Maioria sente vergonha de vereadores, deputados e senadores; entre os de maior renda, maioria sente vergonha do presidente Lula
O Datafolha perguntou aos brasileiros se sentem mais orgulho ou mais vergonha do povo e dos ocupantes de cargos executivos e legislativos de sua cidade, estado e país. Os resultados do levantamento mostram que 76% afirmam sentir orgulho do povo brasileiro, e que os ocupantes de cargos executivos despertam mais orgulho do que os que atuam no Legislativo, que causam vergonha à maioria.
Os atuais deputados federais causam mais vergonha do que orgulho segundo 67% dos brasileiros, e os atuais senadores fazem 63% se sentirem envergonhados. Em relação aos vereadores de sua cidade, 61% dizem sentir mais vergonha do que orgulho.
Quando se fala no prefeito de sua cidade, 49% sentem mais orgulho do que vergonha, enquanto 39% dizem se sentir mais envergonhados do que orgulhosos. Os governadores são motivo de orgulho para 54%, mesma taxa dos que dizem se orgulhar do presidente Lula, que inspira mais vergonha do que orgulho em 36%.
A pesquisa mostra que o presidente Lula desperta mais vergonha do que orgulho na maioria (54%, taxa 18 pontos acima da média) dos brasileiros com renda familiar mensal superior a dez salários mínimos. Nesse segmento, a taxa dos que dizem sentir mais vergonha do povo brasileiro fica cinco pontos acima da média, chegando a 24%.
Entre os que têm escolaridade superior, 47% dizem sentir mais vergonha e 45% mais orgulho do atual presidente da República.
No Nordeste, a taxa dos que dizem sentir mais orgulho do que vergonha do presidente chega a 61%. Por outro lado, no Sul, 49% dizem sentir mais vergonha, enquanto 46% afirmam sentir mais orgulho.
Entre os que tomaram conhecimento do escândalo do "mensalão" e acreditam que o PT, partido do presidente, pagava parlamentares em troca de apoio ao governo, 48% dizem sentir mais orgulho e 45% afirmam que sentem mais vergonha do presidente Lula.
Foram entrevistados 2110 brasileiros, com idade a partir de 16 anos, na quinta-feira, 21 de julho de 2005. A margem de erro máxima para o levantamento é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
São Paulo, 25 de julho de 2005.