Recorde, reprovação a Dilma supera pior momento de Collor
66% dos brasileiros apoiam abertura de processo para afastar petista do cargo
A reprovação ao governo Dilma Rousseff (PT) voltou a subir e atingiu patamar mais alto (71%) desde que a petista tomou posse, em 2011. Na comparação com pesquisa realizada em junho deste ano, o índice de rejeição à gestão da petista avançou seis pontos (era de 65%), enquanto a taxa de aprovação oscilou de 10% para 8%. Há ainda 20% que consideram o governo da petista, hoje, regular, ante 24% em junho.
O índice de rejeição atual coloca Dilma como a presidente mais impopular na série histórica do Datafolha, que tem início em 1987. Até então, essa posição cabia a Fernando Collor, que em setembro de 1992, pouco antes de ser afastado da Presidência da República, tinha 68% de reprovação, e a José Sarney, que em setembro de 1989 também era reprovado por 68%. Os levantamentos feitos entre 1987 e 1990, durante o governo Sarney, porém, eram realizados em 10 capitais brasileiras, e só em março de 1990 passaram a ter abrangência nacional.
A nota média atribuída ao desempenho de Dilma Rousseff à frente da Presidência, atualmente, é 3,0, nota mais baixa já registrada durante seu governo. Em junho, os brasileiros atribuíam nota média 3,4 ao desempenho da petista. Aproximadamente quatro em cada dez brasileiros (38%) atribuem nota zero à atual administração.
Nesse levantamento nos dias 04 e 05 de agosto de 2015, foram realizadas 3.363 entrevistas em 201 municípios brasileiros. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos considerando um nível de confiança de 95%.
Maioria apoia processo de impeachment, mas metade não acredita em afastamento
Para 66% dos brasileiros, o Congresso Nacional deveria abrir um processo para afastar Dilma da Presidência da República. Em abril deste ano, um percentual próximo (63%) defendia que os congressistas iniciassem um processo de impeachment contra a petista - a questão consultada, porém, ligava o processo de afastamento às denúncias de corrupção originadas na Operação Lava Jato, enquanto na pesquisa atual não há menção a essa operação. Há ainda 28% que avaliam que Dilma não deveria sofrer um processo de impeachment, e 5% não opinaram sobre o assunto.
O apoio à abertura de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff tem apoio abaixo da média entre os brasileiros mais escolarizados (56%), entre os mais velhos (59%) e entre os mais ricos (59%).
Apesar do apoio ao impeachment, 53% avaliam que Dilma não será afastada da Presidência, enquanto 38% acreditam que haverá afastamento. Uma parcela de 9% não opinou sobre o tema. Em abril, 64% avaliavam que a petista não seria afastada do cargo de presidente por causa das denúncias de corrupção da Operação Lava-Jato.
Preferência por presidencialismo supera parlamentarismo
Entre o presidencialismo, sistema em quem manda é o Presidente da República, e o parlamentarismo, sistema em quem manda são os deputados do Congresso Nacional, a maioria (53%) avalia que o primeiro é o melhor para o Brasil, e 28% preferem o sistema protagonizado pelos parlamentares. Um índice expressivo (de 19%) não tem opinião sobre ou assunto ou preferiu não optar por nenhum dos dois sistemas.
Entre os mais jovens, 34% acreditam que o parlamentarismo seria o melhor sistema de governo para o Brasil. Essa preferência também fica acima da média entre aqueles com renda familiar mensal de 5 a 10 salários (32%) e entre simpatizantes do PSDB (39%) e do PMDB (36%).