Paulistanos rejeitam máscaras e bala de borracha em protestos

DE SÃO PAULO

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O uso de máscara ou rosto coberto durante protestos é amplamente rejeitado pelos moradores da capital paulista: 89% são contrários, ante 9% que se dizem favoráveis.

Entre os mais jovens, a fatia dos que apoiam máscaras ou o rosto coberto fica acima da média (20%), e cai na medida em que há avanço na faixa etária.

Também é reprovado pela maioria o uso de balas de borracha pelos policiais durante protestos.

Para 59%, os policiais não deveriam empregar esse tipo de arma não letais nessas ocasiões, enquanto 38% são favoráveis a sua utilização. Neste caso, o índice de jovens contrários ao uso de balas de borracha fica acima da média (69%), e cai conforme sobe a idade dos entrevistados.

Apoio aos protestos

Caiu entre os paulistanos o apoio aos protestos que começaram na cidade de São Paulo em junho, motivados pela alta da tarifa de ônibus, e ainda continuam acontecendo - ainda que levando menos pessoas às ruas e com outras reivindicações.

Em pesquisa realizada entre 27 e 28 de junho, 89% dos moradores da cidade com 16 anos ou mais apoiavam os protestos, fatia que agora é de 74%. No mesmo período, cresceu de 8% para 21% a parcela dos paulistanos que são contra os protestos. Os indiferentes eram 2%, fatia similar à verificada atualmente (4%).

A percepção sobre os benefícios dos protestos também recuou e agora está no mesmo nível do verificado um dia depois do protesto do dia 18 de junho, que teve início do Largo da Batata.

Pesquisa realizada um dia após essa manifestação mostrava que 51% acreditavam que os protestos traziam mais benefícios do que prejuízos pessoalmente, enquanto 39% viam mais prejuízo do que benefícios, e 10% não sabiam responder.

Além disso, 50% diziam que os protestos traziam mais benefícios do que prejuízos para a cidade, 46%, que traziam mais prejuízos do que benefícios, e 4% não tinham opinião e não responderam..

No dia 21 de junho, nova pesquisa indicava que 65% viam mais benefícios do que prejuízos para si nos protestos, ante 29% que viam mais prejuízos, e 6% não sabiam responder.

Em relação aos paulistanos, de maneira geral, o mesmo estudo indicava que 61% viam mais benefícios do que prejuízos, enquanto 36% viam mais prejuízos do que benefícios, e 3% não sabiam responder.

No levantamento atual, os índices estão mais próximos da pesquisa que foi a campo no dia 18. Hoje, 52% indicam que os protestos trazem mais benefícios do que prejuízos pessoalmente, enquanto 38% afirmam que trazem mais prejuízos do que benefícios, e 11% não sabem responder.

A fatia dos que veem mais benefícios do que prejuízos para os paulistanos ficou em 50%, enquanto 44% indicaram ver mais prejuízos do que benefícios para os moradores da capital paulista, e 6% não souberam responder.

Violência de policias e manifestantes

A percepção sobre a violência empregada pelos manifestantes e pela polícia durante os protestos sofreu poucas alterações desde junho.

No dia 13 de junho, 78% acreditavam que os manifestantes eram mais violentos do que deveriam, 15% afirmam que eles usavam violência na medida certa, e 4% apontavam que eram menos violentos do que deveriam em sua ação.

Atualmente, também é de 78% o índice dos que veem mais violência do que o necessário entre os manifestantes, enquanto 14% dizem que usavam violência na medida certa, e 7%, menos violência do que deveriam.

Em relação à ação policial, 45% acreditam que os policiais são mais violentos do que deveriam durante as manifestações, índice superior ao verificado em 13 de junho (40%). Para 43%, os policias são violentos na medida certa (em junho, 47%), e 9% acreditam que são menos violentos do que deveriam (em junho, 8%).

É válido ressaltar que a pesquisa realizada no dia 13 de junho ocorreu logo após o episódio em que um policial foi cercado e agredido por alguns manifestantes na região da Sé, em 11 de junho. E antes, portanto, do protesto em que houve acusações de abuso de violência policial na região da Consolação - no dia 13 de junho à noite, enquanto a pesquisa foi encerrada no período da tarde.

Veja matéria completa sobre a pesquisa Datafolha publicada na Folha de S.Paulo.