Os brasileiros e o trabalho

DE SÃO PAULO

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O Datafolha fez uma extensa pesquisa junto aos brasileiros de todo o país para saber como é sua vida no trabalho, carga horária, realização de horas extras, relacionamento com chefes e colegas de trabalho, entre outros aspectos, e fora dele lazer, prática de atividades físicas, qualidade do sono, atividades com a família, por exemplo, e quais são suas opiniões e atitudes sobre o tema.

A pesquisa mostra, entre outros resultados, que vem aumentando o número de brasileiros que vivem de maneira precária, seja enfrentando o desemprego, seja vivendo de bicos (45% dos que trabalham atualmente o fazem de maneira informal), que a maioria recebe no máximo até R$ 360,00 (dois salários mínimos) por mês, e que existe uma diferença salarial significativa entre mulheres e homens, e entre brancos, negros e pardos.

O estudo também mostra que apesar da maioria (61%) se considerar feliz com seu trabalho, satisfeito com o relacionamento com os colegas e com seu próprio desempenho, 77% gostariam de ter um negócio próprio.

A maioria dos brasileiros começou a trabalhar antes dos 16 anos e é alta a insatisfação com o tempo que têm para o lazer (a propósito, a maioria não pratica qualquer atividade física) e para passar junto aos familiares.

Foram ouvidos 2577 brasileiros em 126 municípios de todas as unidades da Federação, entre os dias 19 e 21 de novembro de 2001. A margem de erro máxima é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Para 16%, pensar em trabalho lembra desemprego

Indagados sobre qual a primeira coisa que vem à cabeça quando pensam em trabalho, 16% dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha responderam desemprego, falta de trabalho ou se lembraram da necessidade de conseguir um emprego.

As menções ao desemprego e à falta de trabalho são mais frequentes entre as pessoas que não estão trabalhando atualmente: chega a 24% entre as donas de casa e a 20% entre os aposentados, que não integram a População Economicamente Ativa (PEA), e a 23% entre os desempregados que estão à procura de trabalho.

Para 8% trabalho lembra dinheiro (taxa que chega a 17% entre os brasileiros que têm renda familiar mensal superior a R$ 3.600,00, ou 20 salários mínimos, e a 16% entre os que ganham a vida como empresários); percentual idêntico se refere à sobrevivência e ao sustento da família.

Trabalho lembra prosperidade, futuro melhor ou melhoria de vida para 6%, mesmo percentual dos que pensam em salário ou remuneração.

Atingem 5% das citações melhoria salarial e menções genéricas a trabalho, emprego ou serviço. Estabilidade e emprego fixo, com registro em carteira, é o que vêm à mente de 2% dos brasileiros quando pensam em trabalho.

Número de brasileiros desempregados e que vivem na informalidade aumentou nos últimos três anos

Nos últimos seis anos percentual expressivo de brasileiros vêm tendo que aprender a viver em condições precárias ou informais no que diz respeito ao trabalho.

O percentual de brasileiros à procura de trabalho quase triplicou nesse período. Os brasileiros desempregados eram 4% em dezembro de 1996, quando o Datafolha começou a incluir uma pergunta sobre ocupação profissional em suas pesquisas nacionais. Em novembro de 2001 essa taxa chegou a 11%, recorde desde então.

Além do aumento do desemprego, registra-se nesse período um aumento no número de brasileiros que trabalham de maneira informal: houve uma queda na taxa de brasileiros com carteira assinada (de 22% para 16%) e que trabalham como funcionários públicos (de 9% para 5%) e um aumento na taxa dos trabalhadores que vivem de bico ou atuam como freelancers (de 13% para 16%) que, assim, em novembro de 2001, se igualavam percentualmente aos trabalhadores com registro em carteira. Registra-se ainda a queda na taxa de autônomos regulares, que pagam ISS, de 9% para 5% no mesmo período.

A taxa de trabalhadores assalariados sem registro em carteira não mudou muito nos últimos anos: era de 11% no final de 1996 e de 10% em novembro de 2001.

A taxa de 4% de desempregados registrada no final de 1996 foi única na série de pesquisas realizadas pelo Datafolha desde então. Seis meses depois, em junho de 1997, esse percentual dobrou, passando a 8%, permanecendo nesse patamar nas pesquisas realizadas em fevereiro e julho de 1998 e oscilando para 9% em dezembro daquele ano.

Em junho de 1999 a taxa de desempregados oscilou para 10%, percentual que se manteve nas pesquisas realizadas nos meses de setembro e dezembro do mesmo ano, e em março e junho de 2000. Em dezembro daquele ano essa taxa voltou a ser de 10%, e em 2001 oscilou, primeiro negativamente, para 9% em junho, depois positivamente, passando a 7% em agosto e 8% em setembro e registrando o crescimento para 11% em novembro.

Se o percentual de desempregados no final de 1996 foi o mais baixo registrado na série de pesquisas aqui analisadas, a taxa de assalariados registrados naquela ocasião (22%) foi o mais alto. Nos anos seguintes a tendência foi de baixa no número de trabalhadores registrados: em junho de 1997 a taxa de brasileiros com registro em carteira caiu para 19%. Em 1998 essa taxa permaneceu igual em fevereiro, oscilou para para 20% em julho e para 18% em dezembro. Em 1999 o percentual de assalariados registrados chegou a 17% em dezembro e, em março de 2000, atingiu o mais baixo índice até o momento, 15%. Desde então essa taxa apresentou oscilações positivas, mas não ultrapassou os 18%, chegando a 16% em novembro.

A queda na taxa de funcionários públicos vem sendo lenta porém constante. Tal fato pode ser associado à privatização de empresas estatais que vêm sendo colocada em prática desde os anos 90.

Em dezembro de 1996, 9% dos brasileiros trabalhavam no setor público. Essa taxa oscilou para 7% em junho de 1997, e chegou a 5% em dezembro de 1998. Desde então a taxa de funcionários públicos oscilou, positiva ou negativamente, chegando ao patamar máximo de 7% em março de 2000, e a 5% em novembro de 2001.

Em dezembro de 1996, 13% dos brasileiros viviam de bicos. Em março de 2000 verificou-se o recorde de brasileiros trabalhando dessa maneira, 18% e, depois desse pico, essa taxa manteve-se entre 14%, no mínimo (em dezembro de 2000 e em junho de 2001), e 17%, no máximo (agosto e setembro de 2001).

Dos brasileiros que não fazem parte da PEA, 11% são donas de casa, 9% estudantes, 7% aposentados e 3% desempregados que não procuram emprego.

Há mais assalariados registrados nas cidades localizadas nas regiões metropolitanas (20%) do que nas cidades do interior (14%); considerando-se a região do país pesquisada, verifica-se maior presença de trabalhadores com registro em carteira no Sul (21%) e no Sudeste (20%); por outro lado, um em cada cinco moradores do Nordeste vive de bicos. A taxa de funcionários públicos fica ligeiramente acima da média nas regiões Norte e Centro-Oeste (na qual localiza-se o Distrito Federal), atingindo 8%.

A pesquisa mostra que, entre os cinco principais grandes setores de atividade pesquisados, a Indústria é o único no qual se verifica uma maioria de trabalhadores com registro em carteira. Nesse setor 61% são assalariados registrados, 15% fazem bicos e 13% trabalham como assalariados sem registro em carteira; os 11% restantes se enquadram em outras categorias.

Os trabalhadores que fazem bicos são mais numerosos no setor agropecuário (51%) e na Construção Civil (45%).

No setor de Serviços 28% são assalariados registrados, 26% fazem bicos, 19% são assalariados sem registro em carteira e 17% trabalham no Serviço Público. No Comércio a taxa de assalariados com registro em carteira é de 26%, idêntica à de freelancers.

Entre os brasileiros de cor negra tanto a taxa de trabalhadores com registro em carteira quanto a de desempregados fica acima da média. Entre os negros a taxa de desempregados (que procuram emprego) atinge 15%, enquanto a média verificada para o total da amostra é de 11%; já o percentual de negros com carteira assinada é de 20%, enquanto a média para o total da amostra é de 16%.

Verifica-se, ainda, que, enquanto 5% dos brasileiros são funcionários públicos, entre os negros essa taxa é de 2%.

*45% dos que trabalham atualmente ganham a vida de maneira informal,
sem direitos trabalhistas e com menor remuneração*

Tendo como base apenas os brasileiros que trabalham atualmente fica mais nítida a percepção do grande contingente de trabalhadores atualmente na informalidade.

Dos que trabalham atualmente 28% são assalariados com registro em carteira. Esse percentual é idêntico ao dos que fazem bicos ou trabalham como freelancers, e há ainda 17% de trabalhadores que se declaram assalariados sem registro em carteira.

Somando-se os brasileiros que vivem de bicos e os assalariados sem registro verifica-se que 45% dos trabalhadores do país ganham a vida de maneira totalmente informal.

Esses trabalhadores, além de não terem direitos trabalhistas nem benefícios, ainda têm remuneração abaixo da média. Enquanto os trabalhadores com registro recebem mensalmente, em média, R$ 551,80 (bem próximo da média para o total de trabalhadores brasileiros, que é de R$ 585,50), os trabalhadores que fazem bicos ganham R$ 393,20 - ou 29% a menos do que os registrados. Os que atuam como assalariados sem registro ganham ainda menos: R$ 286,30 ou 48% a menos do que os trabalhadores com registro em carteira.

Os autônomos regulares, que pagam ISS, somam 8% dos entrevistados. Tais trabalhadores, embora não tenham direitos trabalhistas, têm remuneração acima da média: R$ 1.151,00, o que significa 109% a mais do que o que ganha um assalariado registrado.

Tal quadro é coerente com outro dado revelado pela pesquisa: 54% dos brasileiros não têm direito a férias remuneradas e 53% não recebem o décimo terceiro salário.

Mesmo entre os trabalhadores com registro em carteira e os funcionários públicos, para quem esses são direitos garantidos pela Constituição, há trabalhadores que afirmam não dispor desses direitos. Entre os assalariados registrados 6% afirmam que não têm direito a férias remuneradas e 4% dizem que não recebem décimo terceiro salário; entre os funcionários públicos, 12% não gozam desses direitos.

A maioria dos trabalhadores brasileiros também não tem direito a alguns possíveis benefícios concedidos por parte das empresas. A taxa dos que não têm direito aos benefícios investigados superam 80%. Os trabalhadores que têm registro em carteira e os funcionários públicos são os que contam com mais benefícios, como vale-transporte, plano de saúde, refeitório, cesta de natal, vale-refeição, cesta básica e cursos específicos pagos pela empresa na qual trabalham, entre outros.

A taxa de brasileiros que afirmam não tirar férias anualmente é idêntica à dos que dizem não ter direito a férias remuneradas (54%).

Os brasileiros que têm melhores condições socioeconômicas são os que afirmam com mais frequência que tiram férias todo ano. Entre os que têm nível superior de escolaridade e entre os que têm renda familiar mensal superior a R$ 3.600,00 (vinte salários mínimos) chega a 75% o percentual dos que tiram férias anualmente; entre os que fazem parte das classes A e B essa taxa é de 66%. Já entre os que estudaram até o 1º grau e entre os que fazem parte das classes D e E 64% não costumam tirar férias todo ano; entre os que têm renda familiar mensal de até R$ 1.800,00 (dez salários mínimos) a taxa dos que não tiram férias é de 57%.

No setor agropecuário chega a 85% a taxa dos trabalhadores sem férias anuais; essa taxa é de 66% entre os trabalhadores da Construção Civil. Por outro lado, 71% dos trabalhadores da Indústria costumam tirar férias todo ano.

Considerando o último período de férias a que tiveram direito, a média verificada foi de 23 dias de descanso para cada brasileiro. Tiveram direito a até 30 dias de descanso 63% (23% até 15 dias e 40% entre 16 e 30 dias). Afirmam que puderam ficar em férias durante mais de trinta dias 38%.

Maioria dos que não são assalariados com registro gostariam de ter carteira assinada

A maioria (69%) dos brasileiros que, atualmente, não são assalariados com registro em carteira, gostariam de passar a ser.

Esse é o desejo de 89% dos que estão desempregados, de 88% dos que hoje trabalham como assalariados sem registro e de 75% dos que vivem atualmente de bico. Já entre os que trabalham autonomamente e de maneira regular 54% não gostariam de trabalhar com registro em carteira.

Entre os que se declaram como empresários cerca de um terço (28%) afirmam que gostariam de trocar a atual posição por um registro em carteira.

Entre os brasileiros que atualmente não possuem registro em carteira 47% afirmam que já o tiveram; número quase idêntico (46%) diz que nunca trabalhou com carteira assinada.

Na região Nordeste chega a 62% a taxa dos que dizem nunca terem trabalhado com registro em carteira.

69% dos brasileiros fazem parte da população economicamente ativa

Fazem parte da PEA (População Economicamente Ativa) 69% dos brasileiros. Essa taxa era de 72% em novembro de 1996.

A maior parte dos trabalhadores brasileiros está concentrada nos setores de Serviços e Comércio. Metade (51%) dos entrevistados pelo Datafolha declaram trabalhar no setor de Serviços; 27% trabalham no setor Comercial. Trabalham na Indústria 8%, na Construção Civil 7% e no setor agropecuário 5%.

Dos que não fazem parte da PEA, 11% são donas de casa, 9% estudantes e 3% desempregados que não procuram emprego.

Nos últimos três anos 19% dos brasileiros foram demitidos pelo menos uma vez; destes, 14% foram demitidos uma vez, 3% foram demitidos duas vezes e 1% perderam o trabalho três ou mais vezes nesse período.

Entre os desempregados a média de tempo procurando emprego é de dois anos.

56% dos brasileiros recebem até dois salários mínimos por mês

A maioria (56%) dos trabalhadores brasileiros recebe até dois salários mínimos (R$ 360,00) por mês. Um terço (30%) dos brasileiros recebe entre R$ 181,00 e R$ 360,00 (mais de um e até dois salários mínimos) por mês; 19% têm rendimentos entre R$ 91,00 e R$ 180,00 (mais de meio e até um salário mínimo) e 7% afirmam que vivem com até R$ 90,00 (meio salário mínimo) por mês. Um quarto (25%) ganha entre R$ 361,00 e R$ 900,00 (mais de dois e até cinco salários mínimos), 9% recebem R$ 901,00 e R$ 1.800,00 (mais de cinco e até dez salários mínimos) e 5% têm rendimentos superiores a R$ 1.800,00.

Os trabalhadores brasileiros receberam, no mês anterior à realização da pesquisa do Datafolha, em média, R$ 585,50. Esse é o valor bruto, sem descontos.

Observando-se os resultados tendo em vista a ocupação declarada pelo entrevistado percebe-se que os empresários (que declaram rendimento mensal, em média, de R$ 2031,00), autônomos regulares (R$ 1.1151,00) e funcionários públicos (R$ 732,50) têm remuneração acima da média dos brasileiros. Os assalariados registrados têm rendimentos próximos à média (R$ 551,80). Estão em pior situação os trabalhadores que fazem bicos, e recebem, em média, R$ 393,20 e os assalariados sem registro, com rendimento médio de R$ 286,30.

Considerando-se o setor de atividade, o Comércio e a Indústria são os que pagam melhores salários (R$ 704,80, no caso do setor comercial e R$ 703,30 no industrial). Já os trabalhadores do setor agropecuário recebem, em média, R$ 272,10 por mês.

Tendo-se em vista a escolaridade, verifica-se que os trabalhadores com nível superior ganham, em média, R$ 1487,10. Os trabalhadores com nível secundário recebem R$ 603,40 e os que estudaram apenas até o 1º grau ganham, R$ 395,60.

Mulheres têm remuneração, em média, 40% menor do que a dos homens

A pesquisa demonstra diferenças significativas entre a remuneração de homens e mulheres, entre a de brancos e negros e a de brancos e pardos ou mulatos.

As mulheres recebem, em média, 40% menos do que os homens: enquanto o salário ou rendimento bruto dos homens, no mês anterior à pesquisa, foi de R$ 585,50, em média, as mulheres receberam R$ 421,80.

Os negros, que têm rendimentos, em média, de R$ 390,90, recebem em média 46% a menos do que os brancos, que ganham, em média, R$ 718,50 por mês. Já os pardos (rendimento médio de R$ 441,50) ganham 39% a menos do que os brancos.

Tal diferença é verificada em todos os segmentos passíveis de análise. Não importam a ocupação, o setor de atividade, a escolaridade ou as horas trabalhadas: as mulheres ganham sempre menos do que os homens, e brancos ganham sempre mais do que negros e pardos.

De maneira geral, as diferenças são maiores quanto maior a escolaridade e quanto mais velho o trabalhador; considerando-se o setor de atividade, as maiores disparidades são verificadas no Comércio.

Serão apresentadas, nas tabelas a seguir, as diferenças de rendimentos por sexo e cor. Em alguns casos não constam todos os segmentos passíveis de análise por não haver base de entrevistas suficiente para uma análise estatística segura. Isso acontece, por exemplo, em relação às mulheres, nos resultados por setor de atividade: elas participam em número muito reduzido na Construção Civil e no setor agropecuário, que, por isso, não foram incluídos na comparação. Em relação a negros e pardos, o segmento de nível superior de escolaridade não foi incluído na comparação porque apenas 3% dos negros e 4% dos pardos chegaram à universidade. Entre os brancos, 12% têm nível superior de escolaridade.

Seguem, primeiramente, as tabelas com os resultados por sexo.

Observando-se os resultados por ocupação profissional percebe-se que os rendimentos das mulheres são inferiores aos dos homens especialmente entre o segmento dos empresários (diferença de 63%) e entre os trabalhadores freelancers ou que fazem bicos (43%) e entre os assalariados registrados (39%). A menor diferença é verificada no funcionalismo público (5%).

Considerando-se o setor de atividade, percebe-se que a diferença entre homens e mulheres é maior no setor Comercial (54%); no que diz respeito a horas trabalhadas, a diferença é menor no segmento intermediário, formado por trabalhadores que têm carga horária semanal entre 31 e 40 horas.

Considerando-se a região de moradia, o Sudeste é onde se verifica a maior diferença salarial entre os sexos; já nas regiões Norte e Centro-Oeste registra-se a menor diferença. Tal dado é coerente com o fato de que nessas regiões se concentra um maior número de funcionários públicos - segmento no qual observa-se a menor diferença salarial entre homens e mulheres.

A diferença salarial entre homens e mulheres é maior nas cidades localizadas no interior do país do que naquelas situadas nas regiões metropolitanas.

A remuneração aumenta quanto mais velhos os trabalhadores; da mesma forma, no entanto, aumenta a diferença salarial entre homens e mulheres conforme a idade vai aumentando:

Sentimento de discriminação em situações relacionadas ao trabalho atinge 13% das brasileiras

O sentimento de terem sido discriminadas em alguma situação relacionada ao trabalho atinge 13% das brasileiras entrevistadas pelo Datafolha. Entre as mulheres que têm nível superior de escolaridade essa taxa chega a 24%. Entre as brasileiras que fazem parte das classes A e B, 20% já se sentiram discriminadas; já entre as que integram as classes D e E essa taxa cai para 9%. A sensação de terem sido discriminadas também é mais expressiva entre as mulheres que têm remuneração entre R$ 361,00 e R$ 900,00,(23%), entre as trabalhadoras da Indústria (22%), autônomas regulares (20%) e assalariadas registradas (19%).

As queixas mais frequentes se referem ao processo de seleção; 15% das entrevistadas afirmam que a vaga que pretendiam disputar estava reservada a um trabalhador do sexo masculino.

Dizem que são ou foram impedidas de realizar determinadas tarefas 13%; reclamam que são ou foram impedidas de realizar tarefas que demandam esforço físico 10%; não se sentem aceitas no grupo 7%; dizem que são ou foram insultadas ou alvo de piadas, 6%.

Embora a pesquisa mostre que as mulheres recebem salários menores do que os homens em todos os segmentos investigados, apenas 6% delas afirmam que se sentem ou sentiram discriminadas por receber salário menor, apesar de sua capacitação. Dizem que não foram promovidas, apesar da capacidade, 5%.

Reclamam de assédio sexual 4%, mesmo percentual das brasileiras que sentem que seu trabalho não é reconhecido e das que reclamam que certas empresas não admitem pessoas do sexo feminino.

Dos homens entrevistados 3% disseram que já se sentiram discriminados em alguma situação relacionada ao trabalho; entre os brasileiros de nível superior essa taxa chega a 7%. As situações que levaram esses homens a se sentirem discriminados foram, principalmente, o fato da vaga que disputavam ser destinada a mulheres (menção de 37% dos que se sentiram discriminados), ser impedido de realizar determinadas tarefas no trabalho (19%), e não se sentir aceito no grupo de trabalho (7%).

19% dos observados negros e 11% dos pardos já se sentiram discriminados

A pesquisa do Datafolha revela que 19% dos negros e 11% dos pardos ou mulatos já se sentiram discriminados por causa da cor em alguma situação relacionada ao trabalho. Entre os brasileiros de cor amarela essa taxa chega a 9%; entre os brancos e os indígenas 2% dizem que já se sentiram discriminados em alguma situação relacionada ao trabalho. Do total de entrevistados, 7% já se sentiram discriminados em alguma situação do tipo.

Na pesquisa utilizou-se o critério de cor observada: o pesquisador anotou no questionário a cor que observou no entrevistado. Havia cinco opções pré-codificadas: branca, preta, parda ou mulato, amarela e indígena.

As citações mais frequentes dizem respeito ao processo seletivo: 37% dos negros e 25% dos pardos ou mulatos afirmam que se sentiram discriminados ao procurar por trabalho, e citam a rejeição pura e simples (resposta de 16% dos mulatos e de 14% dos negros), o fato da vaga ser destinada a pessoas de uma determinada cor (resposta de 19% dos negros) e mesmo a obrigatoriedade de declarar a cor no momento de preenchimento de ficha (situação mencionada por 3% dos negros; idêntico percentual de brancos reclamou dessa obrigatoriedade). Afirmam ter sido vítimas de piadas ou insultos no trabalho em virtude da cor 24% dos pardos e mulatos e 14% dos negros.

Não se sentem ou sentiram aceitos no grupo ou turma de trabalho 13% dos negros; afirmam terem sido impedidos de realizar determinadas tarefas ou ocupar certas funções 8% dos mulatos; foram acusados de roubo ou reclamam de serem vistos como ladrões 9% dos negros; acham que não foram promovidos, apesar da capacidade, 5% dos mulatos e reclamam de maus tratos por parte do chefe ou patrão 4% dos negros.

É curioso perceber que nenhum trabalhador negro ou mulato disse aos pesquisadores do Datafolha que se sentia discriminado por causa de um menor salário, apesar da pesquisa revelar que a média salarial dos brancos é maior do que a dos negros em todos os segmentos analisados.

*33% fazem horas extras
Dos que fazem, 31% não recebem por elas*

Fazer horas extras é algo rotineiro para 33% dos brasileiros. Esses brasileiros acrescentam, em média, 9,5 horas à sua jornada semanal, e cerca de um terço (31%) deles não recebe nenhum tipo de compensação por esse acréscimo de trabalho.

Dos que fazem horas extras, 47% acrescentam até cinco horas à sua jornada de trabalho semanal, 26% trabalham mais de cinco até 10 horas a mais e 27% fazem mais de 10 horas extras por semana.

Segundo 40% as horas extras são pagas; 14% dizem que essas horas são compensadas com folgas e 6% afirmam que recebem algum outro tipo de compensação por elas.

Considerando-se o setor de atividade do entrevistado, percebe-se que a prática de horas extras é maior entre os trabalhadores da Indústria (54%) e da Construção Civil (42%).

Trabalham além do expediente regular com maior frequência os trabalhadores que fazem parte das classes A e B (43%), os que têm renda familiar entre 10 e 20 salários mínimos (43%) e os que têm nível superior de escolaridade (39%).

Na região Sul a taxa de trabalhadores que fazem horas extras chega a 44%; no Nordeste essa taxa é de 28%, e nas regiões Norte e Centro-Oeste de 26%. No Sudeste o percentual de entrevistados que fazem horas extras (35%) fica próximo da média.

Os brasileiros trabalham, em média, 8,4 horas por dia.

Segundo 36%, sua semana de trabalho tem cinco dias; 34% declaram trabalhar seis dias por semana e 18% afirmam que trabalham todos os dias.

A combinação das horas trabalhadas por dia com os dias trabalhados por semana resulta em uma média de 46 horas e 48 minutos semanais. A maioria dos brasileiros (55%) trabalha mais de 40 horas por semana; trabalham entre 31 e 40 horas 23%, e até 30 horas 21%.

A média de horas trabalhadas por semana é expressivamente mais alta entre os empresários (62 horas e 12 minutos), entre os autônomos regulares (54 horas e 24 minutos), entre os que têm rendimentos superiores a R$ 1.800,00 ou dez salários mínimos (53 horas e 12 minutos), e entre os trabalhadores do Comércio (51 horas e 24 minutos).

A semana de cinco dias é mais frequente entre os funcionários públicos (69%) e trabalhadores da Construção Civil (51%).

Cerca de um terço (31%) dos trabalhadores brasileiros afirmam que têm mais de uma hora para fazer sua refeição. Afirmam que têm mais de 30 minutos até uma hora para comer 37% e dizem que param por mais de 15 até 30 minutos 17% Afirmam que não têm tempo para refeição 6%.

77% têm vontade de ter um negócio próprio

A grande maioria dos brasileiros que atualmente não possuem um negócio próprio gostariam de ganhar dinheiro comercializando e produzindo produtos ou prestando serviços.

Indagados a respeito 77% disseram que têm vontade de ter um negócio próprio; 23% não sentem vontade de iniciar seu próprio negócio.

Observando-se os resultados a partir da atual ocupação dos entrevistados percebe-se que a vontade de ter um negócio próprio fica acima da média entre os brasileiros que não têm carteira assinada nem direitos trabalhistas: ela é maior entre os que atualmente fazem bicos ou atuam como freelancers (88%), aqueles que são autônomos regulares (87%), os que estão desempregados (84%) e os assalariados sem registro (82%). Entre os assalariados registrados a taxa dos que têm vontade de possuir um negócio próprio é idêntica à verificada entre o total de entrevistados (77%) e entre os funcionários públicos ela fica abaixo da média (73%).

Mais horas trabalhadas, maior a vontade de ter um negócio próprio: ela chega a 90% entre os que declaram fazer mais de 10 horas extras por semana e a 86% entre os que afirmam trabalhar mais de 40 horas por semana.

A vontade também é maior entre os que têm menor salário ou rendimento mensal, atingindo 86% entre os que ganham até R$ 90,00 (meio salário mínimo) e 85% entre os que ganham entre R$ 91,00 e R$ 180,00 (mais de meio e até um salário mínimo) por mês. No outro extremo, a taxa dos que têm vontade de possuir um negócio próprio é de 74% entre os que ganham entre R$ 900,00 e R$ 1.800,00 (mais de cinco e até dez salários mínimos) e de 75% entre os que recebem mais de R$ 1.800,00 (dez salários mínimos) mensalmente.

Coerentemente com tal resultado, os brasileiros de melhor condição socioeconômica são os que respondem com mais frequência que não querem ter um negócio próprio. Respondem negativamente à indagação 34% dos que têm renda familiar mensal superior a 20 salários mínimos, 33% dos que têm nível superior de escolaridade e 32% dos que pertencem às classes A e B.

Os brasileiros que gostariam de ter um negócio próprio sonham principalmente com aqueles ligados ao comércio: 22% gostariam de comercializar artigos de vestuário, tecidos ou calçados, 17% pensam em abrir um bar, lanchonete, restaurante ou negócio similar e 16% se imaginam ganhando dinheiro comercializando produtos alimentícios em supermercados, mercearias, quitandas e estabelecimentos do tipo. Citações a outros tipos de comércio (farmácias, lojas de material para construção, revendedoras de automóveis, entre outros) atingem 12%.

Gostariam de prestar serviços, no total, 22%. Dizem que gostariam de trabalhar com serviços de estética ou beleza 3%, e que gostariam de prestar serviços ligados à educação ou abrir uma borracharia 2%, cada. A variedade de serviços é grande: alguns gostariam de abrir um escritório de contabilidade, outros uma academia de ginástica, ou uma oficina de costura, ou uma agência de turismo; outros ainda gostariam de prestar serviços de marcenaria, ou serviços ligados à saúde, ou de ter seu veículo próprio para transporte de cargas ou pessoas, essas citações atingem 1%, cada. Há outras respostas que não chegam a 1% mas que, somadas, atingem 8%.

Dois terços (60%) dos brasileiros que desejam ter seu próprio negócio acreditam que, nos próximos dois anos, conseguirão atingir esse objetivo. Os mais otimistas, que acham que a chance de que isso venha acontecer é grande, somam 14%. Para cerca de um terço (29%) a chance de que venham a abrir um negócio próprio nos próximos dois anos é média; 17% consideram pequena a chance de que concretizem seu desejo. Não têm esperança de iniciar um negócio próprio nos próximos dois anos 36%.

Dos entrevistados que trabalham atualmente e gostariam de abrir um negócio próprio os mais otimistas são os que atualmente trabalham como autônomos regulares: entre eles 21% consideram a chance de que venham a abrir um negócio nos próximos dois anos é grande e 45% consideram-na média.

Por outro lado, as taxas dos que acham que não existe nenhuma chance de que venham a abrir um negócio próprio nos próximos dois anos fica acima da média entre os funcionários públicos (41%), assalariados sem registro (40%) e assalariados registrados (39%).

Na hora de dizer quais seriam as principais dificuldades que enfrentariam para dar início a um negócio próprio a grande maioria (81%) mencionou dificuldades financeiras: falta de dinheiro e problemas financeiros de uma maneira geral foram mencionados por 57%, a dificuldade para obter o capital para iniciar o negócio foi mencionada por 13%, a falta de dinheiro para comprar mercadorias ou equipamentos veio à mente de 6% e disseram que seria difícil obter empréstimos ou financiamentos bancários 5%.

Dificuldades relacionadas a um imóvel no qual daria início ao negócio (como encontrar um ponto adequado, a compra ou os gastos com o aluguel de um imóvel), foram citadas por 11%; impostos, burocracia, falta de estudo atingiram 3% das menções, cada; citações a falta de experiência, ausência de incentivo governamental, clientela, concorrência somaram 2%, cada.

Ao pensar em quais seriam as principais dificuldades após a abertura do negócio, 20% citam a falta de dinheiro e os problemas financeiros, 13% se preocupam com os funcionários com os quais trabalhariam (8% dos quais se referem à contratação de funcionários competentes e honestos), 12% se referem à dificuldade em conseguir e manter a freguesia (outros 2% se preocupam com o poder aquisitivo de sua possível clientela), 9% se ressentem da falta de experiência e conhecimentos para tocar um negócio e 7% mencionam os impostos com os quais teriam que arcar.

63% começaram a trabalhar antes dos 16 anos

A maioria (63%)dos brasileiros começou a trabalhar antes dos 16 anos de idade: cerca de metade (48%) começou a trabalhar com idade entre 10 e 15 anos e 15% afirmam que começaram a trabalhar antes de completarem dez anos de idade; entre os trabalhadores do setor agropecuário essa taxa chega a 42% e entre os trabalhadores da Construção Civil atinge 22%.

Os brasileiros começam a trabalhar com 14 anos, em média (sendo que os homens começaram aos 13 e as mulheres aos 14), a mesma idade com que seus pais deram início à vida no trabalho. As mães dos brasileiros começaram a trabalhar aos 14 anos, em média.

Entre os trabalhadores do setor agropecuário a média de idade com que começaram a trabalhar é de onze anos.

O Datafolha também perguntou aos brasileiros qual é ou foi a profissão ou o principal trabalho de seus pais.

Cerca de um terço (32%) tem ou teve como pai um agricultor ou lavrador. Atividades ligadas a serviços de construção e reforma, como pedreiros, carpinteiros e eletricistas somam 13%; vêm a seguir motoristas (6%), operários de produção e comerciantes (5%), trabalhadores da área de segurança, como policiais e militares (4%). Atingem 2% das menções, cada, proprietários ou sócios de algum negócio, vendedores, profissionais liberais e funcionários públicos.

Entre os que hoje são agricultores ou lavradores chega a 83% a taxa dos que ganham a vida com o mesmo trabalho que seus pais. Entre os trabalhadores que prestam serviços de construção ou reforma 22% repetem o trabalho de seus pais; entre os que hoje trabalham na Indústria, 11% tem ou tiveram como pais operários de produção.

Já as mães de 45% dos brasileiros são ou eram donas de casa (24%) ou não tinham profissão (21%). Menções às atividades em serviços domésticos e na agricultura atingem 15%, cada. Vêm a seguir trabalhadoras em serviços de corte e costura (4%), professoras (3%), comerciantes, e (2%) trabalhadoras em serviços de copa e cozinha.

Quando solicitados a dizer qual é a sua própria profissão, 8% citaram serviços domésticos, 7% agricultores ou lavradores, 5% mencionaram atividades de escritório, bancos e similares, 5% disseram trabalhar em serviços de construção e reforma e 3% se definiram como vendedores. Declararam-se como proprietários ou sócios de algum negócio 1%.Atingiram 2% das menções os ajudantes gerais (4%), operários de produção e professores, e atingiram 2% serviços de segurança, serviços de copa e cozinha, e atingiram 3% motoristas.

*Maioria dos brasileiros se diz feliz com seu trabalho
Apesar disso, 46% já pensaram em mudar*

A maioria dos brasileiros está feliz com seu trabalho: chega a 61% a taxa dos que se dizem muito felizes ou felizes. Se declaram mais ou menos felizes 35%. Apenas 5% se dizem infelizes ou muito infelizes com seu trabalho.

Destacam-se, entre os mais felizes, os trabalhadores que ganham mais de R$ 1.800,00 (ou dez salários mínimos) por mês (74%), os autônomos regulares (71%), os empresários (68%), e os que trabalham até seis horas por dia (67%).

O destaque negativo fica por conta dos trabalhadores que ganham até R$ 90,00 (meio salário mínimo) mensalmente: entre eles a taxa dos que se dizem felizes ou muito felizes cai para 48%, a dos que se dizem mais ou menos felizes é de 38% e a dos que se declaram infelizes ou muito infelizes chega a 13%.

Dos trabalhadores que se dizem muito felizes ou felizes com seu trabalho, 29% afirmam que se sentem assim porque fazem o que gostam e se sentem realizados profissionalmente. Percentual idêntico justifica sua felicidade levando em conta a questão financeira: destes, 18% dizem que estão muito felizes ou felizes porque têm dinheiro para pagar as contas e levar a vida, 8% afirmam que recebem uma boa remuneração e 3% que recebem seu salário em dia.

A razão para a felicidade também está no simples fato de se estar trabalhando atualmente (resposta de 14%), de se ter um emprego fixo ou registrado (6%) ou de se ter estabilidade no emprego (2%).

Um bom ambiente de trabalho, no qual se tem um bom relacionamento com os colegas e com o patrão, e se é tratado respeitosamente, é motivo de felicidade para 17%.

Alguns dos motivos citados pelos mais felizes foram, entre outros, o fato de trabalhar por conta própria ou ter um negócio próprio (4% de menções, cada), a ausência de cobranças ou pressões, a satisfação com o horário de trabalho (3%, cada) e ter um trabalho no qual ajuda outras pessoas (2%).

As justificativas daqueles que se dizem mais ou menos felizes se referem tanto a aspectos negativos quanto positivos, além de algumas respostas que podem ser consideradas "neutras". As respostas mais frequentes dizem respeito a questões financeiras, sendo que 38% reclamam da baixa remuneração que recebem; outros 10% citam dificuldades financeiras da empresa na qual trabalham. Estão mais ou menos felizes por não terem estabilidade no trabalho 11%. Outros motivos citados foram o excesso de trabalho, a não realização profissional (menções de 6%, cada), o fato de estar empregado (4%) e ter dinheiro para pagar as contas (3%).

O dinheiro (ou a falta dele) também aparece com destaque entre os motivos apontados para a infelicidade: dos trabalhadores que se dizem infelizes ou muito infelizes com seu trabalho 47% se referem de forma negativa a seus salários (43% dizem que ganham pouco e 3% afirmam que não têm dinheiro suficiente para viver). Reclamam de falta de estabilidade no emprego 19%, citam dificuldades financeiras da empresa na qual trabalham 11% e não se sentem tratados com respeito no trabalho 10%. Se sentem infelizes porque têm excesso de serviço 9%, mesmo percentual dos que não se realizam profissionalmente no trabalho.

Ao serem solicitados a dizer se concordavam ou discordavam com algumas frases, e ao serem indagados sobre como se sentiam em algumas situações nas quais teriam que expressar suas ideias, sugestões e reclamações, os trabalhadores brasileiros esboçaram um quadro mais positivo do que negativo de seu trabalho.

Superam 70% os que concordam, totalmente ou em parte, com as afirmações de que, em seu trabalho as pessoas são encorajadas a aprender e adquirir novos conhecimentos o tempo todo (76%), que as pessoas se sentem livres para expressar suas opiniões e ideias, que são reconhecidas e recompensadas quando fazem um bom trabalho e que gostam de ir para o trabalho todos os dias (75% para cada afirmação). Concordam com a afirmação de que as informações são acessíveis a todas as pessoas 66% (41% totalmente e 25% em parte), enquanto 27% discordam (13% totalmente e 14% em parte). Por outro lado, chega a 61% a taxa dos que concordam com a afirmação de que as pessoas se sentem pouco valorizadas em seu trabalho (34% discordam) e a 60% a dos que concordam que existe pouca ou nenhuma possibilidade de ascensão profissional em seu trabalho.

Concordam que as pessoas se sentem vigiadas e observadas o tempo todo 50% e que não há colaboração ente as pessoas 46%.

Mais de um terço dos entrevistados diz que se sente totalmente à vontade para dar novas ideias sobre o trabalho, falar com o chefe sobre alguma situação que possa colocar em risco sua segurança ou saúde (37% em cada caso), expressar opiniões sobre como o trabalho deve ser feito (36%) e reclamar de coisas que incomodam no trabalho (34%). Já quando se trata de discordar do chefe, 24% se dizem totalmente à vontade, 13% muito à vontade e 23% um pouco à vontade. Se dizem nada à vontade 14% e muito pouco à vontade para discordar do chefe 7% dos entrevistados.

Apesar do grande número de brasileiros que se dizem felizes com seu trabalho, 46% afirmam que já pensaram em trocar de emprego ou mudar para outra atividade.

Já pensaram em mudar de emprego ou trabalho em especial os trabalhadores com idade entre 16 e 25 anos, os que trabalham na Construção Civil (57% em cada segmento), aqueles que têm menores salários (54% dos que ganham até R$ 90,00 ou meio salário mínimo e 52% dos que ganham entre R$ 91,00 e R$ 180,00 ou mais de meio e até um salário mínimo), os trabalhadores que vivem de bicos ou atuam como freelancers (52%), os assalariados sem registro (50%), os que estudaram até o 2º grau e os comerciários (51% em cada segmento).

A justificativa mais frequente apresentada pelos trabalhadores que já pensaram em mudar de emprego ou trabalho diz respeito a questões salariais: 39% afirmam que gostariam de ganhar um salário melhor e outros 5% dizem que gostariam de ter um salário fixo.

A vontade de ter direitos trabalhistas e benefícios inspira pensamentos de mudança em 9% dos entrevistados (6% se referem especificamente ao desejo de ter registro em carteira, 3% dizem que gostariam de contar com benefícios de maneira geral e 1% mencionam a vontade de ter um plano de saúde). São 7% os que dizem que gostariam de mudar para um trabalho que lhes desse estabilidade. Afirmam que não gostam da atividade na qual estão engajados atualmente 6% e outros 4% simplesmente dizem que não querem mais trabalhar na atividade atual - percentual idêntico ao dos que afirmam que querem ter um negócio próprio.

Atingem 3% das menções referências ao horário e à jornada de trabalho, o cansaço e o estresse, o desejo de não trabalhar mais em serviço pesado e a vontade de obter uma melhor qualidade de vida.

Dos que gostariam de mudar de emprego ou trabalho, 5% dizem que gostariam de mudar para um trabalho no qual fossem proprietários ou sócios; 4% gostariam de passar a trabalhar em escritórios, bancos ou áreas afins e 3% gostariam de se tornar vendedores.

A maioria (63%) dos trabalhadores brasileiros afirma que não corre risco de ser demitido ou ficar sem trabalho. O percentual de brasileiros que se sentem seguros em relação a seu trabalho cresceu ao longo de 2001: em março 51% diziam que não corriam risco de demissão ou de perder o trabalho; essa taxa passou a 58% em junho e, ao atingir os atuais 63%, representa a maior taxa de brasileiros confiantes na manutenção de seu trabalho desde que o Datafolha começou a fazer essa pergunta, em setembro de 1995.

Um quarto (25%), no entanto, acha que corre algum risco, e cerca de dois terços sentem-se amedrontados ao pensar na possibilidade de perder o emprego ou ficar sem trabalho (29% dizem que essa hipótese é o que mais lhe dá medo e percentual idêntico afirma que isso é uma das coisas que mais lhe dá medo).

Segundo 41% a hipótese de ficar sem trabalho não causa medo algum.

*42% dizem que existe muita competição no trabalho
Maioria está satisfeita com relacionamentos e com o próprio desempenho no trabalho*

Para 42% dos trabalhadores brasileiros entrevistados pelo Datafolha existe muita competição no seu trabalho entre os funcionários. Afirmam que existe um pouco de competição 23% e dizem não haver competição no trabalho 35%. Entre os trabalhadores da Construção Civil chega a 57% a taxa dos que afirmam existir muita competição no trabalho.

Quanto mais horas trabalhadas e maior a remuneração, maior a competição: afirmam que existe muita competição no trabalho 63% dos que trabalham mais de dez horas extras por semana e 52% dos que trabalham mais de dez horas por dia. Entre os que ganham mais de R$ 1.800,00 (ou dez salários mínimos) por mês essa taxa é de 62%.

A maioria está satisfeita com o relacionamento que têm com as pessoas em seu trabalho: para 89% o relacionamento com as pessoas de uma maneira geral é ótimo ou bom; 83% têm essa opinião a respeito do relacionamento com o chefe.

Os trabalhadores brasileiros têm uma avaliação francamente positiva a respeito de seu próprio desempenho no trabalho. Solicitados a atribuir uma nota de zero a dez para seu desempenho no trabalho 43% deram a si próprios nota dez. Um quarto (25%) acha que merece nota oito; 17% deram a si mesmos nota nove. A nota média ficou em 8,7.

A nota média atribuída aos chefes ficou um pouco abaixo: 7,9.

Além de uma avaliação positiva a respeito do próprio desempenho, a maioria afirma que costuma receber elogios no trabalho: 40% dizem ser elogiados sempre, 39% de vez em quando e 8% raramente. Para quase a totalidade (96%) esses elogios são justos.

A maioria (53%), por outro lado, afirma que não costuma receber críticas ou reclamações por seu desempenho; dos que costumam ser criticados, 49% consideram essas críticas injustas e 45% veem justeza nas reclamações.

Maioria dos trabalhadores não é sindicalizada

A grande maioria dos brasileiros (83%) não é associado a nenhum sindicato de trabalhadores. Entre os assalariados registrados essa taxa é um pouco menor (65%). O maior percentual de trabalhadores sindicalizados é verificada entre os funcionários públicos (41%).

Apesar da maioria não ser sindicalizada, 68% dos brasileiros acham muito importante que os trabalhadores sejam filiados aos sindicatos que representam suas categorias profissionais e 69% dão muita importância ao fato de que eles participem de mobilizações por aumento salarial.

Já em relação à participação dos trabalhadores em partidos políticos, 36% dos brasileiros consideram tal atitude muito importante, 34% mais ou menos importante e 28% nada importante.

Maioria dos brasileiros prefere trabalho com hora certa a flexibilidade de horário

A maioria (74%) dos brasileiros prefere um trabalho com horário fixo, com hora certa para começar e para terminar; 24% dizem que preferem um trabalho com horário flexível, sem horário para começar nem para terminar.

Entre os trabalhadores que têm rendimentos superiores a R$ 1.800,00 (ou dez salários mínimos), no entanto, 63% preferem um trabalho com horário flexível. Entre os que têm nível superior de escolaridade as opiniões se dividem, literalmente: uma metade prefere um trabalho com horário fixo e outra um trabalho com horário flexível.

Cerca de metade (51%) prefere um cargo mais modesto, com menor remuneração e menor responsabilidades e cobranças; 46%, por outro lado, preferem um cargo mais alto, com maior remuneração e responsabilidades e cobranças equivalentes.

A taxa dos que preferem ocupar um cargo mais alto chega a 74% entre os brasileiros com nível superior de escolaridade, a 73% entre os que têm rendimento familiar mensal acima de 20 salários mínimos, a 64% entre os que fazem parte das classes A e B. Entre os que fazem mais de 10 horas extras por semana a taxa dos que preferem um cargo mais alto chega a 65%.

Mesmo que a empresa na qual trabalhassem lhes desse a opção de trabalhar em casa, a maioria (61%) preferiria trabalhar nas dependências da empresa. Escolheriam trabalhar em casa 37%.

Para brasileiros, trabalhador deve ter estudo e ser bem informado para ter sucesso

O Datafolha perguntou aos brasileiros quais devem ser as características que um trabalhador deve ter para conquistar sucesso profissional no mundo de hoje. Entre as menções espontâneas destacam-se aquelas que dizem respeito à educação, formal ou informal: 28% afirmam que o trabalhador deve ter estudo ou educação, de uma maneira geral. Além disso, 5% dizem que ele deve ter um curso superior, 4% citam cursos de áreas específicas e 3% se referem a cursos, sem especificar qual; 2% mencionam cursos de informática e 1% cursos de idiomas.

Para 24% o trabalhador deve ser dedicado e ter força de vontade; na opinião de 21%, honestidade é uma das características fundamentais para que um trabalhador tenha sucesso no mundo de hoje e para 16% ele deve ser competente e demonstrar qualidade.

Vêm a seguir responsabilidade (9%), boa aparência, gostar do que faz (características citadas por 6%, cada), inteligência, pontualidade (5% de menções, cada), ser gentil, respeitoso, ter bom caráter e ser comunicativo (4%, cada), humildade, ser bem informado, ser saudável (3%, cada), entre outras características.

Quando indagados a respeito do grau de importância de algumas características específicas, os brasileiros valorizam principalmente o nível de informação dos trabalhadores: para 60% é muito importante que o trabalhador seja bem informado sobre sua área profissional; 58% atribuem muita importância ao fato de que o trabalhador seja bem informado sobre a empresa na qual trabalha e para 57% é muito importante que ele seja bem informado de maneira geral.

Para 53% é muito importante que o trabalhador que pretende ter sucesso no mercado profissional nos dias de hoje goste de aprender coisas novas - mesmo percentual daqueles que atribuem muita importância ao fato do trabalhador ter curso superior e dos que acham muito importante que ele saiba trabalhar em equipe.

Para facilitar a compreensão dos resultados o Datafolha elaborou um índice de grau de importância que obedece à seguinte lógica: em primeiro lugar, foram excluídos os percentuais referentes aos que não souberam atribuir um grau de importância e mantidas apenas as taxas das respostas daqueles que consideraram muito ou nada importante cada item. Assim, das taxas recalculadas de "muito importante" subtraiu-se a de "nada importante" e adicionou-se 100 a esse resultado (evitando-se dessa maneira a ocorrência de números negativos).

Família é mais importante do que trabalho para brasileiros

O Datafolha listou alguns itens e pediu aos brasileiros para atribuírem um grau de importância a cada um deles na obtenção de felicidade em suas vidas.

O trabalho, de maneira geral, é muito importante para a felicidade de 66%, mas perde, por pouco, em grau de importância para a família (considerada muito importante para a felicidade por 75%) e empata com o estudo (ao qual 69% atribuem muita importância para a felicidade).

A maioria considera a realização profissional (55%), liberdade (55%) e a estabilidade no emprego (54%) muito importantes para a felicidade.

Para facilitar a compreensão dos resultados o Datafolha elaborou um índice de grau de importância que obedece à seguinte lógica: em primeiro lugar, foram excluídos os percentuais referentes aos que não souberam atribuir um grau de importância e mantidas apenas as taxas das respostas daqueles que consideraram muito ou nada importante cada item. Assim, das taxas recalculadas de "muito importante" subtraiu-se a de "nada importante" e adicionou-se 100 a esse resultado (evitando-se dessa maneira a ocorrência de números negativos).

Tomemos como exemplo a importância atribuída a trabalhar no exterior. Excluídos do cálculo os entrevistados que não souberam atribuir um grau de importância e mantidos apenas os que consideram esse aspecto muito ou nada importante, temos que 32% consideram muito e 68% nada importante trabalhar fora do país. Subtraindo-se a taxa dos que atribuíram nenhuma importância (68%) da taxa dos que atribuíram muita importância (32%) e adicionando-se 100 ao resultado, temos que o índice de importância para trabalhar no exterior é 64, o menor entre os aspectos pesquisados.

Em relação à pesquisa realizada em fevereiro de 1998 percebe-se que a família foi, entre os aspectos pesquisados, aquele que se tornou mais importante para os brasileiros desde então. A taxa dos que consideram esse aspecto muito importante cresceu 14 pontos nesse período. A taxa dos que consideram o trabalho muito importante também aumentou, embora em menor escala (dez pontos percentuais).

Outra pergunta mostra a importância da família para os brasileiros. Quando indagados sobre o que é mais importante para sua vida entre os dois aspectos 58% citam a família e 8% o trabalho; segundo 34% ambos os aspectos têm igual importância.

As opiniões se dividem quando os assuntos são estudo e trabalho. Para 35% o estudo é mais importante, enquanto 32% dão maior importância ao trabalho. Para 33% trabalho e estudo têm idêntica importância, percentual idêntico ao dos que atribuem igual importância a trabalho e amor.

A maioria considera trabalho mais importante do que o lazer (opinião de 62%) e sexo (opinião de 58%).

A família, mais uma vez, ganha destaque quando se pede aos brasileiros para atribuírem uma nota de zero a dez a alguns aspectos de sua vida, considerando que zero significa total insatisfação e dez satisfação completa.

O relacionamento com os familiares atingiu a nota média mais alta, 8,7, sendo que 59% atribuíram nota dez a esse aspecto da vida.

A maioria também atribui nota dez à saúde pessoal, que atinge em média nota 8,6 e às amizades (nota média 8,4).

A vida, de maneira geral, recebe, em média, nota 8 - merecendo nota dez de 38% dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha.

A vida no trabalho, com nota média 7,1, fica atrás ainda da moradia (7,9), da vida amorosa (7,7) e sexual (7,4) e do estudo (7,2), e supera apenas oportunidades para ter sucesso na vida (6,5), situação financeira (6,2) e salário (5,4).

*Para 35% dos brasileiros tempo para lazer é menos do que o suficiente
Tempo passado com familiares é insuficiente para 28%*

Mais de um terço (35%) dos brasileiros afirma que o tempo que dispõem para o lazer é menos do que o suficiente. Metade (50%) afirma que tem tempo suficiente para o lazer; dizem que o tempo que têm para o lazer é mais do que suficiente 14%.

Analisando-se os resultados a partir da ocupação profissional dos entrevistados verifica-se que essa afirmação é mais frequente entre os empresários (48%), os assalariados registrados (47%), os trabalhadores que fazem bicos (40%), os funcionários públicos e os autônomos regulares (39% em cada segmento).

Talvez por isso, quando indagados sobre o que gostariam de fazer depois que deixarem de trabalhar, 31% se referem a atividades de lazer, como viajar pelo país e pelo mundo (18%), passear (9%), e divertir-se de maneira geral (7%). Gostariam de simplesmente descansar, não fazer mais nada, 24%, e dedicar-se à família, 16%. Pretendem continuar trabalhando, abrindo um negócio próprio depois da aposentadoria 10%; por outro lado, 8% afirmam que não vão parar de trabalhar por não ter opção, mesmo percentual dos que pretendem mudar para outra cidade, estado ou país. Algumas das outras hipóteses que fazem parte do desejo dos brasileiros são a compra de um sítio, chácara ou fazenda, ficar em casa (mencionadas por 4%, cada), viver com o dinheiro da aposentadoria, ter estabilidade financeira, exercer outra profissão, dedicar-se à casa, praticar atividades esportivas e estudar (3% de citações, cada).

Porém, quando indagados sobre o que realmente vai acontecer após a aposentadoria, a taxa dos que acreditam que vão se dedicar a atividades de lazer e diversão é de 11%. Acham que vão ter que continuar trabalhando 12%, mesmo percentual dos que dizem que vão apenas descansar, dormir e não fazer nada. Outros acham ainda que vão se dedicar à família (8%), ou que vão enfrentar dificuldades financeiras (7%), administrar um negócio próprio ou simplesmente ficar em casa (4%, cada), viver com a aposentadoria ou mesmo levar uma vida entediante (3%, cada). A taxa dos que não sabem dizer o que vai de fato ocorrer após a aposentadoria chega a 26%.

Um número expressivo de trabalhadores também está insatisfeito com o tempo passado com seus familiares: 46% dos empresários, 39% dos assalariados registrados e de autônomos regulares, 35% dos funcionários públicos e 31% dos assalariados sem registro consideram o tempo passado com a família menos do que o suficiente. Entre os brasileiros, de uma maneira geral, essa taxa é de 28%.

Grande parte dos familiares desses trabalhadores estão igualmente insatisfeitos com o tempo que passam junto a eles. Entre os brasileiros, de modo geral, 39% afirmam que são cobrados para passar mais tempo com seus familiares. Essa cobrança fica acima da média entre os autônomos regulares (49%), os assalariados registrados (48%), os trabalhadores que fazem bicos (46%), os empresários (45%) e os assalariados sem registro (42%).

Maioria dos trabalhadores brasileiros não pratica atividade física

A maioria (65%) dos brasileiros entrevistados pelo Datafolha não costuma praticar atividade física. Costumam praticar alguma atividade física 35%.

Observando-se os resultados a partir do setor de atividade e da ocupação profissional dos entrevistados percebe-se que não praticam atividade física principalmente os trabalhadores do setor agropecuário (81%) e da Construção Civil (71%), os assalariados sem registro (69%) e os trabalhadores que vivem de bicos (68%).

Dos que praticam, as atividades mais citadas são futebol (14%) e caminhadas (11%).

Os brasileiros declaram dormir, em média, sete horas; a maioria acha que tem dormido tempo suficiente e considera ótima ou boa a qualidade de seu sono.

Entre os trabalhadores a média de horas dormidas não é muito diferente: os assalariados registrados, e os funcionários públicos, por exemplo, costumam dormir sete horas, e os autônomos regulares sete horas, em média.

Sintomas relacionados ao estresse atingem expressivo percentual brasileiros

A pesquisa revela um alto percentual de brasileiros com sintomas relacionados ao estresse, como irritar-se com facilidade (57%), sensação de exaustão física mesmo sem ter praticado qualquer esforço (53%), tristeza sem motivo aparente (47%), dificuldades para tomar decisão (46%) e para dormir (38%).

Alguns contrastes dignos de nota podem ser percebidos quando os resultados são analisados levando-se em conta a ocupação profissional dos entrevistados.

É interessante notar, por exemplo, que as donas de casa são as que mais se irritam com facilidade (66% - 19 pontos acima da média - fizeram essa afirmação), sentem falta de apetite (47%) e têm dificuldade para dormir (46%); ou que os empresários são os que mais afirmam se sentirem exaustos, mesmo que não tenham praticado nenhum esforço físico (69% declararam costumar se sentir assim, um resultado 16 pontos acima da média).

Como foi demonstrado pela primeira pergunta do questionário desta pesquisa, que pedia aos entrevistados para dizer o que lhes vêm à cabeça quando se fala em trabalho, as menções ao desemprego e à falta de trabalho chegam a 23% (sete pontos acima da média) entre os desempregados que estão à procura de emprego.

No entanto, a maioria desses brasileiros não perde o sono por causa de sua situação: 68% (seis pontos acima da média, diferença similar à verificada para o "Top of Mind" sobre o trabalho) deles afirmam que não têm dificuldade para dormir; por outro lado, 32% (seis pontos abaixo da média) dizem enfrentar dificuldade para cair no sono.