51% dos brasileiros aprovam realização da Copa no Brasil

DE SÃO PAULO

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A menos de uma semana da Copa do Mundo no Brasil, pesquisa Datafolha mostra que a taxa de apoio à realização do evento no país parou de cair e se manteve estável na comparação com a pesquisa anterior. Metade dos eleitores (51%) é favorável à realização da Copa. A taxa é próxima às observadas em fevereiro (52%) e em abril (48%) deste ano. No entanto, é bem mais baixa do que em novembro de 2008 (79%) e em junho de 2013 (65%).

A taxa dos que são contrários à realização do mundial, em crescimento desde 2008, diminuiu seis pontos e passou de 41%, em abril, para atuais 35%. O índice dos indiferentes seguiu a tendência de alta da pesquisa anterior: foi de 8%, em fevereiro, para 10%, em abril, e chegou a 13%.

Nesse levantamento, realizado entre 03 e 05 de junho, o Datafolha entrevistou 4.337 eleitores em 207 municípios do país. A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

Na análise das variáveis sociodemográficas, observam-se importantes diferenças de opinião de acordo com o sexo, a escolaridade, renda familiar mensal, porte do município, região geográfica, avaliação do governo federal e do partido de preferência dos entrevistados.

Taxas de apoio acima da média à realização da Copa são observadas entre os que têm interesse pela Copa do Mundo (68%), entre os que avaliam como ótimo ou bom o governo Dilma Rousseff (67%), entre os simpatizantes do PT e eleitores de Dilma (66%, cada um), entre os moradores das regiões Nordeste e Norte (respectivamente, 62% e 69%), entre os homens (57%) e entre os moradores de municípios com até 50 mil habitantes (56%).

Na contramão, taxas acima da média de reprovação à realização da Copa são encontradas entre os moradores de municípios com mais de meio milhão de habitantes (39%), entre os mais escolarizados (42%), entre simpatizantes do PSDB e entre eleitores de Aécio Neves (42%, cada um), entre os moradores da região Sudeste (43%), entre os que possuem renda familiar mensal de mais dez salários mínimos (48%), entre os que avaliam como ruim ou péssimo o governo federal (53%) e entre os sem interesse pelo mundial de seleções (56%).

A pesquisa Datafolha mostra também que o otimismo em relação aos benefícios que a Copa poderá trazer para o entrevistado e para os brasileiros se mantiveram estáveis em comparação ao último levantamento.

Entre abril e junho, a parcela dos brasileiros que consideram que o evento esportivo trará mais benefícios do que prejuízos para si foi de 31% para 32%. Enquanto, a taxa dos que acreditam que o evento trará mais prejuízos do que benefícios diminuiu seis pontos, foi de 49% para 43%. Já, os indecisos passaram de 20% para 24%.

No período, o índice dos que acreditam que a Copa trará mais benefícios do que prejuízos aos brasileiros se manteve estável, em 36%. Enquanto a parcela dos brasileiros que acham que o evento trará mais prejuízos que benefícios oscilou de 55% para 54%. Indecisos foram de 9% para 11%. Entre os homens (42%), entre os que têm interesse pela Copa (45%), entre os simpatizantes do PT (47%), entre os moradores da região Nordeste e Norte (respectivamente, 46% e 44%), entre os eleitores de Dilma (48%), entre os que avaliam como ótimo ou bom o governo federal (50%) e entre os que são favoráveis a realização do mundial (52%) são observados os índices mais altos de otimismo.

Em contrapartida, índices de pessimismo mais altos são observados entre os simpatizantes do PSDB (56%), entre os mais instruídos (58%), entre os que têm renda familiar de mais de dois a cinco salários mínimos (58%), entre os mais jovens (61%), entre os moradores das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste (respectivamente, 63%, 55% e 49%), entre os que não têm interesse pelo mundial (70%), entre os que avaliam como ruim ou péssimo o governo Dilma (70%) e entre os que são contra a Copa no país (79%).

O Datafolha também investigou a opinião dos brasileiros a respeito do desempenho da seleção brasileira, da organização da Copa e das manifestações que podem ocorrer durante o evento. Quando perguntados se sentirão mais orgulho ou mais vergonha de serem brasileiros, 69% declararam que a seleção será motivo de mais orgulho, 15% declararam que a seleção será motivo de mais vergonha e 16% não souberam responder.

Quanto à organização da Copa, 45% declararam que sentirão mais orgulho, 42% mais vergonha e 13% não souberam responder. Por fim, com relação às manifestações, 65% declararam que sentirão mais vergonha de serem brasileiros, 25% mais orgulho e 10% não souberam responder.
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De maneira geral, o desempenho da seleção brasileira na Copa e a organização de mesma é motivo de mais orgulho para o brasileiro, sobretudo, entre os homens, entre os residentes da região Nordeste e Norte, entre os simpatizantes do PT, entre os que estão satisfeitos com o governo federal, entre os muito interessados pelo Mundial e entre os favoráveis à realização da Copa do Mundo.

Na análise das variáveis sociodemográficas, observa-se no caso da organização da Copa que conforme diminui a faixa etária e aumentam a escolaridade, a renda familiar e o porte do município do entrevistado aumenta o sentimento de vergonha de ser brasileiro. Outras variáveis importantes para a formação do sentimento de vergonha foram: partido de preferência, insatisfação com o governo federal, nenhum interesse pela Copa do Mundo, ser contrário à realização do Mundial e região geográfica de moradia.

Já as manifestações durante a Copa são motivo de mais orgulho, principalmente, entre os que têm renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos (31%), no segmento dos mais escolarizados (33%) e entre os eleitores mais jovens (36%).

68% aprovam o trabalho de Luiz Felipe Scolari

Dois terços dos brasileiros (68%) avaliam como ótimo ou bom o trabalho de Luiz Felipe Scolari no comando da seleção brasileira de futebol. Para 14%, o trabalho do técnico é regular, para 2%, é ruim ou péssimo e 16% não souberam responder.

A avaliação positiva do trabalho do técnico da seleção brasileira fica acima da média entre os mais escolarizados (74%), entre os homens (76%), entre os mais ricos (78%), entre os moradores da região Norte (77%), entre os que são favoráveis a realização do evento esportivo (84%) e entre os que têm muito interesse pelo Mundial (89%).

A atual taxa de aprovação de Luiz Felipe Scolari é recorde para um técnico da seleção brasileira na véspera do jogo de estreia em Copas do Mundo. É superior a obtida por ele mesmo antes da estreia na Copa do Mundo de 2002, quando dirigiu pela primeira vez a seleção brasileira. Na época, a taxa de aprovação do técnico era de 51%, a regular era 30% e a negativa, era 8%.

Em 2006, antes da estreia da Copa do Mundo da Alemanha, a aprovação ao trabalho de Carlos Alberto Parreira na seleção era de 62%, avaliavam como regular, 17%, e como ruim ou péssimo, 2%. Já, Dunga antes da estreia da Copa de 2010, tinha 49% de ótimo ou bom, 27% de regular e 11% de ruim ou péssimo. A Copa do Mundo desperta interesse na maioria dos brasileiros. Seis a cada dez têm interesse pelo Mundial (63%), sendo que 25% têm muito interesse, 26% têm interesse médio e 11% têm pouco interesse. Não tem nenhum interesse pela Copa 36%, e 1% não soube responder.

Dos que têm muito interesse, destacam-se os segmentos: homens (31% - ante 20% entre as mulheres), possuidores de renda familiar mensal de mais de cinco a dez salários mínimos (32%), moradores do Nordeste e Norte (33%, cada um), residentes de municípios com até 50 mil habitantes (30%) e favoráveis a realização da Copa do Mundo (42%).

Entre aqueles sem nenhum interesse pelo mundial, destacam-se os segmentos: menos instruídos (41%), residentes do Sudeste (40%), mulheres (42%), insatisfeitos com o governo Dilma (47%), contrários à realização da Copa (58%) e entrevistados sem time de futebol (61%).Na comparação com os mundiais realizados em 1994, 2002, 2006 e 2010, quando o Datafolha realizou pesquisas, a atual taxa de interesse é mais baixa já registrada.

Em 1994, antes da estreia da seleção, 79% tinham interesse pelo Mundial (desses, 56% tinham grande interesse, 18% médio interesse e 5% pequeno interesse). Já em 2002 e em 2006, os levantamentos foram feitos após o primeiro jogo no Mundial e as taxas de interesse ficaram, respectivamente, em 75% (42% de grande interesse, 26% de médio interesse e 7% de pequeno interesse) e 88% (sendo 51% de grande interesse).

Na Copa de 2010, antes da estreia, a taxa de interesse foi de 79%, sendo que 42% tinham grande interesse, 23% médio e 14% pouco interesse. A seleção brasileira tem a ampla preferência dos entrevistados, 84% declararam que irão torcer por ela no Mundial. A seguir, com 1% cada, aparecem as seleções de Argentina, Alemanha e Espanha. A taxa dos que não torcerão por nenhuma seleção é de 9%.

Observa-se que a torcida pela seleção sofre influências de variáveis políticas. A torcida pela seleção brasileira é maior entre os que avaliam positivamente o governo federal (91%), entre os eleitores de Dilma Rousseff (91%) entre os moradores da região Norte (93%), entre os simpatizantes do PT (93%), entre os que têm muito interesse pela Copa do Mundo (94%) e entre os que são favoráveis ao Mundial (95%). Enquanto, a torcida por nenhuma seleção é mais alta entre os que avaliam negativamente o governo federal (14%), entre os que pretendem votar em branco (18%), entre os que são contra a Copa (18%) e entre os que não têm interesse pelo Mundial (22%).

Para 68%, a seleção brasileira é a favorita a ganhar o Mundial. Outras seleções citadas a ganhar a Copa foram: Alemanha, com 5%, Espanha e Argentina, com 3% (cada uma) e Itália, com 1%, entre outras seleções. Um quarto (18%) não soube responder.

O favoritismo da seleção brasileira é maior entre os moradores das regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte (respectivamente, 73%, 77% e 78%), entre os que defendem a realização do Mundial (83%) e entre os que têm muito interesse pela Copa (88%).

O fato do Brasil disputar a Copa do Mundo em casa aumentou o seu favoritismo. Em 2010, na véspera da Copa realizada na África do Sul, 64% declararam que a seleção iria ganhar o Mundial. Em 2002 e 2006, após a estreia do Brasil na Copa, o favoritismo da seleção era de, respectivamente, 64% e 83%.