Lula lidera disputa presidencial; sem ele, Marina e Bolsonaro ficam à frente

DE SÃO PAULO

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O ex-presidente Lula (PT) lidera os cenários eleitorais para a eleição presidencial em 2018 e, na ausência de seu nome, Marina Silva (Rede) e Jair Bolsonaro ficam à frente, empatados tecnicamente ou com pequena vantagem da ex-senadora sobre o deputado federal. Os dois presidenciáveis do PSDB testados, João Doria e Geraldo Alckmin, tem desempenho similar, e num confronto entre eles, caso estivessem em partidos diferentes, mostra um empate.

No cenário com Lula e Alckmin, o petista tem 35%, o dobro do segundo colocado, Bolsonaro, que tem 17% e empata tecnicamente com Marina, que tem 13%. O governador de São Paulo tem (8%), e na sequência aparecem Alvaro Dias, do Podemos (4%), Henrique Meirelles, do PSD (2%), Chico Alencar, do PSol (com 1%), e João Amoêdo, do Partido Novo (1%). Votariam em branco ou nulo 16%, e 2% não opinaram.

Lula se destaca entre os menos escolarizados, que estudaram até o ensino fundamental (com 49% das intenções de voto), entre os mais pobres (46%) e na região Nordeste (57%). Entre os que estudaram até o ensino superior, Lula (21%) empata com Bolsonaro (24%), e votos em brancos e nulos sobem para 23%. O deputado do PSC também tem desempenho acima da média entre os mais jovens (24%, atrás do petista, com 38%) e lidera isolado nos segmentos de renda mensal mais alta (29% na faixa de 5 a 10 salários, contra 17% de Lula, e 30% entre quem tem renda superior a 10 salários, ante 19% do petista). Na região Centro Oeste, Bolsonaro tem 23%, no mesmo patamar do ex-presidente (25%). No Sudeste o cenário é similar, com o petista escolhido por 26%, e o deputado federal, por 20%. Alckmin também tem desempenho acima da média no Sudeste (13%), e Alvaro Dias se destaca na região Sul (13%).

Quando João Doria é incluído como candidato no lugar de Alckmin, a situação é similar: Lula tem 36%, e na sequência aparecem Bolsonaro (16%), Marina (14%), Doria (8%), Alvaro Dias (4%), Henrique Meirelles (2%), Chico Alencar (1%) e João Amoêdo (1%). Entre os mais ricos, o prefeito de São Paulo tem 15%, mesmo patamar de Lula (17%) e Marina (15%), e atrás de Bolsonaro (24%).

Entre os que votam em Alckmin na disputa contra Lula, 32% indicam votar em Doria se ele substituísse o governador na corrida presidencial, e os demais preferem, principalmente, Marina (15%), Lula (12%) ou votar em branco ou nulo (20%). No cenário contrário, em que Alckmin é o represente tucano, 32% dos que indicaram votar em Doria preferem o governador paulista, e 22% do potencial eleitorado do prefeito de São Paulo prefere Bolsonaro quando seu nome não está entre os presidenciáveis.

Em outro cenário, com Alckmin e a inclusão de Ciro Gomes (PDT), Lula lidera com 35%, e a seguir aparecem Bolsonaro (17%), Marina (13%), Alckmin (8%), Ciro (4%), Alvaro Dias (4%), Meirelles (2%) e Chico Alencar (1%). Uma parcela de 15% votaria em branco ou nulo, e 2% não responderam.

Quando Fernando Haddad é incluído no lugar de Lula, em disputa que também envolveria Alckmin e Ciro, Marina Silva (22%) e Bolsonaro (19%) lideram, e depois pontuam Alckmin (9%), Ciro (9%), Alvaro Dias (5%), Haddad (3%), Meirelles (2%), Chico Alencar (2%) e Amoêdo (1%). A preferência pelo voto ou branco ou nulo alcança 25% neste cenário, e 3% não opinaram. A ex-senadora Marina Silva lidera isoladamente entre as mulheres (25%, ante 13% de Bolsonaro), na faixa dos mais velhos (20%, ante 11% de Alckmin e 12% de Ciro), menos escolarizados (24%, ante 11% de Ciro e 11% de Alckmin), mais pobres (26%, ante 14% de Bolsonaro) e no Nordeste (29%, ante 13% de Bolsonaro). O deputado federal do PSC supera Marina nas faixas de renda familiar mais alta: ele tem 30% entre quem obtém de 5 a 10 salários, ante 16% de Marina; na faixa superior a 10 salários, Bolsonaro atinge 29%, e Marina, 15%.

Tomando como referência a situação em que Lula tem como principais adversários Marina, Bolsonaro e Alckmin e a simulação descrita acima, com Haddad como nome do PT, apenas 4% que indicam votar no petista preferem o ex-prefeito de São Paulo. A ex-senadora Marina Silva fica com 27% dos votos de Lula, e Ciro, com 14%. Uma parcela de 29% dos que votariam no petista apontam votar em branco ou nulo se ele não fosse o candidato e o ex-prefeito de São Paulo estivesse em seu lugar.

Na situação em que Haddad é excluído e os demais nomes são mantidos, os resultados não têm alteração significativa: Marina (22%) continua empatada tecnicamente com Bolsonaro (19%), e na sequência aparecem Alckmin (10%), Ciro (10%), Alvaro Dias (5%), Henrique Meirelles (2%), Chico Alencar (2%) e Amoêdo (1%), além de 26% que votariam em branco ou nulo, e 3% que não opinaram.

A troca de Alckmin por Doria, também sem o petista Fernando Haddad, mostra Marina com 23%, Bolsonaro com 18%, Doria com 10%, Ciro com 10%, Alvaro dias com 5%, Meirelles com 2%, Alencar com 2% e Amoêdo com 1%. Votariam em branco ou nulo 26%, e 3% não opinaram. Apesar de ter índice de intenção de voto igual a de Geraldo Alckmin, o prefeito João Doria se sai melhor que o correligionário entre os mais escolarizados (tem 15%, no mesmo nível de Marina, que tem 17%, e mais próximo de Bolsonaro, que fica com 22%) e na faixa de renda de 5 a 10 salários (16%, ante 8% de Alckmin).

Também foi consultado um cenário em que Doria e Alckmin se enfrentam, situação que só seria possível se estivessem em partidos diferentes na disputa pela Presidência. O resultado é novamente um empate entre Marina (20%) e Bolsonaro (17%) na liderança, e em um patamar abaixo um novo empate técnico entre Alckmin (9%), Ciro (9%), Doria (7%). Na sequencia aparecem Alvaro Dias (5%), Haddad (2%), Meirelles (2%), Alencar (1%) e Amoêdo (1%), e há 24% que votariam em branco ou nulo, além de 3% que não opinaram. Entre os mais escolarizados, Bolsonaro atinge 22%, ante 16% de Marina, 12% de Doria, 8% de Ciro e 5% de Alckmin. Na parcela da população com renda familiar de 5 a 10 salários, o deputado do PSC lidera com 27%, à frente de Doria (14%), Marina (13%), Ciro (8%) e Alckmin (6%). Entre os mais ricos, com renda superior a 10 salários, Bolsonaro obtém 25%, o prefeito de São Paulo, 14%, e o governador de São Paulo, 11%, ambos no mesmo patamar de Marina (13%).

Em outra simulação, mais ampla, os nomes do juiz Sérgio Moro, do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa e do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), também foram incluídos na lista de presidenciáveis. Novamente, Marina (17%) e Bolsonaro (15%) lideram, e na sequência aparecem Moro (9%), Alckmin (8%), Ciro (7%), Doria (6%), Barbosa (5%), Alvaro Dias (3%), Haddad (2%), Meirelles (2%), Alencar (1%), Maia (1%) e Amoêdo (1%). Uma parcela de 20% votaria em branco ou nulo, e 3% não opinaram. Entre os mais escolarizados, um dos segmentos mais competitivos deste cenário, Bolsorano tem 17%, Moro tem 13%, Marina aparece 12%, Doria e Barbosa ficam com 10% cada, Ciro tem 6%, e Alckmin, 5%.

Na intenção de voto espontânea, quando o nome dos possíveis candidatos não é apresentado, Lula é citado por 18% (tinha 15% em junho deste ano), e Bolsonaro, por 9% (tinha 8%). Com 1% cada aparecem Ciro, Marina e Doria, e os demais não atingiram 1%. A fatia dos que não souberam apontar nenhum nome é de 48%, mesmo resultado do levantamento realizado em junho, e 19% declaram votar em branco ou nulo, no mesmo patamar do último levantamento (18%).

O ex-presidente Lula é o mais conhecido entre os possíveis candidatos na eleição presidencial de 2018: 99% declaram conhecê-lo, sendo que 68% o conhecem muito bem. Candidata a presidente nas últimas duas eleições, Marina Silva é conhecida por 92%, mas em seu caso 29% declaram a conhecer muito bem, 32%, um pouco, e 31%, só de ouvir falar. O governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que também já disputou a Presidência, é conhecido por 87%, sendo que 30% o conhecem muito bem, e 26%, um pouco. Juiz responsável por boa parte dos casos da Operação Lava-Jato, Sérgio Moro é conhecido por 80% da população, dos quais 28% o conhecem muito bem, e 21%, um pouco. Também com disputas presidenciais no currículo, Ciro Gomes é conhecido por 76%, dos quais 21% o conhecem muito bem, e 25%, um pouco. O deputado Jair Bolsonaro é conhecido por 69% (em junho, eram 63%), sendo que 24% o conhecem muito bem, e 18%, um pouco. A taxa de conhecimento atual de João Dória é de 63% (em junho, 59%), dos quais 16% o conhecem muito bem, e 20%, um pouco.

Apontado como possível substituto de Lula na disputa presidencial como nome do PT, Fernando Haddad é conhecido por 59%, sendo que 12% o conhecem muito bem, e 19%, um pouco. O ex-ministro do STF Joaquim Barbosa é conhecido por 55%, dos quais 16% o conhecem muito bem, e outros 16%, um pouco. Atual ministro da Fazenda, Henrique Meirelles é conhecido por 53%, mas somente 9% declaram conhece-lo muito bem, e 16%, um pouco. É uma taxa de conhecimento próxima a de Rodrigo Maia (49%, dos quais 10% o conhecem muito bem) e Alvaro Dias (47%, dos quais 8% o conhecem muito bem). O deputado federal do PSol Chico Alencar é conhecido por 39%, dos quais 5% o conhecem muito bem, e o menos conhecido entre os nomes listados é João Amoêdo, conhecido por 19%, sendo que somente 1% declaram conhece-lo muito bem.

Entre os nomes já avaliados em pesquisa anterior, Doria foi quem viu a rejeição a seu nome mais crescer, e Lula teve a maior queda no índice dos que não votariam de jeito nenhum em seu nome. Mais conhecido, Lula é o mais rejeitado: 42% não votariam de jeito nenhum no petista, índice inferior ao registrado em junho (46%). O segundo mais rejeitado entre os nomes listados é Jair Bolsonaro (33%), em alta na comparação com junho (30%). Na sequência aparecem Alckmin (31%, ante 30% em junho), Rodrigo Maia (30%, não incluído em junho), Haddad (29%, ante 28% em junho), Ciro (27%, ante 26% em junho), Marina (26%, ante 25% em junho), Meirelles (25%, não incluído em junho), Moro (25%, ante 22% em junho), Doria (25%, ante 20% em junho), Chico Alencar (24%, não incluído em junho), Amoêdo (23%, não incluído em junho), Alvaro Dias (22%, não incluído em junho) e Joaquim Barbosa (21%, ante 16% em junho). Uma parcela de 3% rejeita todos, 2% não rejeitam nenhum, e 3% preferiram não opinar.