Vantagem de Lula em relação a adversários oscila de dez para oito pontos
A segunda pesquisa realizada pelo Datafolha após o início da crise motivada pelo envolvimento de políticos do PT na compra de um dossiê contra peessedebistas mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato à reeleição, continua liderando, com 49% das intenções de voto, mas oscilou um ponto para baixo em relação à pesquisa realizada no início da semana, nos dias 18 e 19, quando tinha 50%. Já o candidato tucano, Geraldo Alckmin, oscilou dois pontos para cima, passando de 29% para 31%. Esta é a terceira oscilação positiva consecutiva de Alckmin. No último mês, o candidato ganhou seis pontos percentuais (tinha 25% no levantamento de 21 e 22 de agosto). A vantagem do presidente, hoje, em relação aos demais candidatos, é de oitos pontos percentuais, e ele está 18 pontos à frente de seu principal adversário. Na pesquisa anterior, Lula tinha uma vantagem de 10 pontos sobre a soma dos adversários e de 21 pontos em relação ao segundo colocado. Apesar de ver sua vantagem se reduzir, Lula mantém chances de ser reeleito no primeiro turno, contando hoje com o equivalente a 55% dos votos válidos (excluídos votos em branco, nulos e eleitores indecisos).
Heloísa Helena (PSOL) oscilou de 9% para 7% das intenções de voto e Cristovam Buarque (PDT) se manteve com 2%. Ana Maria Rangel (PRP) conta com 1% das preferências, taxa que não chegava a atingir na pesquisa do início da semana. José Maria Eymael (PSDC), Luciano Bivar (PSL) e Rui Costa Pimenta (PCO) foram citados, mas não atingiram 1% das menções.
O Datafolha ouviu, nesta sexta-feira, 22 de setembro, faltando nove dias para a eleição, 4319 eleitores, a partir dos 16 anos de idade, em 210 municípios do país. A margem de erro máxima, para o total da amostra, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A intenção de voto em Lula fica ligeiramente abaixo da média nacional entre os eleitores que tomaram conhecimento da crise e acima da média entre os que não estão informados sobre o caso. Entre os que tomaram conhecimento da prisão de petistas que tinham dinheiro que seria utilizado na compra de um dossiê contra os tucanos, 46% votariam em Lula hoje (três pontos abaixo da média). Entre os que não ficaram sabendo da prisão, a intenção de voto no petista é de 58%, nove pontos acima da média. Entre os que tomaram conhecimento do envolvimento de Freud Godoy, assessor especial da Presidência que foi exonerado na segunda-feira, na negociação para a compra do dossiê, 44% declaram intenção de votar pela reeleição de Lula (cinco pontos abaixo da média). Entre os que não estão informados a respeito essa taxa é de 57% (oito pontos acima da média).
Geraldo Alckmin ganhou cinco pontos percentuais entre os eleitores que têm o ensino médio (passou de 31% para 36%), segmento no qual Lula perdeu três pontos (de 48% para 45%). Entre os que têm renda familiar mensal entre dois e cinco salários mínimos, Alckmin ganhou cinco pontos (de 32% para 37%), enquanto o petista perdeu mais três (de 47% para 44%). Entre os que têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos, Alckmin continua líder isolado, com 45% (tinha 42% na pesquisa anterior), deixando Lula em segundo lugar, com 29% (tinha 30%). A variação mais significativa, entre os eleitores com maior renda, se deu em relação a candidatos que não têm disputado a liderança. Heloísa Helena perdeu seis pontos, passando de 15% para 9%, e, pela primeira vez, ocorre empate entre ela e Cristovam Buarque, que passou de 5% para 9% das intenções de voto nesse estrato.
No Estado de São Paulo Alckmin subiu de 41% para 45% e Lula passou de 39% para 35% das intenções de voto.
Se fosse realizado um segundo turno entre Lula e Alckmin hoje, o petista venceria, com 54% dos votos. O tucano obteria 39%. Em relação à pesquisa do início da semana, a vantagem do petista oscilou de 17 para 15 pontos percentuais (ele vencia por 55% a 38%).
O percentual dos que dizem, espontaneamente, que vão votar em Lula para presidente, oscilou de 41% para 40%, e a dos que citam Geraldo Alckmin de maneira espontânea passou de 20% para 21%.
A taxa dos que afirmam que não votariam de jeito nenhum em Heloísa Helena, no primeiro turno da eleição para presidente, oscilou de 27% para 29%. Não votariam de forma alguma em Lula 30%, o que representa uma oscilação de dois pontos para cima. A taxa de rejeição a Geraldo Alckmin oscilou de 24% para 26%.
Rui Costa Pimenta e José Maria Eymael são rejeitados por 24% dos eleitores entrevistados, cada. Luciano Bivar obtém 23% e Ana Maria Rangel e Cristovam Buarque tem 22% de rejeição. Dizem que votariam em qualquer um dos candidatos a presidente 9% e não votariam em nenhum deles 3%.
O percentual dos que consideram o desempenho do presidente Lula no governo ótimo ou bom oscilou de 48% para 46%, e a dos que acham que ele vem tendo uma atuação regular se manteve em 34%. A taxa dos que acham que o petista vem fazendo um governo ruim ou péssimo se manteve em 18%. A reprovação ao presidente é de 24% entre os que tomaram conhecimento do envolvimento do ex-assessor Freud Godoy na negociação para a compra do dossiê e de 21% entre os que tomaram conhecimento da prisão dos petistas envolvidos no caso.
A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é 6,4. Na pesquisa do início da semana ela era 6,5.