Um em cada cinco paulistanos já pensou em comprar uma arma de fogo para se defender da violência

DE SÃO PAULO

Um em cada cinco (20%) dos paulistanos que declaram não ter arma em casa já pensou em comprar uma arma de fogo para se defender da violência, revela pesquisa realizada pelo Datafolha nos dias 6 e 7 de abril. A maioria (79%) afirma que essa ideia nunca lhe passou pela cabeça.

Já pensaram em comprar uma arma de fogo principalmente os homens (30%), os paulistanos com renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (25%), aqueles com idade entre 16 e 25 anos (24%) e os que estudaram até o ensino médio (23%).

Considerando as regiões em que a cidade foi dividida para a distribuição da amostra, observa-se que entre os que declaram morar na região Norte 1 (Jaçana, Mandaqui, Santana, Tremembe, Tucuruvi, Vila Guilherme, Vila Maria e Vila Medeiros) e não têm arma em casa, 26% já pensaram em comprar uma arma de fogo. Na região Leste 1 (Água Rasa, Aricanduva, Arthur Alvim, Belém, Cangaíba, Carrão, Mooca, Penha, Ponte Rasa, São Lucas, Sapopemba, Tatuapé, Vila Formosa, Vila Matilde Vila Prudente) essa taxa é de 24%.

Declaram ter arma de fogo em casa 6% dos entrevistados; 3% dizem que a arma pertence a si próprio e idêntico percentual afirma que alguém possui arma na casa onde mora.

A pesquisa também mostra que a maioria (83%) dos paulistanos é contra a venda de armas de fogo a civis. Apenas 14% se declaram favoráveis a que civis possam comprar armas de fogo; se declaram indiferentes ao assunto 2%.

Entre os declaram ter uma arma de fogo em casa, a posição favorável à venda de armamento para civis chega a 28%, o dobro do percentual verificado entre o total de entrevistados. Quando se trata do próprio entrevistado que possui arma, 49% deles são contra e 41% a favor da venda; já entre aqueles que dizem que outra pessoa da casa é o dono da arma, 81% são contra e 17% a favor.

A posição favorável à venda de armas de fogo a civis é ligeiramente maior entre os homens (19%), entre os paulistanos com idade entre 16 a 25 anos e entre os que têm renda familiar mensal entre cinco e dez salários mínimos (17% em cada estrato).

Entre os que não têm religião, 24% são a favor da venda de armas de fogo a civis; entre os evangélicos não pentecostais essa posição também é mais frequente, chegando a 18%.

Foram ouvidos 1624 moradores da cidade, a partir de 16 anos de idade, e a margem de erro máxima para o levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, levando-se em consideração o total de entrevistados.

São Paulo, 13 de abril de 2005.