Cerca de 310.000 trabalhadores paulistanos têm diagnóstico de LER/DORT

DE SÃO PAULO

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Durante os dias 19, 20 e 23 de julho o Datafolha ouviu os trabalhadores paulistanos sobre sua vida no trabalho (atividades desempenhadas, carga horária, realização de horas extras, existência de pausas e tempo para refeição, relacionamento com chefes e colegas de trabalho, pressões no cotidiano, existência de riscos de acidentes ou de doenças relacionadas ao trabalho, entre outros aspectos), e fora dele (prática de atividades físicas, tempo para o sono e para o lazer, por exemplo).

Esses trabalhadores também foram indagados sobre aspectos de sua saúde, tais como a presença de dores frequentes, dormências ou formigamentos e inchaços, e alguns outros sintomas.

O objetivo dessa investigação foi identificar condições de trabalho e sintomas que poderiam indicar a possibilidade de existência ou riscos de desenvolvimento de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT). O estudo mostra, entre outros resultados, que 14% dos trabalhadores paulistanos dos setores Comercial, Industrial, de Serviços e da Construção Civil, com 16 anos ou mais, que costumam sentir dores frequentes, dormência ou formigamento e inchaço em algumas partes do corpo, e que apresentam alguns outros sintomas, como irritabilidade, exaustão física, falta de firmeza nas mãos, entre outros, e que procuraram orientação médica, afirmam que receberam um diagnóstico de LER/DORT.

Esse percentual, transformado em números absolutos, mostra que cerca de 310.000 trabalhadores paulistanos dos setores da economia investigados na pesquisa têm diagnóstico de LER/DORT, o que representa 6% deste universo. Considerando-se o total da população da cidade de São Paulo com 16 anos ou mais, verifica-se que 4% dos paulistanos sofrem deste problema.

Foram entrevistados 1072 trabalhadores, e a margem de erro para a pesquisa, considerando-se o total da amostra, é de, no máximo, três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Foi indagado aos trabalhadores que citaram pelo menos um dos sintomas mais frequentes de doenças ligadas às LER/DORT, e que procuraram orientação médica, qual foi o diagnóstico dado pelo médico: 3% disseram espontaneamente que o médico havia diagnosticado LER/DORT.

Além desse percentual de citações literais dos termos e das siglas, também foram mencionados pelos trabalhadores outros problemas de saúde que podem ser associados às LER/DORT, tais como problemas de coluna (12%) e musculares (3%), tendinite (6%), problemas decorrentes da permanência em uma única posição por muito tempo e bursite (1%, cada).

Para os que não citaram LER/DORT de maneira espontânea o Datafolha fez o que se chama, tecnicamente de pergunta estimulada: "Você saberia me dizer se o médico concluiu que você sofre de um problema de saúde conhecido como Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT)"?

A soma das citações na pergunta que permitia respostas espontâneas com aquelas aferidas na pergunta estimulada resulta em um total de 14% de trabalhadores paulistanos que apresentam sintomas comumente relacionados às LER/DORT e cujo diagnóstico confirmou a existência do problema.

Destes, 12% afirmam que a empresa na qual trabalham não emitiu o CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho), documento que informa ao INSS que o trabalhador adquiriu doença profissional ou foi vítima de acidente do trabalho, e que lhe assegura o direito a afastar-se do emprego para tratamento médico, a receber benefícios previstos.

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