Cai apoio dos brasileiros a protestos e à realização da Copa do Mundo

DE SÃO PAULO

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Faltando menos de quatro meses para a Copa do Mundo no Brasil, metade dos brasileiros apoia a realização do evento no país, revela pesquisa Datafolha. Esse é o índice mais baixo já registrado pelas pesquisas Datafolha. A taxa de apoio à Copa vem diminuindo. Em novembro de 2008, um ano após o anúncio que o país realizaria o mundial de 2014, 79% dos brasileiros apoiavam a realização do evento, em junho de 2013, caiu para 65%, e agora chegou a 52%.

A taxa dos que são contrários a Copa do Mundo cresceu e passou de 10%, em 2008, para 26%, em 2013, e para atuais 38%. As taxas dos indiferentes à realização da Copa do Mundo e dos que não souberam responder se mantiveram estáveis, respectivamente, em 8% e 1%, os mesmos índices observados em 2013.

O levantamento do Instituto Datafolha foi realizado nos dias 19 e 20 de fevereiro de 2014. Foram feitas 2.614 entrevistas junto a 161 municípios do país. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

Na análise das variáveis sócio-demográficas, observa-se que o apoio à Copa do Mundo diminuiu mesmo entre os segmentos que mais apoiavam a realização do evento. Entre os moradores da região Norte/ Centro-Oeste e Nordeste, o apoio à Copa era em 2013 de respectivamente, 74% e 79%, hoje é de 68% e 64%. No mesmo período, o apoio à Copa entre os mais humildes diminuiu de 69% para 57%, e entre os mais jovens, de 70% para 57%.

Taxas de apoio acima da média também são encontradas entre os moradores de municípios com até 50 mil habitantes (57%), entre os que são contra as manifestações (60%), entre os que são contra as manifestações durante a Copa do Mundo (62%), entre os que têm o PT como partido de preferência (63%), entre os que avaliam positivamente o governo Dilma Rousseff (64%) e entre os que avaliam que a situação econômica do país e pessoal irá melhorar (respectivamente, 67% e 61%).

Com relação aos contrários à realização da Copa, observa-se o crescimento das taxas entre os segmentos que mais reprovam o evento. Na fatia dos mais escolarizados, a taxa de desaprovação passou de 36%, em 2013, para 50% na pesquisa atual. Já entre os que têm renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos, o índice foi de 37% para 47% no mesmo período. E entre os moradores da região Sul e Sudeste, os índices passaram respectivamente, de 34% e 33% para 45% e 47%.

Outros segmentos que se destacam na reprovação são: os moradores de municípios com mais de 500 mil habitantes (43%), os que são a favor dos protestos (45%), os que são a favor de manifestações durante a Copa do Mundo (59%), os que avaliam negativamente o governo federal (60%) e os que acreditam que a situação econômica do país e pessoal irá piorar (55% e 60%).

Apoio a protestos é o menor desde junho de 2013

A pesquisa Datafolha mostra também que o apoio às manifestações, que vem ocorrendo em algumas cidades brasileiras desde junho do ano passado, é o menor já mensurado. Em junho do ano passado, esse índice era de 81%, passou para 77%, em agosto, e chegou agora a 52%. Já a taxa dos que são contrários às manifestações cresceu, em junho era 15%, foi para 18% em agosto, e chegou a atuais 42%.

Entre os moradores da região Sul (60%), entre os que desaprovam o governo federal (61%), entre mais jovens (63%), entre os mais ricos (66%), entre os mais escolarizados (72%) são encontrados as maiores taxas de apoio às manifestações. O mesmo ocorre entre os entrevistados que consideram que a situação econômica do país e pessoal irá piorar nos próximos meses (respectivamente, 59% e 63%).

Em contrapartida, entre os mais pobres, (49%), entre os moradores de cidades com até 50 mil habitantes (49%), entre os que avaliam positivamente o governo Dilma Rousseff (50%), entre os menos instruídos (56%) e entre os mais velhos (58%) são observados os índices mais altos de reprovação às manifestações.

Quanto à realização de manifestações durante a Copa do mundo, um terço (32%) declarou ser favorável, 63% são contra, 3% são indiferentes e 2% não souberam responder. O apoio às manifestações durante a Copa é mais alto entre os segmentos: moradores da região Sudeste (36%), os mais jovens (39%), os mais escolarizados (46%), os que possuem renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos (42%) e os que avaliam negativamente o governo Dilma Rousseff (47%).

A reprovação aos protestos, por outro lado, é mais alta entre: as mulheres (67%), os mais humildes (68%), na região Nordeste (70%), nas regiões Norte e Centro-Oeste (71%), entre os moradores de municípios com menos de 50 mil habitantes (70%), no grupo de simpatizantes do PT (72%), entre os que avaliam como ótimo ou bom o governo federal (72%), entre os mais velhos (74%), e na parcela dos que acreditam que a situação econômica do país e pessoal irá melhorar (70% e 68%, respectivamente).

Veja mais informações e dados sobre a opinião dos brasileiros sobre os protestos e sobre a Copa em matérias publicadas na Folha.