Da parcela que já ouviu falar de inteligência artificial, 56% temem que ela faça sua profissão desaparecer

Mulheres que já ouviram falar em inteligência artificial são mais pessimistas em relação aos seus efeitos no futuro do que os homens

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Pesquisa Datafolha revela que 86% dos brasileiros, com 16 anos ou mais, já ouviram falar em inteligência artificial. Nesse universo, 29% se consideram bem informados sobre o assunto, 41% se sentem mais ou menos informados, 16% já ouviram falar, mas estão mal informados sobre o assunto, e 14% não ouviram falar sobre inteligência artificial.

O índice de conhecimento sobre inteligência artificial supera o índice de desconhecimento em todos os estratos sociodemográficos e cresce conforme aumenta a renda familiar (96% entre os que possuem renda familiar acima de 5 salários mínimos, ante 79% entre os que têm renda familiar até 2 salários mínimos), também, destaca-se entre os mais jovens (95% entre os que têm 16 a 24 anos, ante 71% entre os que têm 60 anos ou mais), entre os mais escolarizados (97%, ante 63% entre os menos), entre os que residem em capitais ou regiões metropolitanas, em comparação com os que residem no interior do país (89%, ante 83%), e entre os que moram na região Sudeste (90%, ante 78% dos moradores da região Nordeste).

29/03/2023. Ilustração em vetor de um homem de perfil em frente ao computador. Na tela, imagem de uma cabeça com um cérebro artificial. Balões de fala saem do computador e do homem. - artem/Adobe Stock

O atual levantamento foi realizado nos dias 10 e 11 de junho de 2025, com 2.004 entrevistas presenciais em 136 municípios, com população de 16 anos ou mais de todas as regiões do país. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.

Os brasileiros ficaram divididos sobre os impactos da IA. Da parcela que já ouviu falar sobre IA, 38% avaliam que ela irá trazer mais prejuízos do que benefícios para a própria vida, 36% avaliam que irá trazer mais benefícios do que prejuízos, 23% que não irá prejudicar e nem beneficiar, e 4%, não opinaram.

O índice dos que acreditam que o crescimento do uso de inteligência artificial nos próximos anos irá mais prejudicar do que beneficiar a própria vida é mais alto entre as mulheres, do que entre os homens (43%, ante 33%), entre os que têm renda familiar de até 2 salários mínimos (43%), entre os evangélicos (46%, ante 34% entre os católicos), e entre os que se sentem mal informados sobre inteligência artificial (47%).

Já, os otimistas em relação aos efeitos do crescimento do uso de inteligência artificial em suas vidas alcançam índices mais altos entre os homens (43%, ante 28% entre as mulheres), entre os que têm 25 a 34 anos (46%), entre os mais escolarizados (49%, ante 26% entre os menos escolarizados), entre os que possuem renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (49%) e entre os que se consideram bem informados sobre inteligência artificial (51%).

Dos que já ouviram falar sobre inteligência artificial, 45% declararam já a terem utilizado em algumas situações. De forma espontânea, 21% declararam que já utilizaram para pesquisar sobre algum assunto, 17% utilizaram para o trabalho, 13% para a escola ou faculdade, e 3% para criar imagens, fotos ou vídeos, entre outras respostas menos citadas. Uma parcela de 55% declarou nunca ter utilizado IA.

Os índices de uso de inteligência artificial aumentam à medida que a faixa etária diminui, alcança 64% entre os que têm 16 a 24 anos, 58% entre os que têm 25 a 34 anos, 46% entre os que têm 35 a 44 anos, 32% entre os que têm 45 a 59 anos, e 21% entre os que têm 60 anos ou mais. A taxa de uso também é mais alta entre os homens do que entre as mulheres (49%, ante 40%), entre os mais escolarizados (70%, ante 16% entre os menos escolarizados), entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos (61%, ante 37% entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos), entre os residentes da região Sul, em comparação aos que moram na região Nordeste (52%, ante 41%) e entre os que se consideram bem informados sobre inteligência artificial (70%).

Em contrapartida, as taxas de não uso da IA são mais altas entre as mulheres do que entre os homens (60%, ante 50%), entre os que têm 60 anos ou mais (78%, ante 35% entre os que têm 16 a 24 anos), entre os menos instruídos (83%, ante 30% entre os mais instruídos) e entre os que têm renda familiar de até 2 salários mínimos (62%, ante 39% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos).

Por fim, quanto ao temor da IA eliminar a própria profissão ou área profissional do entrevistado, a maioria (56%) dos brasileiros declarou possuir medo. Desses, 26% têm muito medo e 30%, um pouco. Quatro em cada dez (41%) não possuem medo e 3% não opinaram.

A taxa daqueles que têm medo dos efeitos da IA na profissão é mais alta entre as mulheres (62%, ante 50% dos homens), entre os menos escolarizados, em comparação aos mais escolarizados (61%, ante 48%), entre os que têm renda familiar mensal de até 2 salários mínimos (63%, ante 44% entre os que têm renda familiar mensal de mais de 5 salários mínimos), entre os evangélicos (62%, ante 53% entre os católicos), e entre os que se consideram mal informados sobre inteligência artificial, do que os que se consideram bem informados (61%, ante 49%).

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