90% da torcida brasileira que foi ao Mineirão faz parte das classes A ou B

DE SÃO PAULO

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Três em cada quatro (75%) torcedores brasileiros adultos que foram ao Mineirão assistir Brasil e Chile eram homens, com média de idade de 34 anos (44% tinham entre 25 e 34 anos) entre os presentes. Ampla maioria (86%) tinha curso superior, 13%, ensino médio, e somente 1%, curso fundamental. Fatia similar (88%) fazia parte da PEA (População Economicamente Ativa).

A maioria tinha renda média familiar superior a 10 salários mínimos por mês, sendo que 30% contavam com rendimento de 10 a 20 salários, 28%, de 20 a 50 mínimos, e 8%, mais de 50 salários. Somente 3% tinham renda inferior a 2 salários mínimos, 12% obtinham de 2 a 5 salários, e outros 23%, de 5 a 10 salários. Uma fatia de 29% pertencia à classe A, outros 61%, à classe B, 9%, à classe C, e somente 1% fazia parte da classe D. Dois em cada três (67%) eram brancos, 24% eram pardos, e 6%, pretos, além de 1% de orientais e 1% de indígenas.

No total, o Instituto Datafolha ouviu 693 torcedores brasileiros, com 16 anos ou mais, nas vias de acesso ao Estádio Governador Magalhães Pinto, popularmente conhecido como Mineirão. O levantamento foi realizado antes da partida. A margem de erro para o total da amostra é de 4 pontos percentuais para mais ou para menos.

A comparação com o perfil dos brasileiros, de forma geral, mostra que a torcida brasileira em Belo Horizonte era mais masculina, escolarizada, rica e branca que a população do país, além de ter idade média inferior. No Brasil, 52% da população com 16 anos ou mais é formada por mulheres, índice similar ao registrado em Minas Gerais (51%) e na capital mineira (54%). A maioria da população brasileira estudou até o ensino fundamental (39%) ou até o ensino médio (45%), e somente 16% têm ensino superior.

Uma fatia de 42% dos brasileiros tem renda familiar de até 2 salários mínimos, 38% obtêm de 2 a 5 salários, 11%, de 5 a 10 salários, e somente 4% têm renda superior a 10 mínimos. A parcela de pertencentes à classe A na população brasileira também é mínima (2%), e outros 29% estão na classe B. A maioria faz parte das classes C (49%) ou D (17%), e há ainda 2% que estão na classe E. Os brancos, no país, são 39%, em patamar similar ao de pardos (41%), e há 15% que se declaram pretos, entre outras. A idade média dos brasileiros é de 42 anos.

Comparação com a população da cidade de São Paulo mostra que os torcedores brasileiros no Mineirão são mais escolarizados que os distritos de Moema, Jardim Paulista e Itaim Bibi, e estão em classe social comparável a esses distritos, os mais ricos da capital paulista. Segundo dados do DNA Paulistano de 2012, o Jardim Paulista tem 74% dos seus moradores com curso superior, sendo que 30% pertencem à classe A, e outros 59%, à classe B. Em Moema, 68% tem curso superior, 33% estão na classe A, e 56%, na classe B. No Itaim Bibi, 62% tem curso superior, 25% são da classe A, e 59% pertencem à classe B.

No Mineirão, 22% dos presentes torciam pelo Cruzeiro, e 18%, pelo Atlético Mineiro, as duas maiores torcidas de Minas Gerais. Havia ainda 12% que torciam pelo Flamengo, e 12%, pelo Corinthians, as maiores torcidas do país. Apenas 1% não torcia por nenhum time, ante 23% no Brasil.

Os mineiros eram 48%, sendo que 31% eram moradores da própria capital. Um em cada quatro (25%) eram do Estado de São Paulo, e 9%, do Rio de Janeiro, entre outras unidades da federação com representates no estádio.

Metade (53%) foi a outros jogos da Copa no Brasil, sendo que 20% foram a mais um jogo, 13%, a mais dois jogos, 7%, a mais três jogos, e 12%, a quatro jogos ou mais. A fatia dos que tem ingressos para outros jogos é de 36%.

A maioria dos torcedores (71%) comprou ingresso diretamente no site da Fifa. Entre os demais, 13% foram convidados por empresas ou patrocinadores do evento, 10% compraram ingressos de terceiros, e 6% ganharam o ingresso de parentes ou amigos.

Foram acompanhados de amigos 41% dos torcedores, 36% estavam com esposa, marido ou namorados, 13% tinham a companhia dos filhos, e 10% foram sozinhos.

Ampla maioria (90%) avaliou como ótima ou boa a organização para chegar ao estádio, e 79% tinham a mesma opinião sobre o transporte para chegar ao local do jogo. No caso do sistema de transporte, 9% o consideraram regular, 4%, ruim ou péssimo, e outros 9% não opinaram.

Uma parcela de 91% dos que foram ao Mineirão torcer pelo Brasil declarou ter mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro, e 7%, mais vergonha do que orgulho. Na população brasileira adulta, 77% dizem ter mais orgulho do que vergonha, e 21%, mais vergonha do que orgulho.

O Datafolha também consultou a opinião dos torcedores do Brasil sobre o governo da presidente Dilma Rousseff (PT), e a maioria (55%) avaliou a gestão da petista como ruim ou péssima. Outros 25% consideram o governo regular, e 20%, ótimo ou bom. Entre os brasileiros, 28% consideram o governo ruim ou péssimo, 38%, regular, e 33%, ótimo ou bom, segundo pesquisa realizada no início de junho.

A maioria (61%) dos presentes, no entanto, avaliam que a torcida brasileira que xingou a presidente Dilma na abertura da Copa, em São Paulo, agiu mal. Uma fatia de 36% acreditam que os torcedores do jogo Brasil e Croácia agiram bem ao xingar a petista, e 3% não souberam opinar.