Após praticamente sete anos de governo, e um ano antes de terminar seu segundo mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva alcança a sua maior taxa de aprovação: 72% consideram seu governo ótimo ou bom, percentual dois pontos percentuais acima do maior já obtido, em novembro de 2008 (70%), e crescimento de cinco pontos percentuais em relação ao obtido em agosto desse ano (67%). A aprovação a Lula é a maior já obtida por um presidente, desde que o Datafolha começou a fazer pesquisas nacionais de avaliação do governo federal, em 1990.
Paralelamente, o percentual dos que consideram seu desempenho regular é o menor já verificado, 21%. Era de 25% em agosto de 2009 e de 27% em março deste ano. Já o grupo dos que acham seu governo ruim ou péssimo permanece estável e sem atingir dois dígitos: 6%, ante 8% em agosto e idênticos 6% em pesquisa realizada em maio de 2009. Não sabem avaliar o governo de Lula apenas 1%.
Lula obtém sua maior aprovação no Nordeste (81% avaliam-no como ótimo ou bom), e a menor, ainda que também aprovado pela maioria, no Sul (62%), região em que os que o consideram regular fica acima da média (29%), assim como ocorre entre os mais ricos (27%). Entre os que declaram intenção de votar em Dilma Rousseff como sua sucessora, a aprovação varia entre 88% e 91%.
A nota média atribuída ao presidente, em uma escala de zero a dez, é de 7,7, ante 7,5 da verificada em pesquisa de agosto e 7,6 em maio deste ano e em novembro de 2008 (7,6).
Saúde é o principal problema do país e a área de pior desempenho de Lula; violência fica em segundo lugar
A saúde volta a ser o principal problema do país, segundo 27% dos brasileiros, conforme verificado em março deste ano, quando foi apontada como pior problema por 29%, e em novembro de 2008 (25%).
Os moradores do Norte-Centro-Oeste são os que mais percebem a saúde como problema nacional (32%), destacam-se, entre os estados, os que residem em Santa Catarina (31%) e no Distrito Federal (33%). Não há diferença significativa quando se observa a intenção de voto para presidente.
Em um segundo patamar de preocupação atual entre os brasileiros estão a violência/ segurança (16%) e o desemprego (14%).
O desemprego, considerado o principal problema do país por 31% em março de 2003 (ocasião da primeira pesquisa de avaliação do governo Lula) e por 37% em junho de 2005, apresenta seu menor percentual, acentuando declínio verificado a partir de dezembro de 2006, quanto atingiu 27% de menções. Em relação à pesquisa realizada em agosto desse ano, as citações ao desemprego caíram nove pontos percentuais.
Já as menções à violência se estabilizaram no patamar verificado em março de 2008 (17%), após ter alcançado 31% em março de 2007.
A preocupação com a violência/ segurança fica acima da média entre os moradores do Rio de Janeiro (21%) e do Ceará (20%), enquanto chega a 23% entre os que residem em Recife e a 35% entre os que moram em Curitiba.
Seguem-se à saúde, violência e desemprego, com menos de dois dígitos, a corrupção (citada por 9%), a educação (8%) e a fome e miséria (6%).
Os problemas do país menos percebidos pelos brasileiros são: habitação, salário e economia (citados por 2% cada), e a inflação e a área social (1%, cada, mesma parcela dos que dizem "nenhum"). Não sabem dizer qual é o principal problema do país 5%.
O Datafolha ouviu 11.429 brasileiros, a partir dos 16 anos de idade, entre os dias 14 e 18 de dezembro de 2009. A margem de erro máxima, para os resultados que se referem ao total de entrevistados, é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.