Maioria percebeu mudanças depois que começou a cursar Pós-Graduação ou MBA

DE SÃO PAULO

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Entrevistados acham que mercado de trabalho valoriza mais os cursos de Pós-Graduação e MBA do que as empresas

Pesquisa realizada pelo Datafolha entre os dias 14 e 21 de dezembro de 2001, com entrevistados que fizeram ou estão fazendo curso de pós-graduação ou MBA, revela que, quando perguntados sobre a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando pensam em pós-graduação e MBA, 15% responderam aperfeiçoamento e qualificação profissional, 14% pensam no mercado profissional e na profissão, 13% citaram estudo, 11% especialização e 9% responderam faculdades e universidades.

Metade (52%) decidiu fazer um curso de pós-graduação ou MBA devido ao mercado de trabalho, principalmente pela obrigatoriedade do mercado (18%), para melhorar profissionalmente (17%) e para ter maior opção na área de atuação (16%). Outros 26% resolveram fazer um curso para renovar e atualizar os conhecimentos, principalmente os homens (31%), 12% para se especializar na área de atuação e 6% por gostar de estudar.

Quanto aos fatores levaram em consideração na escolha da escola onde estão fazendo ou fizeram pós-graduação ou MBA, 47% dos entrevistados citaram o reconhecimento da instituição, principalmente pela tradição e conceito da escola (38%), 23% escolheram pelo corpo docente, professores e orientadores, 13% por ser reconhecida pelo mercado de trabalho, 12% pela facilidade de acesso à instituição, outros 12% consideraram os custos e o preço do curso e 10% por ter a especialização desejada.

A maioria (74%) percebeu mudanças na vida profissional depois que começaram a fazer um curso de pós-graduação ou MBA, nesse aspecto 23% sentiram melhora no mercado de trabalho, em especial por ter maior oportunidades e aumento de empregos (11%), 20% citaram mudanças na área de atuação, principalmente pela aplicação do conhecimento adquirido (9%) e 18% pela compreensão sobre os assuntos já conhecidos. Ascensão e reconhecimento profissional foram mencionados por 16% e 26% não sentiram nenhuma mudança.

Na opinião de metade (50%) dos entrevistados, as empresas valorizam muito os profissionais que fazem pós-graduação ou MBA, 26% acham que as empresas valorizam um pouco e 16% disseram que as empresas não valorizam esses profissionais. Com relação ao mercado de trabalho, a maioria (75%) afirma valorizar muito, 18% acham que o mercado valoriza um pouco e 4% disseram que não valoriza.

Questionados sobre o grau de importância de alguns pré-requisitos para que um trabalhador tenha sucesso no mercado profissional nos dias de hoje, 99% afirmaram ser muito importante ser bem informado sobre sua área profissional e 1% acham um pouco importante.

Com relação a ser bem informado de maneira geral, 97% disseram ser muito importante e 3% um pouco importante. Ser bem informado na empresa na qual trabalha, 95% acham muito importante e 5% um pouco importante. Ter curso superior, 89% acham muito importante e 9% um pouco importante. Saber falar inglês, 88% muito importante e 10% um pouco importante. Ter curso de pós-graduação ou MBA, 77% muito importante, 18% um pouco importante e 1% nada importante. Fazer curso no exterior, 57% muito importante, 38% um pouco importante e 3% nada importante. Saber falar outras línguas além de inglês, 55% muito importante, 42% um pouco importante e 1% nada importante. Conhecer outros países, 48% muito importante, 46% um pouco importante e 5% nada importante. Que tenha trabalhado no exterior, 40% muito importante, 53% um pouco importante e 6% nada importante.

Metade conseguiu aumento depois que fez ou passou a fazer pós-graduação ou mba

Dos entrevistados que trabalham (91%), já pensaram em mudar de emprego ou trabalho 34%, contra 63% que não. Dos que já pensaram em mudar de trabalho, 6% disseram preferir trabalhar em ocupações de nível superior ou serem profissionais liberais e outros 6% gostariam de trabalhar em outro local. A razão mais citada pelos entrevistados que já pensaram em mudar de emprego foi a questão salarial, 38% gostariam de melhorar financeiramente, 17% citaram incentivos profissionais, 11% para exercer a função que estudou e 7% devido ao horário ou jornada de trabalho.

Observa-se que entre os que trabalham, 44% conseguiram uma promoção depois que fizeram ou passaram a fazer pós-graduação ou MBA, contra 51% que não, 3% disseram ser profissionais liberais e 1% autônomo. Entre os que conseguiram promoção destacam-se principalmente os homens (52%), os que estão fazendo ou fizeram pós-graduação (45%), os que ganham mais de 20 salários mínimos e assalariados registrados (51%, cada).

Com relação a aumento salarial, metade (50%) afirma que passou a ganhar mais, principalmente os homens (58%), os que têm 41 anos ou mais (56%) e os com renda acima de 20 salários mínimos (57%). Dos que conseguiram aumento salarial, 18% tiveram aumento de até 20%, 10% passaram a ganhar mais de 20% até 30% e 21% dos entrevistados afirmaram que tiveram aumento acima de 30%.

Perguntados se mudaram de emprego depois que passaram a fazer pós-graduação ou MBA, a maioria (75%) afirmou que não. Outros 18% mudaram de emprego e passaram a ganhar mais, especialmente os homens (21%), os com idade até 30 anos (34%), os que fazem ou estão fazendo curso de MBA (28%) e os que possuem renda familiar acima de 20 salários mínimos (22%), e 5% mudaram de emprego permanecendo com o mesmo salário.

Metade (52%) dos entrevistados está fazendo ou fez curso de pós-graduação na área de Humanas, especialmente Administração (12%), 12% estudam ou estudaram em Biológicas e 10% em Exatas. As escolas mais citadas foram USP (30%), PUC (15%), Faap (5%), Mackenzie (4%), Universidade Santana, ESPM, GV e Escola Paulista de Medicina (3%, cada).

Já entre os que fazem ou fizeram curso de MBA, metade (50%) cursou ou está cursando na área de Humanas, em especial Administração (15%) e Marketing (12%), e 27% na área de Exatas, principalmente Engenharia (13%) e Executiva Internacional (10%). As escolas mais citadas foram USP (26%), ESPM (19%), GV (11%) e Faap (9%). Outros 22% citaram universidades no exterior.

Dentre os entrevistados, 10% afirmaram já ter feito curso de pós-graduação ou MBA no exterior, principalmente os homens (17%), os com idade acima de 41 anos (20%) e os que cursaram ou estão cursando MBA (26%). Entre os que fizeram curso no exterior, 4% disseram estudar na Europa, 2% nos EUA e outros 2% na América Latina. Já entre os que não fizeram curso no exterior, 38% disseram pretender estudar fora, especialmente os que fazem ou fizeram MBA (53%) e ganham até 20 salários mínimos (50%), contra 60% que não.

A maioria (54%) pretende tornar-se professor e ministrar aulas no futuro, principalmente os que cursam pós-graduação (54%) e os que ganham até 20 salários mínimos (65%), 32% não pretendem ministrar aulas e 12% afirmaram que já são professores.

*Corpo docente é o principal ponto forte dos cursos de Pós-Graduação e MBA
Cursos têm avaliação positiva*

Os cursos de pós-graduação e MBA de um modo geral foram avaliados positivamente pelos entrevistados, 47% consideram-os ótimos, 43% avaliam como bons, 8% como regulares e 1% como ruins. Avaliação positiva também é dada para as escolas, nesse segmento 54% consideram ótimo, 36% bom e 9% regular.

Os principais pontos fortes do curso de pós-graduação ou MBA citados pelos entrevistados foram: corpo docente (34%), especialmente por ter professores capacitados e com experiência (17%). A didática (12%), pesquisa e tese (9%), aprendizado e ampliação do conhecimento técnico (8%), troca de experiências (7%), aulas práticas (6%) e aulas teóricas (5%). Com relação aos pontos fracos, didática e corpo docente tiveram 13%, cada, das citações, 9% mencionaram a carga horária, 5% matérias que não são de interesse do aluno, 4% disseram grade curricular e cronograma e outros 4% citaram o custo. Vale ressaltar que 30% afirmaram não haver nenhum ponto fraco.

Metade (51%) dos entrevistados está pagando ou pagou o seu curso de pós-graduação ou MBA, 26% disseram que o curso é gratuito, 14% possuem bolsa de estudos, 6% tem o curso pago pela empresa e 1% paga metade, sendo outra metade pago pela empresa que trabalha. A área de Humanas foi o que mais formou alunos no curso de graduação entre os entrevistados, 61% se formaram nessa área, especialmente em Administração de Empresas e Psicologia (10%, cada). Na área de Exatas aparecem 23%, sendo 12% formados em Engenharia, e 21% são formados na área de Biológicas.

A maioria (77%) trabalha na área em que se formou na faculdade, principalmente os que fazem ou fizeram MBA (83%) e os que ganham mais de 20 salários mínimos (79%). Outros 15% já trabalharam na área em que estudaram e 7% nunca trabalharam.

Perguntados depois de quanto tempo depois de graduados resolveram fazer o primeiro curso de pós-graduação ou MBA, 8% dos entrevistados disseram começar o curso logo após a graduação, 33% afirmaram começar o curso em menos de um ano depois de formados, 12% em mais de um até dois anos, 19% mais de dois até cinco anos e 28% disseram começar a pós-graduação ou MBA depois de cinco anos ou mais de formados. Na média os entrevistados começaram a cursar a pós-graduação ou MBA depois de aproximadamente 4 anos.

Já com relação ao tempo ideal para se começar um curso de pós-graduação ou MBA, 20% acham que deveria ser imediatamente após a graduação, em especial as mulheres (23%) e os com renda até 20 salários mínimos (24%), 34% responderam que o tempo ideal é de até um ano, 16% entre um e dois anos e 25% depois de dois anos de formado. A média ideal para se começar um curso de pós-graduação ou MBA na opinião dos entrevistados é de 2 anos.

*Maioria é do sexo feminino
90% Sabem ler, falar ou escrever em outra língua além da portuguesa*

A maioria (57%) dos entrevistados é do sexo feminino e 43% pertencem ao sexo masculino.

Em relação à idade das pessoas ouvidas, 56% têm entre 31 e 40 anos, 38% têm mais de 41 anos e 6% têm até 30 anos.

A taxa dos entrevistados que fizeram ou estão fazendo curso de pós-graduação chega a 91%, contra 7% dos que têm curso de MBA e 2% que possuem ambos os cursos.

Quanto à renda familiar mensal, 42% dos entrevistados têm renda entre 20 e 50 salários mínimos, essa taxa cai para 31% quando se trata da renda individual. Outros 22% têm renda entre 10 e 20 salários mínimos e 17% recebem acima de 50 salários mínimos.

A maioria dos entrevistados (91%) está trabalhando. Dentre esses, 44% são assalariados registrados, 17% são profissionais liberais e 16% são funcionários públicos. Não formam a população economicamente ativa 9% das pessoas ouvidas.

Entre os entrevistados que trabalham, 60% exercem ocupações de nível superior ou são profissionais liberais, destacam-se entre esses Engenheiros (11%), Psicólogos (9%), Administradores de Empresas (7%), Advogados e Médicos (4%, cada). Outros 25% são Professores, 4% são Analistas e 3% trabalham em serviços de escritórios, bancos e afins.

Perguntados sobre o cargo que ocupam, 38% citaram ocupações de nível superior e profissionais liberais, entre esses Psicólogo (6%), Médico (4%), Advogado, Consultor e Engenheiro (3%, cada) e Enfermeiro (2%). Outros 27% ocupam cargo de Professor, 9% Gerente e Assessor, 8% Analista, 7% Coordenador, Chefe, Supervisou ou Encarregado, 6% Diretor e 4% são proprietários ou sócios.

A maioria dos entrevistados (60%) trabalha em empresa privada nacional, 26% trabalham em empresa pública, principalmente as mulheres (33%), 10% em multinacional, 3% em empresa mista e outros 3% em organizações não governamentais.

Quando perguntados se sabem falar, ler ou escrever em outra língua além da portuguesa, 90% dos entrevistados afirmaram que sim, entre esses 80% citaram inglês, 44% espanhol, 24% francês, 13 italiano, 6% alemão e 7% citaram outras línguas. Nota-se que entre os que mencionaram inglês, 82% sabem falar e escrever, e 99% sabem ler. Já entre os que citaram a língua espanhola, 74% sabem falar, 97% sabem ler e 59% sabem escrever. Não falam, não leem e não escrevem em outra língua 10%.

Considerando-se o critério Brasil de classificação socioeconômica, percebe-se não haver diferença nas taxas dos que pertencem à classe social A (44%) e dos pertencentes à classe B (50%), considerando para esse levantamento margem de erro de 6 pontos percentuais para mais ou para menos.

A pesquisa revela ainda que 51% são casados ou amigados, 40% são solteiros e 9% separados. A maioria dos entrevistados (54%) não têm filhos, 21% têm um filho, 15% têm dois filhos, 8% três filhos e 1% quatro filhos.