Faltando quatro dias para a eleição, Paes tem 44%, e Gabeira 41% do total de votos; Paes (PMDB) tem agora 52% dos votos válidos, contra 48% de Gabeira (PV)

DE SÃO PAULO

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A quatro dias da eleição municipal, o eleitor carioca ainda se mostra dividido sobre quem prefere para ser o próximo prefeito da segunda maior capital do país, porém o candidato do PMDB, Eduardo Paes, com 44% das intenções de voto, tem agora ligeira vantagem sobre o candidato do PV, Gabeira, que alcança 41%. Considerada a margem de erro, porém, os dois permanecem empatados. Computados os votos válidos eles têm, respectivamente, 52% e 48%.

O empate entre os dois candidatos vem se mantendo desde a primeira pesquisa realizada no segundo turno, no início do mês (07 e 08 de outubro), em que Gabeira obteve 51% dos votos válidos e Paes, 49%, resultado que se repetiu na segunda pesquisa realizada, há cinco dias atrás (16 e 17 de outubro). Vale lembrar que no primeiro turno Paes teve 31,98% dos votos válidos, e Gabeira, 25,61%.

Hoje, declaram intenção de votar em branco ou anular 9% dos eleitores, e 6% mostram-se ainda indecisos.

Para o cálculo dos votos válidos, é excluído da amostra o percentual de eleitores que revelam intenção de votar em branco, anular o voto, e de indecisos, procedimento adotado pela Justiça Eleitoral ao divulgar os resultados oficiais, quando exclui os anulados, brancos e as abstenções.

O Datafolha ouviu 1.313 eleitores cariocas com 16 anos ou mais, nos dias 21 e 22 de outubro de 2008. A margem de erro, para o total da amostra é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Eduardo Paes continua se destacando entre os mais velhos (55%), entre os menos escolarizados e mais pobres (56% de cada), com taxas de intenção de voto equivalentes às observadas nos dias 16 e 17 passados. Entre os simpatizantes de seu partido, o PMDB, Paes tem a preferência de 76%.

Além desses segmentos, Paes mantém eleitorado acima da média entre os que aprovam os governos municipal, estadual e federal: 49% entre os que avaliam como ótima ou boa a gestão de Lula (quatro pontos percentuais acima da pesquisa anterior), 52% entre os que aprovam a gestão de Cesar Maia, e 67% entre os que aprovam a atuação de Sérgio Cabral.

Já, continuam preferindo Gabeira principalmente os mais jovens (49%), os mais escolarizados (62%) e também os mais ricos (67%), ainda que entre os mais jovens a intenção de voto no candidato do PV apresente queda de sete pontos percentuais em relação à pesquisa passada (quando obteve 56% no segmento), bem como entre os mais escolarizados, em que oscilou para baixo quatro pontos percentuais (era de 66% antes).

Os críticos às gestões de governo nas instâncias federal e estadual continuam preferindo Gabeira acima da média: neste levantamento, somam 52% entre os que reprovam o governo Lula, e 54% entre os que avaliam como ruim ou péssimo o desempenho de Sérgio Cabral frente ao governo do estado.

Dos simpatizantes do PT, 47% preferem Paes, enquanto 42% preferem Gabeira (outros 7% pretendem votar nulo).

A quatro dias do segundo turno, 89% dos eleitores cariocas declaram estar totalmente decididos quanto ao voto, taxa que é de 89% entre os que pretendem votar em Paes, e de 90% entre os que preferem hoje Gabeira. Vale notar, porém, que enquanto o percentual de eleitores decididos se mantém com relação a Paes, oscila quatro pontos percentuais para baixo, comparado ao início do mês, em relação a Gabeira: naquela ocasião, 94% diziam-se decididos pelo candidato do PV.

Dos que ainda podem mudar o voto, 3% podem fazê-lo a favor de Paes, ou a favor de Gabeira. Entre os eleitores deste, 5% afirmam que podem mudar para Paes, enquanto entre 6% dos que declaram voto neste poderiam mudar o voto para aquele.

Entre os ex-eleitores de Marcelo Crivella, ex-candidato do PRB e terceiro colocado no primeiro turno, e de Jandira Feghali, ex-candidata do PCdoB e quarta colocada no dia 05 de outubro, a maior parte revela hoje preferência por Eduardo Paes: 50% e 49%, respectivamente, contra 27% ex-eleitores do primeiro que migraram para Gabeira, e 36% dos que escolheram anteriormente Jandira agora dizem votar no candidato do PV.

Em relação à pesquisa realizada há quatro dias, ocorre uma inversão na disposição dos ex-eleitores de Jandira: semana passada, 57% declaram intenção de votar em Gabeira, hoje, a maior parte mudaram para Paes, que recebeu o apoio da ex-adversária.

Por outro lado, 10% dos que optaram pelo candidato do PMDB no primeiro turno votariam em Gabeira se a eleição fosse hoje, enquanto 4% dos que votaram anteriormente neste, hoje votariam para eleger Paes.

Como observado nas pesquisas anteriores, o conhecimento do número de Paes entre seus eleitores (90%) é proporcionalmente maior do que os eleitores de Gabeira que sabem o número de seu candidato (83%). Essas taxas mostram-se estáveis em relação à pesquisa do dia 16 e 17 deste mês (quando eram de 87% e 80%, na ordem).

Já na semana da eleição, 78% dos eleitores cariocas dizem ter interesse pelo jogo político (80% na pesquisa passada), principalmente os mais jovens (85%), os mais escolarizados e os mais ricos (91% de cada). Dizem ser muito interessados 45% do total (igual ao observado anteriormente).

Por outro lado, entre os que admitem desinteresse (21%), destacam-se os eleitores com idade entre 35 e 44 anos (26%) e, como já observado, os que reprovam o governo de Lula (28%) e de Cabral (29%), mesma parcela também dos eleitores mais pobres.

Aprovação a Lula na capital carioca mantém-se em 51%

A quatro dias da eleição municipal, 51% dos eleitores cariocas consideram o governo de Lula ótimo ou bom, taxa que permanece estável desde o início de setembro (50% observado nos dias 04 e 05 do mês passado).

Também permanece no mesmo patamar de setembro (37%) a parcela dos que o avaliam como regular, como também dos que o reprovam na presidência, 11% (13% na ocasião citada).

Também não há alteração na nota média atribuída a Lula pelos cariocas, 6,7, idêntica à de setembro e equivalente à da pesquisa de 16 e 17 de outubro. Um em cada quatro eleitores (42%) continua atribuindo-lhe nota oito ou mais.

A nota média é ligeiramente maior (7,2) entre os que declaram intenção de votar em Eduardo Paes no próximo dia 26, bem como entre os que votaram no candidato do PMDB e em Jandira Feghali no primeiro turno (7,1 e 7,2, respectivamente); de 7,4 entre os que aprovam a gestão de Sérgio Cabral no governo do estado, e chega a 7,8 entre os simpatizantes do PT.

Para 46%, governo de Sérgio Cabral é regular

A maior parte dos eleitores cariocas (46%) continua avaliando a atuação de Sérgio Cabral à frente do governo estadual como regular, parcela que é equivalente à observada na semana passada (44%), mas cinco pontos percentuais acima da verificada no início de setembro (41% em pesquisa nos dias 04 e 05).

Já, os que avaliam seu governo como ótimo ou bom somam 28%, mesmo patamar observado há um mês e meio.

Reprovam hoje o governador 24% dos entrevistados, equivalente ao resultado dos dias 07 e 08 de outubro, e quatro pontos percentuais abaixo do obtido em pesquisa da semana passada (28%).

Os eleitores da capital carioca atribuem nota média de 5,4 a Cabral, ante 5,3 na pesquisa anterior, e idêntica às do início de outubro e início de setembro. A nota média é ligeiramente maior entre os eleitores de Paes, tanto agora quando no primeiro turno (6,4), e entre os que aprovam o governo Lula (5,9).

Aprovação a Maia é menor do que no início do mês

Após ter aumentado de 40% obtido nos dias 07 e 08, para 45% alcançado em 16 e 17 de outubro, a parcela dos que reprovam a gestão de César Maia agora permanece a mesma (45%).

Já, continua igual os que o avaliam como regular: 32% agora, mesma parcela verificada na pesquisa passada, ante 34% no início do mês.

Por outro lado, os que o consideram ótima ou boa sua gestão oscila de 26% do observado em 07 e 08 de outubro para 22% hoje.

A nota média alcançada por Maia, em uma escala de zero a dez, é de 4,3, ante 4,2 semana passada, e 4,6 no início do mês.

Entre os eleitores cariocas favoráveis à gestão de Sérgio Cabral, a nota média de Maia é de 5,0.

Cerca de um quinto (21%) continuam atribuindo-lhe nota zero.

São Paulo, 22 de outubro de 2008.