Brasileiros se colocam mais à direita

DE SÃO PAULO

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Para entrevistados Dilma fica mais à esquerda e Serra mais à direita

Pesquisa realizada pelo Datafolha revela que eleitores se localizam mais à direita que à esquerda no espectro político. A pesquisa foi realizada nos dias 20 e 21 de maio de 2010, com 2660 pessoas. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

No questionário pedia-se para que o entrevistado identificasse sua posição política em gradação que variava de um a sete, sendo 1 mais à esquerda e 7 mais à direita. Dos entrevistados, 17% se consideram de centro, apontando o nº. 4 outros 20% se veem mais próximos da esquerda, sendo 7% se veem como extrema esquerda, 5% como esquerda e 3% como centro-esquerda. Classificam-se mais à direita 37% dos quais, 13% se posicionam no centro-direita, 10% direita e 14% extrema direita. Um quarto dos eleitores brasileiros (25%) não soube se identificar no espectro político.

Comparando-se os atuais resultados com a pesquisa anterior realizada em 2006, observa-se que não há variações significativas: 22% se classificavam à esquerda (10% dos entrevistados se viam como extrema esquerda, 5% como esquerda e 7% como centro-esquerda), 17% como centro e outros 35% se posicionavam à direita (10% como centro-direita, 9% como direita e 16% como extrema direita). Na época, 25% não souberam dizer qual a sua posição política.

Também é calculada uma média para o posicionamento político levando-se em consideração a escala que vai de 1 a 7. Essa média foi de 4,3 em 1989, 4,4 em 2000, 2003 e 2006 e, agora em 2010 é 4,7.

Em todas as regiões da Federação os entrevistados se localizaram preponderantemente a partir do centro em direção à direita: no Sudeste, 20% se veem como de centro, 36% como de direita e 20% como de esquerda. No Sul, 36% dos entrevistados não sabem sua posição política, 18% se dizem de esquerda, 11% de centro e 32% de direita. No Nordeste 15% dos entrevistados se dizem de centro, 21% de esquerda e 37% de direita. No Norte e Centro Oeste, 19% se identificam com o centro, 41% com a direita e 20% se dizem de esquerda.

Mulheres e homens têm posições políticas levemente distintas: 17% dos homens se identificam com centro, 22% com a esquerda e 41% com a direita, enquanto que entre as mulheres essas taxas são 16%, 18% e 33%, respectivamente.

Quanto maior a idade dos entrevistados, maior a taxa dos que não sabem apontar sua posição política: entre os mais jovens, 16 a 24 anos, 22% não sabem, entre os adultos de 45 a 59 anos, 27% não sabem e entre os mais velhos, 60 anos ou mais, a taxa chega a 37%. Do mesmo modo, aumenta a identificação com a direita quanto maior a idade do entrevistado: 34%, entre os mais jovens e 39% entre os mais velhos. Inversamente, quanto menor a idade, maior a identificação com a ideologia de esquerda: entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, 25% se dizem de esquerda, entre aqueles de 25 a 34 anos, o índice é de 24%, 19% entre aqueles de 35 a 44 anos, 18% entre aqueles de 45 a 59 anos e baixa para 13% entre aqueles com 60 anos ou mais.

Quanto à escolaridade, quanto mais alto o grau de estudo, maior a concentração de posicionamento político entorno do centro: entre aqueles com ensino fundamental, 5% se dizem de centro-esquerda, 12% de centro, igual taxa daqueles que se localizam no grupo de centro-direita; entre aqueles com ensino médio, 10% se localizam na posição centro-esquerda, 21% como centro e 12% como centro-direita; entre aqueles com grau de escolaridade superior, 15% se diz dizem de centro-esquerda, 23% de centro e 17% de centro-direita. Entre aqueles com nível superior de escolaridade, apenas 13% não sabem afirmar sua posição política.

A pesquisa mostra ainda que entre os simpatizantes do PT, a maioria dos que são capazes de identificar sua própria posição política, o fazem com alguma das gradações da esquerda a partir do centro: 48% se definem como centro ou esquerda. Entre os simpatizantes do PSDB, a posição se inverte: 75% se identificam como centro ou direita. Entre aqueles identificados com o PV, 62% se definem como centro ou esquerda.

Os entrevistados foram questionados sobre a identificação da posição política dos três principais pré-candidatos a Presidente da República nas eleições de outubro, Dilma Rousseff do PT, José Serra do PSDB e Marina Silva do PV.

Dilma Rousseff obteve uma média de 3,9, a pré-candidata seria de extrema direita para 12% dos entrevistados, 10% a identificaram como de direita, 9% de centro-direita, 8% como de centro, 10% centro-esquerda, 11% de esquerda, 14% de extrema-esquerda e 27% não souberam responder. Entre os jovens de 16 a 24 anos, 11% acreditam que a pré-candidata do PT é centro-direita, mesma taxa dos que a identificam como de extrema direita, 12% a identificam como de direita e 21% não souberam classificá-la. Entre os mais velhos, 40% não souberam classificá-la, taxa que chega a 35% entre aqueles com ensino fundamental. Interessante notar que quanto maior a renda, maior o nível de identificação da pré-candidata com a ideologia de esquerda: entre os que possuem renda familiar média entre 5 e 10 salários mínimos mensais, 25% identificam a pré-candidata do PT como de extrema esquerda, para 16% dos entrevistados ela é de esquerda; entre os que possuem renda de mais de 10 salários mínimos mensais, 20% a identificam como de extrema esquerda e 15% esquerda. Entre os eleitores de Dilma Rousseff, 48% acreditam que a pré-candidata é ideologicamente alinhada ao centro ou à direita, 31% à esquerda e 20% não sabem a sua posição.

José Serra obteve uma média de 4,7, o pré-candidato seria de extrema esquerda para 9% dos entrevistados, 6% o identificaram como esquerda, para 7% centro-esquerda, 8% de centro, para 11% ele seria de centro direita, 14% o identificaram como de direita, para 19% ele seria de extrema direita e 26% não souberam classificá-lo. Quanto maior a escolaridade, maior a percepção de identificação do pré-candidato com a direita: Entre os entrevistados que possuem nível médio de escolaridade, 13% o identificam como de centro-direita, 16% o identificam como de direita, 20% como de extrema direita e 20% não souberam classificá-lo; entre aqueles com ensino superior, 18% o veem como de direita, 26% como de extrema direita e 11% não sabem identificar a posição ideológica do pré-candidato do PSDB. Entre os seus próprios eleitores, 65% dos entrevistados identificam o pré-candidato Serra com o centro ou à direita.

Marina Silva obteve uma média de 3,5, para 12% dos entrevistados a pré-candidata seria de extrema esquerda, mesma taxa entre os que a identificam como esquerda, 11% a identificam como centro-esquerda, para 13% ela seria de centro, para 8% de centro-direita, para 5% de direita, para 6% de extrema direita e 32% não souberam identificar as posições ideológicas da pré-candidata. Entre os entrevistados que afirmam ter renda familiar de mais de 10 salários mínimos mensais, 16% identificam a pré-candidata como de extrema esquerda, para 19% ela seria de esquerda, para 16% de centro-esquerda e para 18% de centro. Entre aqueles com renda de até dois salários mínimos, 7% a classificam como de centro-direita, 6% a classificam como de extrema direita e 39% não souberam classificá-la. A pré-candidata do PV é identificada preponderantemente como centro ou esquerda pelos eleitores de Dilma, de Serra e pelos seus próprios: 52%, 52% e 47%, respectivamente.

São Paulo, 28 de Maio de 2010.