Metade tomou conhecimento das mudanças no sistema de aposentadoria dos funcionários públicos

DE SÃO PAULO

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Metade (51%) dos brasileiros tomou conhecimento das mudanças que o governo pretende realizar no sistema de aposentadoria dos funcionários públicos. Entre esses, 10% se dizem bem informados, 30% estão mais ou menos informados e 12% mal informados a respeito das mudanças.

Tomaram conhecimento das mudanças no sistema de aposentadoria dos funcionários públicos principalmente os mais escolarizados (87%), os empresários (82%), os de maior poder aquisitivo (81%), os funcionários públicos (74%) e os autônomos regulares (73%). Entre os que declararam haver alguém na residência que é funcionário público essa taxa é de 64%.

Foram entrevistados 2630 pessoas em 152 municípios de todas as unidades da Federação, entre os dias 24 e 25 de junho, e a margem de erro é de, no máximo, dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

A maioria (61%) é a favor de que se estabeleça um limite máximo, de R$ 2.400,00, segundo proposta do governo, para a aposentadoria tanto dos funcionários públicos, que recebem aposentadoria equivalente ao último salário de quando trabalhavam, como dos funcionários do setor privado, que recebem aposentadoria de no máximo R$ 1.561,00; têm opinião contrária 27%. Mostram-se favoráveis a essa mudança, principalmente os simpatizantes do PMDB (73%), os que avaliam positivamente o presidente Lula (66%), os que têm renda familiar mensal entre 5 e 10 salários mínimos (67%), os autônomos regulares (76%) e os empresários (75%).

Entre os que se declaram funcionários públicos, 58% (três pontos abaixo da média) são a favor e 35% (oito pontos acima da média) são contra o limite máximo idêntico para servidores e trabalhadores do setor privado.

Já em relação aos funcionários contribuírem para a Previdência depois de aposentados, 51% se dizem contra; essa taxa chega a 57% entre os funcionários públicos.

Perguntados se são favoráveis ao aumento da idade mínima para a aposentadoria dos funcionários públicos, de 48 para 55 anos, no caso das mulheres, e de 53 para 60 anos, no caso dos homens, a maioria (58%) é contra. Têm essa opinião principalmente os funcionários públicos (70%), os mais jovens (69%), os que têm o 2º grau de escolaridade (65%) e os que dizem ter alguém na residência que é funcionário público (64%).

A maioria (68%) dos brasileiros é a favor da permanência do atual modelo previdenciário brasileiro, ou seja, que os trabalhadores com registro em carteira e os funcionários públicos continuem contribuindo mensalmente com uma parte de seus salários para a Previdência Social, garantindo a aposentadoria de todos os brasileiros. Por outro lado, 24% acham que os trabalhadores não deveriam mais contribuir com a Previdência e que deveriam ter o direito de decidir como se preparar para a aposentadoria, aplicando um percentual de seus rendimentos em uma poupança ou outro tipo de investimento, ainda que isso não garanta a aposentadoria de todos os trabalhadores.

A opinião favorável ao atual modelo previdenciário destaca-se principalmente entre os mais escolarizados (80%), funcionários públicos (79%), empresários (85%) e entre os que se dizem bem informados sobre as mudanças no sistema de aposentadoria dos funcionários públicos (79%). Considerando o partido de preferência dos entrevistados a defesa do modelo chega a 77% entre os simpatizantes do PDT e a 74% entre os que simpatizam com o PFL.

Questionados se alguém na residência é funcionário público, 19% afirmam positivamente, contra 81% que não.