Cresce o pessimismo dos brasileiros com a situação econômica do país

DE SÃO PAULO

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Pesquisa Datafolha mostra que o brasileiro está mais pessimista com a economia brasileira. A taxa dos que esperam a piora da situação econômica nos próximos meses vem crescendo: era 21% em novembro passado, passou para 27% em fevereiro, e alcançou agora, 29% - igualando-se ao patamar mais alto registrado no governo Dilma Rousseff, no fim de junho do ano passado.

A parcela dos brasileiros que acreditam que a situação ficará como está, cresceu de 35% para 39%, enquanto a taxa dos otimistas, que acreditam que a situação econômica do país irá melhorar nos próximos meses, caiu sete pontos em relação ao último levantamento, foi de 34%, em fevereiro, para 27% - o índice mais baixo observado ao longo do governo Dilma.

Quanto à situação econômica pessoal para os próximos meses, o otimismo do brasileiro também está diminuindo. A parcela de otimistas segue majoritária, porém em tendência de queda. A taxa dos que apostam na melhora da situação econômica passou de 56%, em novembro, para 49%, em fevereiro, e alcançou agora 46% - índice próximo ao obtido no fim de junho de 2013 (44%).

A parcela de pessimistas permaneceu estável (de 13% para 12%) e a dos que acreditam que a situação econômica pessoal ficará igual foi de 36% para 39%, seguindo a tendência de alta já anteriormente.

A pesquisa mostra também que as expectativas em relação ao aumento da inflação e do desemprego cresceram entre fevereiro e abril. No período, a taxa dos que acreditam que a inflação irá aumentar nos próximos meses cresceu seis pontos (de 59% para 65%), e alcançou o índice mais alto da série histórica registrada pelo Datafolha

As demais taxas permaneceram estáveis: para 22% a inflação ficará igual (era 25% em fevereiro), e para 6%, ela irá diminuir (era 9%). O índice dos que não souberam responder ficou em 7% (era 6%).

Com relação ao desemprego, a expectativa de que ele aumentará nos próximos meses cresceu de 39%, em fevereiro, para 45%, em abril. Já, a taxa dos que acreditam que o desemprego ficará como está, oscilou de 31% para 30%, e a taxa dos que creem que o desemprego irá diminuir foi de 25% para 20%, no período.

O pessimismo com relação à diminuição do poder de compra dos salários subiu de 31%, em fevereiro, para 35% - um dos índices mais altos desde o início do governo Dilma. Enquanto a taxa dos que têm expectativa do aumento do poder de compra passou de 32% para 28% no período. Esperam que o poder de compra ficará como está 32% (ante 31% em fevereiro) e 6% não souberam responder.

Quando perguntados se o dinheiro que o entrevistado e sua família ganham é suficiente para viver, os índices são próximos aos obtidos no último levantamento, em junho de 2011. Atualmente, 47% consideram que o dinheiro é insuficiente e às vezes falta (ante 45% há três anos), um terço (34%) considera que o dinheiro é exatamente o que precisam para viver (era 31% em 2011) e 3%, que é mais que o suficiente (mesmo índice anterior).

O índice dos que considera que o dinheiro é muito pouco trazendo muitas dificuldades passou de 21% para 17%.

Maioria está segura em relação a próprio emprego

Apesar da diminuição do otimismo com a economia do país, a maioria dos brasileiros que está trabalhando se sente segura com relação ao emprego. Seis em cada dez entrevistados (61%) declararam não correr riscos de perder o emprego, 27%, responderam correr algum risco e 8% declararam correr risco elevado de ser demitido.

Entre abril de 2012 e março de 2013, foram observadas as maiores taxas de segurança em relação ao desemprego: 73% e 75% afirmavam, respectivamente, não ocorrer risco de serem demitidos.

De maneira geral, o temor de ficar sem emprego não preocupa o brasileiro. As taxas permaneceram estáveis na comparação com o último levantamento, no fim de junho de 2013. Para 19%, ficar sem emprego é o que mais dá medo (era 20%), para 27% é uma das coisas mais assusta (era 28%), e para 51%, é uma coisa não dá medo (era 50%).

Cresce entre brasileiros percepção de alta nos preços

Nos últimos 30 dias, a maioria dos brasileiros declarou ter notado o aumento dos preços dos alimentos, dos produtos de limpeza e de higiene pessoal. Nove em cada dez entrevistados têm o costume de ir ao supermercado (89%), destes, 88% declararam ter notado aumento nos preços dos alimentos, 10% não notaram aumento nem diminuição e 1% notou a diminuição dos preços.

Em relação à pesquisa Datafolha de junho de 2013, a percepção do aumento dos preços dos alimentos cresceu (era 82%), enquanto a taxa dos que não notaram aumento ou diminuição caiu quatro pontos (era 14%).

Já a percepção do aumento dos preços dos produtos de limpeza e de higiene pessoal, no período, foi maior. Atualmente, 78% responderam que o preço do material de limpeza aumentou (em junho passado era 67%), 19% não notaram nem aumento nem diminuição (era 27%) e 1% notou uma diminuição nos preços (era 3%).

Quanto aos preços dos produtos de higiene pessoal, 78% declararam que notaram aumento (era 67% em junho), 19% não notaram aumento ou diminuição (era 28%), e 1% notou uma diminuição (era 3%).