Após anúncio de candidatura, Alckmin cresce e Lula fica estável

DE SÃO PAULO

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Governador de SP vai de 15% para 24% na região Sul, e de 13% para 21% no Norte e Centro-Oeste

A primeira pesquisa realizada após a confirmação de Geraldo Alckmin como candidato à Presidência da República pelo PSDB mostra que o presidente Lula se mantém estável na liderança, e que o governador paulista ganhou seis pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, quando ainda disputava com o prefeito José Serra o direito de concorrer ao cargo máximo do país. Lula oscilou de 43% para 42% das intenções de voto, enquanto Alckmin ganhou seis pontos percentuais, passando de 17% para 23% das preferências. Assim, a diferença entre os dois, que era de 26 pontos na pesquisa realizada nos dias 20 e 21 de fevereiro, é hoje de 19 pontos.

Essas taxas se referem a um cenário no qual Anthony Garotinho figura como o candidato do PMDB. O ex-governador carioca oscilou de 11% para 12% das intenções de voto. Completam este cenário Heloisa Helena (PSOL), que se manteve com 6%, Roberto Freire (PPS), que oscilou de 2% para 3%, Cristovam Buarque (PDT), que permanece com 1% e Eymael (PSDC), que, mais uma vez, não atingiu 1% das menções.

Alckmin cresceu principalmente entre os que têm mais de 45 anos, entre os habitantes do Sul e do Norte e Centro-Oeste.

No cenário em que o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto representa o PMDB, Lula oscilou de 45% para 43%, e Alckmin subiu de 20% para 25%. Rigotto obtém 2% das intenções de voto, mesmo percentual verificado na pesquisa anterior, ficando atrás de Heloisa Helena, que se manteve com 8%, e empatado com Roberto Freire (oscilou de 3% para 4%), Cristovam Buarque (permaneceu com 1%) e Eymael (não chegava a 1% na pesquisa anterior, taxa que atinge hoje). Nessa situação, Lula chega a 52% dos votos válidos contra 48% dos demais candidatos. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, é impossível afirmar que, caso a eleição fosse agora, a disputa terminaria no primeiro turno.

A diferença entre Lula e Alckmin também diminuiu na simulação de um eventual segundo turno. Na pesquisa feita nos dias 20 e 21 de fevereiro, ela era de 18 pontos. No levantamento atual, ela fica em 12 pontos: Lula tem o apoio de 50% dos brasileiros contra 38% que preferem Alckmin. Na simulação em que o adversário de Lula para o segundo turno é Anthony Garotinho, o desempenho do presidente melhora: o petista alcança 55% contra 29% do peemedebista.

Na intenção de voto espontânea, na qual não se estimula os nomes dos candidatos, as menções a Alckmin subiram de 4% para 10%. Escolhem Lula 32% dos entrevistados (eram 30% em fevereiro).

Quanto à rejeição aos pré-candidatos a presidente, a pesquisa mostra estabilidade: Anthony Garotinho e Lula continuam sendo os candidatos que obtém as maiores taxas. Não votariam em Garotinho para presidente no primeiro turno 39%; eram 37% na pesquisa anterior. A rejeição a Lula, que era de 30% no levantamento anterior, é agora de 33%. Vêm a seguir Roberto Freire (20%), Eymael (18%), Heloisa Helena, Germano Rigotto (17%, cada), Geraldo Alckmin (16%) e Cristovam Buarque (15%). Votariam em qualquer um dos nomes listados na pesquisa 8% e não votariam em nenhum deles 3%.

O Datafolha ouviu 3801 brasileiros de todas as unidades da Federação, a partir dos 16 anos de idade, nos dias 16 e 17 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Avaliação do governo Lula continua estável; avaliação pessoal cai

A avaliação que os brasileiros fazem do governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva permanece estável: 38% consideram seu desempenho ótimo ou bom, percentual idêntico acha que ele vem fazendo um governo regular e 23% definem sua atuação como ruim ou péssima. Na pesquisa anterior, realizada nos dias 20 e 21 de fevereiro, o presidente era considerado ótimo ou bom por 37%, regular por 39% e ruim ou péssimo por 22%.

Por outro lado, a aprovação ao desempenho pessoal do presidente caiu nove pontos em relação ao levantamento de fevereiro: a taxa dos que consideram o desempenho pessoal do presidente ótimo ou bom caiu de 53% para 44%, enquanto a dos que o consideram regular passou de 31% para 35% e a dos que o definem como ruim ou péssimo subiu de 12% para 17%.

A pesquisa de fevereiro mostrava uma recuperação em relação a outubro do ano passado, quando o desempenho pessoal de Lula era considerado ótimo ou bom por 40%, regular por 37% e ruim ou péssimo por 20% dos brasileiros.

Ao completar três anos e dois meses, a avaliação do governo Lula é quase idêntica à obtida pela administração Fernando Henrique Cardoso, após mesmo tempo de mandato.. Pesquisa realizada nos dias 10 e 11 de março de 1998 mostrava que Fernando Henrique era considerado ótimo ou bom por 38% dos brasileiros, regular por 39% e ruim ou péssimo por 21%.

As maiores variações em relação à aprovação (soma das taxas de ótimo ou bom) do presidente foram verificadas entre os brasileiros com nível superior de escolaridade (recuou de 40% para 31%), entre os que têm renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (de 38% para 32%) e aqueles com idade entre 45 e 59 anos (de 43% para 36%).

Lula continua sendo pior avaliado pelos moradores do Sul do país: nessa região, a taxa dos que consideram seu governo ruim ou péssimo passou de 31% para 35%, enquanto a dos que o consideram ótimo ou bom foi de 30% para 25%.

A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é 6, a mesma registrada na pesquisa anterior.