Desempenho da saúde é razão mais citada por descontentes com Dilma

DE SÃO PAULO

Baixe esta pesquisa

Atualmente, 36% dos brasileiros com 16 anos ou mais aprovam o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), ou seja, o consideram ótimo ou bom, e outros 25% o desaprovam, avaliando-o como ruim ou péssimo. Para entender a opinião dos brasileiros sobre esse tema, o Datafolha consultou os brasileiros sobre os motivos que os levaram a essa avaliação. As respostas à questão foram espontâneas, ou seja, não havia uma lista de motivos pré-selecionados para a opção por um deles.

De forma geral, os resultados mostram que, entre os que aprovam o atual governo, os motivos mais citados se referem a programas sociais, principalmente o Bolsa-Família, e o desempenho da presidente em áreas como educação e habitação, além da preocupação com os mais pobres. Entre os descontentes, as críticas mais frequentes estão ligadas à saúde, educação e área econômica.

Na fatia dos que avaliam o governo Dilma como ótimo ou bom, um em cada quatro (26%) citam motivo para isso os programas sociais, com destaque para a continuidade e aumento do Bolsa-Família (20%). Entre os mais pobres, as referências a programas sociais ficam acima da média (33%), e caem conforme o aumento na renda familiar mensal (18% entre aqueles com renda familiar de 2 a 5 salários mínimos, 20% entre aqueles com renda de 5 a 10 mínimos, e 10% na fatia daqueles com renda superior a esse montante). Na região Nordeste, o índice de citações a programas sociais também fica acima da média (31%), em contrataste com o registrado no Sul (18%).

Em seguida, há um empate entre vários motivos apontados para a aprovação à atual gestão petista: 9% citaram razões relacionadas ao desempenho de Dilma na área da educação; 9%, motivos referentes à área da habitação; e também 9%, preocupação social com o povo ou ajuda aos pobres, de modo geral.

No mesmo patamar, mencionados por 7%, aparecem motivos ligados ao partido de Dilma e ao ex-presidente Lula ("trabalha junto com Lula/"por ser do partido do Lula" etc); motivos que se referem à área da saúde, com destaque para respostas genéricas sobre melhorias na área e o aumento do número de médicos em hospitais e postos de saúde; motivos relacionados ao desempenho econômico; e motivos que mencionam o trabalho de Dilma Rousseff, de forma geral ("está fazendo algo", "está tentando fazer algo").

Com 4% aparecem menções à imagem pública da presidente, mesmo índice dos que se referem à diminuição do desemprego, além de outras respostas com menor percentual. Uma fatia de 8% dentre os que aprovam Dilma não opinaram sobre os motivos dessa avaliação.

Em março do ano passado, quando Dilma atingiu o ápice de aprovação a seu governo, com 65% de ótimo ou bom, os programas sociais também eram os motivos mais citados para isso (27%), no mesmo patamar atual. No mesmo período, porém, caiu de 25% para 7% a taxa dos que indicam o desempenho na área econômica (à época, 9% citavam a diminuição na conta de luz), e também recuou de 15% para 9% a taxa dos que mencionam a preocupação social com o povo e ajuda aos mais pobres.

Um em cada quatro brasileiros (25%) desaprova o governo Dilma Rousseff, e as justificativas mais apontadas para isso recaem sobre a área da saúde, mencionada por 31% deste grupo. Em seguida aparecem motivos ligados ao desempenho da presidente na área da educação (19%); ao desempenho na área econômica (15%); à corrupção e desonestidade no governo (12%); ao desempenho na área de segurança pública (10%); ao modo de governar (8%); aos investimentos na Copa do Mundo (6%), à aversão ao partido de Dilma (5%), e à aplicação ou existência dos programas sociais (5%), entre outros motivos menos citados espontaneamente. Há ainda 2% que não opinaram sobre a avaliação.

A comparação com o levantamento de março do ano passado, quando Dilma tinha reprovação bem menor, de 7%, mostra que entre os descontentes com seu governo cresceu a taxa dos que apontam como motivo para isso a desaprovação à área da saúde (de 24% para 31%); à área da educação (de 9% para 19%) e à corrupção e desonestidade no governo (de 6% para 12%). Por outro lado, caiu de 25% para 15% a fatia dos que apontam o desempenho do governo na área econômica.