Na capital paulista, 52% são contrários ao voto obrigatório e 46% são favoráveis
Vontade de ir votar nas próximas eleições alcança taxas mais altas entre os mais instruídos e entre os mais ricos
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Os eleitores de São Paulo ficaram divididos sobre o voto obrigatório, 52% são contrários, 46% são favoráveis e 1% não se posicionou. Na análise por segmentos sociodemográficos são observadas diferenças de opinião por gênero, faixa etária e autoclassificação política.
O índice de favoráveis ao voto obrigatório é mais alto entre as mulheres do que entre os homens (52%, ante 38%), entre os que têm 16 a 24 anos (63%, ante 42% entre os que têm 60 anos ou mais) e entre os que se autodeclararam como petistas (54%, ante 43% entre os autodeclarados bolsonaristas). O índice de favoráveis é mais alto entre os eleitores de Guilherme Boulos (PSOL) do que entre os eleitores de Ricardo Nunes (MDB), respectivamente, 57% e 44%.
Em contrapartida, o índice de contrários ao voto obrigatório é mais alto entre os homens (61%, ante 45% entre as mulheres), entre os que têm 45 a 59 anos (61%), entre os que pretendem anular o voto na próxima eleição (72%) e entre os que se autodeclararam como bolsonaristas do que entre os autodeclarados como petistas (55%, ante 45%).
Nesse levantamento, entre os dias 06 e 07 de agosto de 2024, foram realizadas 1.092 entrevistas presenciais na cidade de São Paulo, com eleitores de 16 anos ou mais, de todas as classes sociais e de todas as regiões da cidade. A margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
Quando questionados se votariam na próxima eleição municipal na situação hipotética do voto não ser mais obrigatório, 53% declararam que iriam, 46% que não iriam e 1% não opinou.
A taxa daqueles que iriam votar se o voto fosse facultativo é mais alta entre os mais instruídos (69%, ante 41% entre os menos instruídos), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (71%, ante 42% entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos) e entre os eleitores de Boulos (77%, ante 58% entre os eleitores de Nunes). Já, a taxa daqueles que não iriam votar se o voto fosse facultativo é mais alta entre os menos instruídos (58%), entre os que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos (58%), entre os evangélicos (55%) e entre os eleitores de Datena (65%).
Quanto à vontade ir votar nas eleições deste ano, numa escala de 0 a 10, a nota média ficou em 6,1. Uma parcela de 38% deu as notas 9 e 10 para a vontade de ir votar nas próximas eleições (interesse alto), 17% deram as notas 7 e 8 (interesse médio-alto), 18% as notas 4 a 6 (interesse médiobaixo) e 26% as notas 0 a 3 (interesse baixo).
Observa-se que a nota média é mais alta entre os mais instruídos (6,7), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (7,1, ante 5,6 entre os que possuem renda familiar de até 2 salários mínimos) e entre os que estão satisfeitos com os governos do que entre os que estão insatisfeitos - entre os que aprovam o governo municipal (6,9, ante 6,1 entre os que reprovam), entre os que aprovam o governo estadual (7,1, ante 6,1 entre os que reprovam) e entre os que aprovam o governo federal (7,3, ante 5,1 entre os que reprovam).
Na análise por intenção de voto, observa-se que a nota média da vontade de ir votar nas próximas eleições é mais alta entre os eleitores de Boulos (7,8) do que entre os eleitores de Nunes (6,8%), Datena (4,9) e Marçal (6,6).
35% Concordam com a frase "O voto individual não faz diferença"
Entre os menos instruídos o índice sobe para 57%
O Datafolha apresentou quatro frases sobre o voto e eleições e pediu para os entrevistados dizerem se concordam ou discordam de cada uma delas. Com a taxa de concordância mais alta ficou a frase "É tradição na minha família ir votar nas eleições", 85% concordam com ela (73% totalmente e 12% em parte), 14% discordam dela (6% em parte e 8% totalmente), 1% não concorda e nem discorda e 1% não opinou.
Na sequência vem a frase "O resultado da eleição para prefeito terá impacto direto na minha vida", 70% concordam com ela (47% totalmente e 23% em parte), 26% discordam dela (11% em parte e 15% totalmente), 2% não concordam e nem discordam e 1% não opinaram. Observam-se taxas mais altas de discordância entre os menos instruídos (35%) e entre os eleitores de Datena (38%).
Um terço (35%) declarou concordar com a frase "O voto individual não faz diferença" (23% totalmente e 12% em parte), 63% discordaram dela (13% em parte e 50% totalmente), 1% não concorda e nem discorda e 1% não opinou. A taxa de concordância fica acima da média entre os menos instruídos (57%, ante 20% entre os mais instruídos) e entre os que possuem renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (43%, ante 21% entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos).
E, por fim, 19% concordam com a frase "O meu local de votação é longe de casa e difícil para chegar", 80% discordam dela (12% em parte e 68% totalmente), 1% não concorda e nem discorda e 1% não opinou. A taxa de concordância fica acima da média entre os menos instruídos (31%) e entre os eleitores de Datena (28%).