Papa reúne 865 mil em Copacabana

DE SÃO PAULO

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O primeiro evento em Copacabana da Jornada Mundial da Juventude com a presença do papa Francisco reuniu, na noite de ontem, cerca de 865 mil pessoas, segundo pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha no local.

A medição do público presente à visita do papa foi feita hora a hora, de forma a registrar a presença de pessoas diferentes que passaram pelo local.

O horário de pico do evento, com maior presença de público, coincidiu com a passagem do pontífice pela orla de Copacabana; na medição realizada às 18h, cerca de 765 mil pessoas estavam na região mensurada.

Maioria defende camisinha e anticoncepcional, mas rejeita pílula do dia seguinte e aborto dentro da lei

O público presente ao evento de acolhida da Jornada Mundial da Juventude em sua maioria liberal em assuntos relacionados a métodos anticoncepcionais, mas rejeita medidas liberais em relação a práticas da Igreja Católica e ao aborto.

Tendência similar é verificada quando a opinião pessoal do entrevistado é substituída por sua opinião sobre o que o papa Francisco deveria fazer, no âmbito da Igreja Católica, em relação aos mesmos temas.

O uso de camisinha é defendido pessoalmente por 65% desse público, enquanto 31% dizem ser contra, e 3% são indiferentes ou não souberam responder. Quando questionados se o papa Francisco deveria a igreja a se posicionar contra ou a favor do uso da camisinha, 55% disseram que ele deveria orientar a favor dessa prática.

Tem opinião pessoal favorável ao uso da pílula anticoncepcional para evitar gravidez 53% dos presentes ao evento. Outros 41% são contrários, 3% são indiferentes, e 3% não souberam responder.

Esse apoio diminui quando os entrevistados opinam sobre a orientação do papa: 44% dizem que ele deveria orientar a igreja a ser favorável à pílula, e 49% avaliam que ele deveria orientar a instituição a ter posição contrária.

Se a aceitação da pílula anticoncepcional por mulheres é aceita pessoalmente pela maioria, o mesmo não acontece com a pílula do dia seguinte, com índice de aceitação mais próxima do aborto - ou seja, defendida pela minoria. Uma fatia de 63% é pessoalmente contra o uso da pílula do dia seguinte por mulheres para evitar a gravidez.

Em relação ao aborto dentro do limite previsto em lei, 75% são contrários. Fatias similares defendem que o Papa oriente a Igreja Católica a se posicionar contra a pílula do dia seguinte (65%) e contra o aborto (75%).

Entre os participantes do evento na orla de Copacabana, 67% são contra a legalização da união de pessoas do mesmo sexo, 25% são a favor, 5% têm posição indiferente, e 3% não souberam responder. Para 71%, o papa também deve orientar a igreja a ser contra essa medida.

Para espectadores do papa, padres não devem ter família e mulheres não podem comandar missa

Os participantes também foram consultados sobre a possibilidade de padres se casarem e ter família e sobre a possibilidade de mulheres serem ordenadas e rezarem missas, e a maioria é contra ambas.

No caso das mulheres poderem rezar missas, 54% são pessoalmente contrários, enquanto 36% são a favor, 5% são indiferentes, e 5% não souberam responder.

Uma fatia de 63% também defende que o papa Francisco se posicione contra a possibilidade de mulheres rezarem missas. O casamento de padres enfrenta maior oposição: 64% são pessoalmente contra, 29%, a favor, e 7% são indiferentes ou não souberam responder.

Para 63% dos entrevistados, o líder máximo da Igreja Católica também deve se opor ao casamento de padres e à possibilidade de eles terem família.

Veja detalhes sobre a pesquisa de medição de público realizada pelo Datafolha em matéria publicada na edição de hoje da Folha de S.Paulo.