Aprovação a Governo Dilma atinge 65%

DE SÃO PAULO

Baixe esta pesquisa

Brasileiros estão otimistas com situação econômica pessoal e acreditam no aumento do poder de compra dos salários

Após dois anos e três meses de mandato, a presidente Dilma Rousseff tem seu governo avaliado como ótimo ou bom por 65% dos brasileiros, avanço de três pontos em relação ao índice de aprovação verificado pelo Datafolha em dezembro do ano passado (62%). A fatia dos que a avaliam como regular seguiu tendência inversa e recuou de 30% para 27%, enquanto a reprovação ao seu desempenho se manteve estável: 7% avaliam a gestão da petista como ruim ou péssima.

Entre os brasileiros com renda familiar de 10 salários mínimos ou mais por mês, a aprovação a Dilma avançou 16 pontos (de 51% para 67%). Na região Sul, o índice de ótimo ou bom da petista subiu cinco pontos (de 62% para 69%), e apresentou avanço de cinco pontos na região Norte/Centro-Oeste (de 59% para 64%).

A expectativa positiva em relação à economia também rende uma aprovação acima da média para a presidente: entre os que acreditam que inflação vai diminuir nos próximos meses, 84% dizem que a gestão de Dilma é ótima ou boa; entre os que acreditam em queda no desemprego, esse índice fica em 76%, e vai a 72% na fatia dos que acreditam em aumento do poder de compra dos salários nos próximos meses. No grupo de brasileiros que acreditam que a situação econômica do país vai melhorar, 75% aprovam a petista.

A avaliação em alta refletiu na nota média atribuída ao seu governo, que passou de 7,2 em dezembro para 7,4 no levantamento atual.

Para 22% dos brasileiros, a presidente fez mais pelo país mais do que eles esperavam, índice abaixo do que o dos que afirmam que ela fez menos do que esperavam (34%). A comparação com o levantamento de dezembro, porém, mostra que cresceu a fatia dos que se surpreenderam positivamente até o momento com a petista (eram 15%), enquanto diminuiu o índice dos que dizem o contrário (42% indicavam que ela fez menos do que o esperado) Há ainda 41% dos brasileiros que dizem que Dilma fez pelo país o que esperavam, fatia similar à verificada em dezembro (39%).

Outro indicador positivo para a petista é o otimismo em relação ao futuro de sua gestão. Para 72% dos brasileiros, Dilma fará um governo ótimo ou bom daqui para frente, índice superior ao verificado em dezembro (64%). Os que preveem um desempenho regular daqui para frente somam 18% (ante 24% há quatro meses), e há 5% que acreditam num futuro ruim ou péssimo para a administração da presidente.

Para 55% dos brasileiros, o PT está ajudando o governo da presidente Dilma, enquanto 22% acreditam que o partido está atrapalhando, e 9%, que não ajuda nem atrapalha. Entre os que dizem que o partido ajuda, 26% apontam que ajuda muito, e 29%, que ajuda um pouco. Em abril de 2003, o Datafolha fez a mesma pergunta aos brasileiros, mas em relação a Lula. Na ocasião, 69% disseram que o PT ajudava o governo do então presidente, enquanto 16% indicavam que atrapalha, e 3%, que não ajudava nem atrapalhava.

Após dez anos de gestão petista, com Lula e Dilma, 72% dos brasileiros avaliam que o governo do partido está sendo bom para o país nesse período. Os demais se dividem entre os que afirmam que está sendo ruim (13%) e os que dizem ser indiferente (9%). Uma fatia de 64% aponta ainda que, para eles, pessoalmente, o governo do PT está bom. Outros 15% dizem o contrário, que está sendo ruim, e 16% dizem que é indiferente.

BRASIL ESTÁ MELHOR PARA VIVER E TEM MAIS IMPORTÂNCIA NO MUNDO, AVALIAM BRASILEIROS

O Brasil é hoje um país melhor para viver do que há dez anos atrás, e sua importância no mundo também cresceu nesse período. É o que mostra a comparação entre o levantamento atual e outro que foi a campo em abril de 2003, no início do governo Lula.

Atualmente, 76% dos brasileiros avaliam o Brasil como um lugar ótimo ou bom para viver, ante 61% que diziam o mesmo em 2003. Na série histórica do Datafolha sobre esse tema, contudo, a satisfação atual com o país fica abaixo da registrada em julho de 2005 (80%). Neste levantamento de março de 2013, há ainda 18% que veem o Brasil como um país regular para viver, e 5% que acreditam que é ruim ou péssimo.

Sobre o papel do Brasil no cenário internacional, 81% avaliam que o país tem hoje muita importância no mundo, enquanto 17% dizem que tem um pouco de importância. Em abril de 2003, esses índices eram de 72% e 24%, respectivamente.

O orgulho do Brasil se manteve em patamar elevado no intervalo de uma década: em 2003, 85% diziam sentir mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro, e 87% compartilham dessa opinião atualmente. Desde março de 2000, a fatia de brasileiros orgulhosos ficou abaixo de 80% somente em uma ocasião: consulta realizada em junho 2001 indicava 78% com mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro.

Além da comparação dos resultados atuais com os registrados há uma década, o Datafolha também questionou os entrevistados diretamente sobre como avaliam o país quando comparado com a situação de dez anos atrás. Para 79%, o Brasil está hoje melhor do que há dez anos, e os demais se dividem entre aqueles que acreditam que está igual (8%) e entre os que apontam que está pior (11%).

A fatia de brasileiros que acredita que a inflação irá aumentar nos próximos meses se manteve no mesmo patamar entre dezembro de 2012 (44%) e atualmente (45%). No mesmo período, cresceu de 13% para 18% a taxa dos que creem que a inflação irá diminuir nos próximos meses, e caiu de 37% para 31% a dos que acreditam que o índice de preços irá ficar como está.

A expectativa em relação a emprego e poder de compra também é mais otimista hoje do que em dezembro: para 41%, o desemprego irá diminuir nos próximos meses (na pesquisa anterior, 33% tinham a mesma opinião), enquanto 31% acreditam que irá aumentar (em dezembro, 33%) e outros 23%, que irá ficar como está (recuo de oito pontos em relação aos 31% verificados há três meses).

Em relação ao poder de compra dos salários, metade dos brasileiros (49%) avalia que irá aumentar nos próximos meses, ante 39% que diziam o mesmo na pesquisa anterior. Os demais se dividem entre aqueles que acreditam que o poder de compra irá ficar como está (28%, ante 33% em dezembro) e os que preveem uma diminuição nos próximos meses (18%, ante 22% em dezembro).

O índice de otimismo em relação ao poder de compra é o mais alto desde dezembro de 1994, quando essa consulta começou a ser feita pelo Datafolha. Em dezembro de 2010, às vésperas da posse de Dilma, a fatia dos que acreditavam em um aumento do poder de compra dos salários havia atingido 46%, o índice mais alto, até então, dessa série histórica.

Os brasileiros também estão confiantes tanto na situação econômica pessoal quanto na do país. Para 68%, a própria situação econômica vai melhorar nos próximos meses, patamar superior ao verificado em dezembro (57%) e em toda a série de pesquisas do Datafolha sobre o tema, que começa em dezembro de 1997. Na direção oposta, caiu de 31% para 24% desde dezembro até agora a fatia dos que acreditam que a situação econômica pessoal nos próximos meses irá ficar como está, e de 8% para 6% a dos que acreditam que irá piorar.

Sobre a situação econômica do país, metade (51%, ante 44% em dezembro) dos brasileiros acredita que irá melhorar nos próximos meses. Os demais se dividem entre os que 34% que preveem que a economia irá ficar como está (ante 38% em dezembro) e os 10% que acreditam que irá piorar (no levantamento passado, 13%).

Três em cada quatro brasileiros (75%) que trabalham dizem que, atualmente, não correm risco de ser demitidos. Os demais se dividem entre os que dizem correr algum risco de ser demitido (16%) e os que dizem correr grande risco de ser demitido (5%). O índice dos que dizem não correr risco de ficar sem emprego, atualmente, é equivalente ao registrado em abril do ano passado (73%), que, por sua vez, havia sido o mais alto da série de pesquisas sobre o tema, realizadas desde dezembro de 1998.

Menos risco, menos medo. Quando questionados sobre a possibilidade de ficar sem emprego, 59% dos brasileiros que trabalham indicaram que essa é uma coisa que não lhes dá medo atualmente. Os demais se dividiram entre aqueles que apontaram que ficar sem emprego é uma das coisas que mais lhes dá medo atualmente (21%), e os que disseram que isso é o que mais lhes dá medo (15%). Neste caso, a fatia dos que dizem não ter medo de ficar sem emprego também é similar à registrada em abril de 2012 (56%), que até então era a mais alta da série histórica.

A segurança com o emprego é registrada apesar de 49% dos brasileiros indicarem que conhecem alguém que foi demitido nos últimos seis meses. Uma fatia similar (50%) também declara ter sido demitida alguma vez nos últimos cinco anos.