Aumenta aprovação a Serra

DE SÃO PAULO

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Passados sete meses de governo do prefeito José Serra na cidade de São Paulo, um terço (30%) dos moradores da capital paulista consideram o desempenho do prefeito ótimo ou bom, ante 23% que acham que a administração do peessedebista vem sendo ruim ou péssima, revela pesquisa do Datafolha realizada na quarta-feira, 20 de julho de 2005. A comparação com os resultados de levantamento realizado após três meses de governo mostra franca melhora na avaliação ao prefeito: no começo de abril, o percentual de paulistanos que reprovavam o desempenho do prefeito (37%, taxa 14 pontos percentuais maior do que a verificada hoje) era maior do que o dos que o aprovavam (20%, taxa 10 pontos menor do que a atual). A taxa dos que consideram a administração Serra regular subiu nove pontos em relação à abril, passando de 35% para 44%.

Foram entrevistados 1002 moradores da cidade de São Paulo, a partir dos 16 anos de idade, e a margem de erro máxima para o levantamento é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

A aprovação a Serra aumentou entre todos os segmentos sociodemográficos analisados. Verifica-se maior aumento entre os que têm nível superior de escolaridade, justamente o estrato que melhor avalia o prefeito: entre esses paulistanos, a taxa dos que consideram o desempenho do prefeito ótimo ou bom aumentou 14 pontos em relação ao levantamento de abril, passando de 24% para 38%.

Entre os que têm renda familiar mensal acima de dez salários mínimos a aprovação ao peessedebista é de 36%, seis pontos percentuais acima da média e nove pontos maior do que a registrada no levantamento anterior.

A nota média atribuída ao prefeito, em uma escala de zero a dez, é 5,5; em abril essa média era 4,5.

O Datafolha não fez pesquisa de avaliação dos prefeitos que antecederam Serra no momento em que eles completavam sete meses de governo. Marta Suplicy, que governou a cidade entre 2001 e 2004, foi avaliada ao completar oito meses no cargo. Celso Pitta (1997 - 2000), Paulo Maluf (1993 - 1996), Luiza Erundina (1989 - 1992) e Jânio Quadros (1986 - 1988) foram avaliados após seis meses de governo.

Tendo-se em mente essa diferença no período de governo em que foram feitas as pesquisas, a comparação é favorável à Serra: além de ter uma taxa de aprovação maior do que a registrada por seus antecessores, ele é o único dos seis cujo percentual de entrevistados que consideram seu desempenho ótimo ou bom é maior do que o daqueles que o classificam como ruim ou péssimo.

Marta Suplicy, após oito meses de governo, por exemplo, era reprovada por 35% e aprovada por 20% dos moradores da capital paulista, avaliação semelhante à obtida por Celso Pitta após seis meses na prefeitura (19% de aprovação e 36% de reprovação).

Aos seis meses de governo, o percentual dos que reprovavam Paulo Maluf era o dobro (41%) da taxa dos que o aprovavam (20%).

Luiza Erundina, após seis meses como prefeita, era aprovada por 16% e reprovada por 33% da população paulistana. A reprovação a Jânio Quadros, em seu primeiro semestre na prefeitura, era de 43%, ante 16% de aprovação.

A maioria dos entrevistados acha que ele vai fazer um governo melhor do que o de Celso Pitta (77%), o de Paulo Maluf (56%) e o de Luiza Erundina (51%). Para 46% Serra fará um governo melhor do que o de Marta Suplicy; na pesquisa anterior, 35% compartilhavam essa opinião, enquanto 39% achavam que o governo do peessedebista seria pior do que o da petista.

Quando indagados sobre as realizações do prefeito até o momento, a maioria (61%) continua achando que Serra fez pela cidade menos do que esperavam que ele fizesse. No entanto, essa taxa é nove pontos menor do que a verificada em abril (70%). Em relação a esse levantamento anterior, o percentual dos que acham que o prefeito fez pela cidade o que esperavam que ele fizesse aumentou sete pontos percentuais (de 18% para 25%) e a taxa dos que pensam que ele superou suas expectativas subiu quatro pontos (de 5% para 9%).

A fase favorável de Serra também se revela através de uma série de perguntas a respeito de algumas características pessoais do prefeito, que mostram que sua imagem junto à população mais positiva do que nos três primeiros meses de governo.

A pesquisa mostra aumento nos percentuais dos que acham que o prefeito é humilde (de 54% para 61%), simpático (de 62% para 68%), decidido (de 54% para 60%) e sincero (de 48% para 54%).

Embora a maioria ainda ache que o prefeito respeita mais os ricos (opinião de 57%), a taxa dos que acham que ele têm maior respeito pelos pobres aumentou seis pontos percentuais em relação à pesquisa de abril, passando de 26% para 32%. Para 53%, o prefeito trabalha pouco; eram 59% no levantamento anterior. Já a taxa dos que acham que ele trabalha muito aumentou de 37% para 43%.

Foram verificadas, ainda, variações positivas, dentro da margem de erro, quanto à percepção de que o prefeito é moderno (de 60% para 63%), muito inteligente (de 77% para 80%) e que é um homem que prefere em trabalhar em equipe (de 66% para 67%) a trabalhar sozinho (nesse caso, oscilação negativa, de 29% para 28%). A taxa dos que acham que Serra é democrático se manteve em 54%, enquanto a dos que o consideram autoritário oscilou de 43% para 42%.
*Maioria acha que Serra não deveria disputar presidência em 2006
28% acham que prefeito deveria se afastar da prefeitura para concorrer e 50% acham que isso é o que vai acontecer*

José Serra, que vem sendo cogitado como candidato do PSDB à Presidência em 2006, cargo que disputou e perdeu em 2002, para o atual presidente, o petista Lula, conta com a rejeição da maior parte dos paulistanos a um possível afastamento da prefeitura para essa nova disputa.

Para 67%, Serra não deveria se afastar da prefeitura em 2006 para concorrer à Presidência. Acham que o prefeito deveria se afastar do cargo para a disputa presidencial 28%. Entre os que o aprovam, essa taxa chega a 37%.

Entre os que declaram ter votado em Serra para prefeito no segundo turno da eleição de 2002, verifica-se posição semelhante à verificada entre a totalidade dos entrevistados: 30% acham que ele deveria disputar a Presidência no próximo ano e 65% se mostram contrários à ideia.

A rejeição a um possível afastamento de Serra da prefeitura chega a 81% entre os que têm renda familiar mensal superior a dez salários mínimos e a 77% entre os que têm nível superior de escolaridade.

Questionados sobre o que acham que vai de fato acontecer, metade (50%) dos entrevistados afirma que José Serra vai se afastar da prefeitura para concorrer à Presidência. Na opinião de 42% o prefeito vai ficar no cargo até o final de seu mandato.