História do Datafolha

Conheça marcos da história do Datafolha, de 1983 a 2021:

1983

O Datafolha foi criado em 1983, ainda como departamento de pesquisas e informática do Grupo Folha da Manhã, com o objetivo de oferecer conteúdo e servir como ferramenta de planejamento para o jornal Folha de S.Paulo e outros veículos e serviços da empresa. De lá para cá, as atribuições do departamento cresceram, ele se tornou uma empresa independente, conquistou inúmeros clientes e, atualmente, é um dos mais importantes institutos de pesquisa de inteligência de mercado e opinião pública do Brasil. Pouca coisa mudou, no entanto, na filosofia de trabalho que alia rigor técnico, ousadia e transparência na execução dos projetos. Os resultados dessa trajetória se confundem com a história do Brasil nas últimas décadas, e ao menos parte dela você pode conferir em nossa linha do tempo.

A produção de análises e informações precisas sobre temas cruciais para a opinião pública brasileira sempre foram uma característica de destaque do Datafolha, apresentada aos leitores logo em seu primeiro levantamento, que questionou os paulistanos sobre seu maior medo. O resultado ganhou a primeira página da Folha de S.Paulo de 1º de maio de 1983, sob o título "Assalto, maior medo da cidade". No mesmo ano, foram publicadas as primeiras avaliações da Presidência da República, comandada então pelo ditador João Baptista Figueiredo, e da Prefeitura de São Paulo, gerida à época por Mário Covas. As pesquisas são assinadas pelo Departamento de Pesquisas da Folha.

A primeira página da Folha de S.Paulo de 1º de maio de 1983, sob o título "Assalto, maior medo da cidade", uma pesquisa Datafolha
A primeira página da Folha de S.Paulo de 1º de maio de 1983 - Folhapress

1984

Em outubro de 1984, o Departamento de Pesquisa da Folha passa a se chamar Datafolha. A estreia do novo nome acompanha pesquisa sobre a eleição indireta para a Presidência: "Levantamento confirma tendência pró-Tancredo no Colégio" Consultar a opinião dos leitores sobre a cobertura dos jornais do Grupo Folha passou a ser parte das atribuições do Datafolha. Os resultados dessa interação com os leitores também mereceram destaque na Folha de S.Paulo.

1985

O Datafolha participa da primeira eleição para a Prefeitura de São Paulo. A proibição da divulgação de pesquisas na véspera da eleição leva à divulgação cifrada do resultado, na forma de mapa astral.

A proibição da divulgação de pesquisas na véspera da eleição leva à divulgação cifrada do resultado, na forma de mapa astral
Divulgação cifrada do resultado, na forma de mapa astral - Folhapress

1989

Na primeira eleição presidencial direta em mais de duas décadas, o Datafolha se destaca ao ser o primeiro instituto a anunciar que Lula, e não Leonel Brizola, seria o adversário de Fernando Collor no segundo turno.

O resultado das pesquisas reforça a imagem de credibilidade do Datafolha e o projeta como um dos institutos mais importantes do país.

1991

No início da década de 90, o Datafolha alcançou a marca de 1.000 pesquisas realizadas e se tornou uma empresa independente, passando a dividir seu foco de atuação entre as pesquisas de opinião e mídia para o Grupo Folha e clientes interessados em sua capacidade técnica. Ainda em 1991, o Datafolha foi às ruas perguntar aos brasileiros qual marca lhes vinha à cabeça quando pensavam em uma gama de 12 produtos, de carro a detergente, passando por sorvete, aparelho que TV e cerveja. Nascia o Top of Mind, pesquisa inédita que, além dos leitores, também fez a cabeça de empresas e agências de publicidade.

1993

Ao completar 10 anos de atividade, o Instituto Datafolha já possuía em seu histórico mais de 1.200 levantamentos realizados, 120 deles entregues a clientes não ligados ao Grupo Folha. Essa trajetória foi de inovação e agilidade foi reconhecida pela SBPM (Sociedade Brasileira de Pesquisa e Mídia) em 1993, que premiou o Datafolha por sua pesquisa de medição de audiência da MTV, iniciada no ano anterior. Neste, o Datafolha também acompanha o plebiscito sobre o regime de governo do país, e antecipa a vitória do presidencialismo.

1994

A metodologia de contagem de público desenvolvida pelo Datafolha é utilizada no velório do piloto Ayrton Senna, um dos maiores eventos públicos da história recente do país. Neste ano, o Datafolha inicia o monitoramento do desempenho da propaganda na TV Brasileira, em parceria com a revista Meio & Mensagem. A parceria se mantém até os dias atuais.

Multidão acompanha cortejo fúnebre do piloto Ayrton Senna da Silva
Multidão acompanha cortejo fúnebre do piloto Ayrton Senna da Silva, em maio de 1994 - Jorge Araújo/Folhapress

1995

Seguindo sua vocação de realizar estudos de fôlego, sobre temas controversos, o Datafolha realiza pesquisa inédita sobre preconceito de cor no Brasil, que dá origem ao caderno especial Racismo Cordial e a um livro sobre o tema. Neste ano, o instituto ganha o status de unidade de negócios.

1996

Em mais uma contribuição para o debate sobre os problemas brasileiros, o Datafolha envia seus pesquisadores a acampamentos de todo o país, e consulta o perfil dos brasileiros sem-terra. Neste ano, o Datafolha estreia a ferramenta de consulta Datadia, com a finalidade de ouvir diariamente a opinião de assinantes da Folha de S.Paulo sobre as notícias de destaque em suas páginas.

Alex Ribeiro/Folhapress

1997

"A força está entre nós", tinha como título a primeira edição do Guia da Folha, publicação semanal sobre a agenda cultural da maior metrópole do país, com informações levantadas pelo Datafolha. Também neste ano é publicada a primeira edição da pesquisa Família Brasileira, uma radiografia dos hábitos, comportamento e preferências dos lares do país.

1998

Após uma disputa pelo governo de São Paulo em que o Datafolha já havia se destacado por mostrar, no 1º turno, uma disputa acirrada pelas vagas na segunda etapa da eleição, o instituto novamente se destaca. No segundo turno, foi o primeiro a tornar pública a ultrapassagem de Mário Covas sobre Paulo Maluf, o candidato do PSDB acabou eleito.

1999

Tem início a divulgação do índice de qualidade de vida dos paulistanos, elaborado pelo Datafolha e publicado bimestralmente pela Folha de S.Paulo.

2001

O instituto lança o Datafolha Cidades, ferramenta de monitoramento de fluxo de pessoas nas principais vias da cidade de São Paulo. Voltado ao mercado publicitário, principalmente de mídia externa, a abrangência do produto foi expandida para o Rio de Janeiro, em 2004. Mais um levantamento na área de serviços é lançado pelo Datafolha, que passa a captar e reunir informações para o Prêmio Folha de Qualidade Imobiliária.

2002

Na eleição presidencial deste ano, o Datafolha acompanha o processo eleitoral e antecipa a vitória de Lula, no segundo turno.

 Luiz Inácio Lula da Silva em foto de 2002 ergue os braços
Luiz Inácio Lula da Silva em foto de 2002 - João Wainer/Folhapress

2004

Datafolha lança o PRM, ferramenta utilizada para monitorar o impacto das ações de merchandising veiculados nos programas de TV. Na corrida eleitoral pela Prefeitura de São Paulo, o Datafolha acompanha crescimento de José Serra (PSDB) sobre Marta Suplicy (PT) e indica vitória do candidato do PSDB no segundo turno.

2005

Os levantamentos esportivos feitos pelo Datafolha completam 20 anos. No Brasil, o instituto foi pioneiro no levantamento estatístico de partidas de futebol, técnica conhecida internacionalmente como "scout".

2007

É publicada a segunda edição da pesquisa Família Brasileira, dez anos após sua primeira edição, que revelou hábitos, preferências e opiniões dos brasileiros a respeito de suas relações familiares.

2008

A mais completa pesquisa sobre a vida dos paulistanos dá origem ao DNA Paulistano conjunto de cadernos especiais publicado na Folha de S.Paulo. Um livro baseado no levantamento também é publicado. Neste ano ainda é realizada a pesquisa sobre o comportamento dos jovens brasileiros, que resultou no caderno Jovem Brasileiro.

2009

Pesquisa ampla revela o que pensam e como vivem os idosos brasileiros. Os resultados são publicados no caderno especial Maioridade, da Folha de S.Paulo.

2010

Após indicar o avanço da candidatura de Marina Silva, o Datafolha é o único entre os grandes institutos a revelar a possibilidade de realização de um segundo turno na eleição presidencial.

2012

É lançada a primeira edição do RUF (Ranking Universitário Folha), baseado em pesquisa do Datafolha junto a professores universitários e empregadores. Ainda neste ano, o Datafolha reformula sua metodologia de contagem de público, com cobertura da Parada Gay e da Marcha para Jesus, e lança a segunda edição da pesquisa DNA Paulistano.

Ainda em 2012, o Datafolha acompanhou as eleições em várias capitais do país. Em São Paulo, o instituto registrou a ascendência do candidato Celso Russomanno (PRB) e sua queda gradual, que foi acompanhada da ascensão do candidato vencedor, Fernando Haddad. Na véspera da eleição, havia um triplo empate no 1º turno, com a curva de crescimento do petista apontando para a virada que viria no dia seguinte.

2013

Em 2013, manifestações que começaram na cidade e tomaram as ruas do país foram acompanhadas de perto pelo Datafolha, que consultou a opinião dos paulistanos e brasileiros pelo assunto, traçou o perfil dos manifestantes, e entregou ao público a mais completa radiografia da onda de protestos que ficaram conhecidas como "jornadas de junho".

2014

O Datafolha continuou monitorando os protestos nas ruas em 2014, realizando contagem de multidões, levantando as demandas dos que protestavam, fornecendo informações sobre as pautas que dominavam os noticiários do país. Em ano de eleição presidencial, o instituto também foi às ruas acompanhar a corrida eleitoral, as primeiras opiniões dos brasileiros sobre a Operação Lava Jato, os problemas de abastecimento de água e o risco de faltar energia nos país, as posições e pensamentos sobre a realização da Copa do Mundo no Brasil e outros tantos assuntos que puderam ser acompanhados de perto, com a precisão e agilidade de sempre, pelo instituto.

Na eleição presidencial, o Datafolha mostrou a ascensão da candidatura de Marina Silva após a ex-ministra assumir a candidatura do PSB, que perdeu seu candidato, Eduardo Campos, em um acidente de avião durante a campanha. A reação da candidatura de Aécio Neves (PSDB) ao longo de setembro, alcançando Marina na disputa por uma das vagas no segundo turno contra Dilma Rousseff (PT), também foi apontada pelo instituto. Na primeira pesquisa do segundo turno, o Datafolha mostrava Aécio Neves e Dilma Rousseff empatados, com vantagem numérica para o primeiro. Na véspera da votação, os índices haviam sido invertidos, com vantagem numérica de Dilma (52%) sobre o adversário (48%). O resultado foi o mesmo registrado pela Justiça Eleitoral, com vitória e reeleição da petista com 52% dos votos válidos.

2015

Marcado por protestos contra e a favor do governo, e o início dos movimentos que resultariam na saída de Dilma Rousseff da presidência, em 2016, o Datafolha foi às ruas realizar contagens e ouvir manifestantes, além de percorrer o país para ouvir o que os brasileiros pensavam dos desdobramentos políticos que aconteciam em Brasília. Além disso, o instituto ouviu deputados e senadores sobre suas posições a respeito do impedimento da presidente, e continuou a acompanhar outros temas. O Datafolha iniciou ainda em 2015 as sondagens para a eleição presidencial de 2018, quando foi incluído pela primeira vez o nome do deputado federal Jair Bolsonaro, então filiado ao PP, atual

Progressistas, entre os potenciais postulantes ao cargo. Em dezembro de 2015, ele tinha 4% das intenções de voto.

2016

O Datafolha continuou, em 2016, seu trabalho de acompanhar junto à opinião pública os desdobramentos e movimentos do processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT). Fez isso com pesquisas junto aos brasileiros, com levantamentos no Congresso e com contagem de pessoas os protestos contra e a favor a saída da presidente. Em maio de 2016, o instituto contabilizou 500 mil pessoas em protesto na avenida Paulista a favor do impedimento da presidente, no maior evento dessa natureza já medido pelo Datafolha.

Além disso, o instituto realizou a cobertura das eleições municipais nas maiores capitais do país. Em São Paulo, mostrou a ascensão de João Doria (PSDB), a tomada da liderança na disputa pelo tucano e o rápido crescimento na reta final da disputa. Na pesquisa de véspera da votação, o Datafolha apontou que, diante do forte movimento de crescimento do tucano, haveria possibilidade de uma vitória no primeiro turno. Nas sondagens para a disputa presidencial de 2018, Jair Bolsonaro, agora no PSC, viu seu nome crescer, e encerrou o ano com índices entre 8% e 9% das intenções de voto, disputando a terceira posição com outros nomes incluídos em levantamento de dezembro deste ano.

2017

Em 2017, o Datafolha acompanhou a popularidade do governo de Michel Temer (MDB) e foi às ruas saber a opinião dos brasileiros sobre denúncias de corrupção que também surgiram contra o presidente e outros políticos, como Aécio Neves (PSDB). Além disso, realizou mais pesquisas sobre cenários para a eleição de 2018. Em julho de 2017, quem liderava a disputa era o ex-presidente Lula, e a segunda posição era disputada por Marina Silva (Rede) e pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC), que a essa altura já aparecia na frente entre os mais ricos entre os mais brasileiros mais escolarizados.

2018

A disputa eleitoral de 2018 foi marcada pela indefinição dos nomes que disputariam a Presidência da República, e dúvidas se o ex-presidente Lula estaria na disputa ou não. O Datafolha foi a campo pesquisar como a opinião pública enxergava a progressão do quadro político brasileiro, mostrando a avaliação sobre a prisão do ex-presidente petista, sua pré-candidatura e a contínua ascensão de Jair Bolsonaro, que em fevereiro de 2018 já aparecia na frente em cenário sem Lula na disputa.

A greve dos caminhoneiros e suas repercussões políticas, incluindo a reprovação recordo de presidente Michel Temer, foram objeto de levantamentos do Datafolha. Na primeira pesquisa em que Lula não foi incluído entre os candidatos a presidente, no início de setembro, Jair Bolsonaro (agora no PSL) liderava com 24% das intenções de voto, com mais de 10 pontos percentuais de vantagem sobre Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad (PT), que disputavam o segundo lugar. Esse levantamento também foi o primeiro a ser feito após a facada sofrida pelo presidenciável do PSL. No levantamento posterior, realizado entre 13 e 14 de setembro, Bolsonaro atingiria 26%, e terminaria o mês com 28%, segundo levantamento realizado entre os dias 26 e 28. Em pesquisa realizada em 2 de outubro, Bolsonaro tinha 32% das intenções de voto, em trajetória de crescimento, chegando a 35% em pesquisa feita entre 3 e 4 de outubro, a três dias da eleição. Na véspera da votação, tinha somado mais um ponto, e aparecia com 36% das intenções de voto, ou 40% dos votos válidos. Na projeção de segundo turno, feita também na véspera, ele tinha 45% das intenções de voto, contra 43% de Fernando Haddad.

Fechadas as urnas da primeira etapa da votação, o Datafolha voltou às ruas, em 10 de outubro, e a essa altura o candidato do PSL já havia ganhado vantagem sobre seu adversário: tinha 58% das intenções de votos válidos, ante 42% do petista. Na véspera da votação que decidiria o presidente pelos próximos quatro anos, o Datafolha mostrava Bolsonaro com 55% dos votos válidos, ante 45% de Haddad. O resultado foi o mesmo registrado pela Justiça Eleitoral na contabilização oficial da eleição. Além da extensa cobertura da eleição presidencial, o Datafolha também acompanhou a eleição nos principais estados do país, e, em parceria com a Folha de S. Paulo, construiu e disponibilizou ao público a ferramenta Match Eleitoral, em que eleitores e candidatos a deputado federal por São Paulo, Rio e Minas Gerais respondiam ao mesmo questionário e, a partir daí, tinham suas afinidades calculadas pelo aplicativo.

2019

Em 2019, o Datafolha acompanhou o primeiro ano de Jair Bolsonaro e repercutiu junto à opinião pública seus posicionamentos e propostas como chefe do Executivo. A libertação do ex-presidente Lula e suas consequências para a política do país também estiveram entre os principais temas de consulta junto aos brasileiros

Além de projetos tradicionais em parceria com a Folha de S. Paulo, como o Top of Mind, as várias edições do Melhor de São Paulo (Cinema, Turismo e Serviços, Bares e Restaurantes e Gastronomia) e o RUF (Ranking Universitário Folha), o Datafolha realizou mais de 200 pesquisas de inteligência de mercado para seus diversos parceiros de negócios ao longo deste ano.

2020

A pandemia causada pelo coronavírus trouxe novos desafios também para o Datafolha, que já em abril adaptou sua cobertura de opinião pública para a realização de pesquisas telefônicas, e passou a acompanhar o que os brasileiros tinham a dizer sobre essa situação inédita. Temas como avaliação do trabalho dos governos, fechamento de comércios, contato com outras pessoas, posição sobre isolamento, uso de medicamentos e equipamentos e retomada das atividades após os primeiros surtos da covid-19 estiveram no foco do Datafolha, que também realizou a cobertura eleitoral das eleições nas maiores capitais do país. Parceiros de instituições com foco em educação e saúde, entre outras áreas, também buscaram o Datafolha para entender as consequências da pandemia para suas atividades, e os resultados trazidos pelo instituto contribuíram na construção de estratégias para o enfrentamento da crise sanitária e social gerada pela pandemia.

2021

Com o foco da opinião pública ainda direcionado para a pandemia, o Datafolha acompanhou as novas ondas da Covid-19 e trouxe informações sobre a disposição dos brasileiros para se vacinarem contra a doença. O governo do presidente Jair Bolsonaro e suas ações em relação à pandemia continuaram a ser objeto de levantamentos do instituto, que também iniciou a consultar os cenários para a eleição presidencial de 2022.

O avanço da vacinação e a retomada da maior parte das atividades econômicas trouxeram novas demandas e desafios para a economia do país, e o Datafolha atendeu a essas demandas realizando mais de 170 projetos de inteligência de mercado junto a seus parceiros de negócios.

Médica trabalha na linha de frente com pacientes de Covid. - Eduardo Knapp/Folhapress