casaram ou foram morar junto com alguém de cor diferente e 8% nunca se casou ou foi morar junto com alguém. De maneira geral, não são observadas diferenças significativas por gênero ou por cor autodeclarada.

Daqueles que casaram ou foram morar junto com alguém de cor diferente à própria pele, 41% declararam que a cor do cônjuge era branca (entre os que se autodeclararam como pretos o índice sobe para 70%), 27%, preta, 24%, parda, 3%, indígena e 2% amarela, entre outras respostas espontâneas (14%).

A MAIORIA DOS BRASILEIROS ADULTOS SE CONSIDERAM ATRAENTES

Seis em cada dez brasileiros adultos (62%) se consideram atraentes, um terço (33%) não se considera atraente e 5% não opinaram. A taxa que se considera atraente é próxima entre homens e mulheres, respectivamente, 64% e 60%.

A parcela que se considera atraente é majoritária em todas as variáveis sociodemográficas e fica acima da média entre os que têm 25 a 34 anos (71%), entre os mais instruídos (68%, ante 59% entre os menos instruídos) e entre os homens que se autodeclararam como pretos (72%, ante 58% entre as mulheres que se autodeclararam como pretas).

Quando questionados sobre quais cores de pele se sentem atraídos, 40% declararam de forma espontânea que a cor é indiferente, 28% a parda, 20% a preta (entre os que se autodeclararam como pretos o índice é mais alto, 38%), 14% a branca, 5% a indígena e 2% a amarela. Uma fração de 3% não opinou.

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