No final de abril de 1983, o departamento de pesquisa da Folha de S. Paulo, embrião do Instituto de Pesquisas Datafolha, realizou sua primeira pesquisa. Foi às ruas de São Paulo consultar os moradores sobre seu maior medo e registrou que, entre a série de itens listados, a alta no custo de vida assustava 26% dos paulistanos. Em patamar similar estavam o medo de ter jovens da família envolvido com tóxicos - temor apontado por 23% - e o medo de ter a casa invadida por assaltantes, indicado por 22%. Em seguida apareciam o medo de perder o emprego (18%) e o de ser assaltado na rua (9%), e 2% declaravam não ter medo de nenhuma dessas situações.
Trinta anos depois, a inflação assusta menos, e o binômio violência/drogas se sobrepõe como maior medo do paulistano. A lista de itens analisada pelos paulistanos na pesquisa que marca os 30 do Instituto Datafolha foi mantida, para viabilizar a comparação. E o resultado do estudo mostra que 45% dos paulistanos, atualmente, apontam o envolvimento de jovens da família com tóxicos como seu maior medo. Em seguida aparece o medo de ter a casa invadida por assaltantes, citado por 26%; ser assaltado na rua, indicado por 16%; alta do custo de vida, medo compartilhado por 7%; e a perda do emprego, com 5%.
Entre os paulistanos mais jovens, o medo de ver jovens da família envolvidos com drogas fica abaixo da média (39%), assim como entre aqueles com curso superior (34%). Na fatia dos paulistanos que têm de 35 a 44 anos a tendência é inversa, e 52% revelam ser esse o maior medo. Também fica acima da média a taxa dos que têm renda mensal familiar superior a 10 mínimos e declaram que ser assaltado na rua como maior medo (29%).