Aumenta avaliação negativa do trânsito da cidade de São Paulo

DE SÃO PAULO

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Pesquisa Datafolha mostra que 79% dos moradores da capital utilizam o ônibus como o principal meio de transporte no seu dia a dia. Em seguida aparece o metrô, utilizado por 39%, o carro (17%), o trem (14%), lotações, vans e peruas (13%), vão a pé (7%) e utilizam moto (2%). A taxa dos que utilizam táxis ou bicicletas é a mesma, 1% cada um.

Ônibus é destaque entre os mais jovens e entre os de menor renda familiar (87%, cada um), metrô, entre os mais escolarizados (57%), e carro, entre os mais ricos (41%).

Na comparação com pesquisas anteriores, de setembro do ano passado, a taxa de usuários de ônibus oscilou positivamente quatro pontos percentuais.

Nesse levantamento, realizado entre 25 e 26 de junho de 2014, o Datafolha entrevistou 1.101 moradores de todas as regiões da cidade de São Paulo. A margem de erro máxima é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, para o total da amostra.

De maneira geral, a avaliação do sistema de transporte coletivo da cidade de São Paulo é bem dividida. Para 31%, ele é ótimo ou bom, para 34%, é regular e para 34%, é ruim ou péssimo. Entre os mais velhos, 44% avaliam positivamente o sistema.

A mesma tendência é observada nas avaliações dos transportes coletivos de ônibus e de trens. Ônibus é avaliado positivamente por 34%, é avaliado como regular por 34%, e negativamente por 29%. Já, o trem tem 28% de avaliações positivas, 21% de regular, 24% de negativas e 27% não souberam responder - o índice mais alto entre os meios de transporte coletivos pesquisados.

De forma geral, o metrô é o meio de transporte coletivo melhor avaliado. Metade dos paulistanos (51%) o avalia positivamente, 22% como regular, 19% como ruim ou péssimo, e 9% não souberam responder.

Comparativamente, com pesquisa Datafolha de junho do ano passado (quando começaram as manifestações populares contra o aumento da passagem de ônibus), a avaliação positiva de cada meio de transporte coletivo da cidade de São Paulo melhorou e voltou a patamares próximos aos observados em levantamentos anteriores.

No período, a avaliação positiva para o transporte coletivo da cidade passou de 15% para 31%, a avaliação regular, de 29% para 34%, e a negativa, de 55% para 34%. Ônibus teve a avaliação positiva passando de 16% para 34%, a regular, de 27% para 34%, e a negativa, de 54% para 29%. O metrô teve sua taxa de ótimo ou bom de 32% para 51%, a de regular, de 28% para 22%, e a negativa, de 34% para 19%. Já, a avaliação do trem foi de 15% para 28%, a regular, de 23% para 21%, e a negativa de 40% para 24%.

Avaliação negativa do trânsito aumentou para 81%

Oito em cada dez moradores da capital paulista (81%) avaliam como ruim ou péssimo o trânsito na cidade. Em comparação com pesquisa de 2013, a insatisfação cresceu 7 pontos percentuais. No período, a taxa dos que avaliam positivamente foi de 9% para 4%, enquanto dos que avaliam como regular oscilou de 16% para 15%.

A maioria dos paulistanos segue favorável à criação de faixas exclusivas de ônibus na capital. No período, a taxa de apoio oscilou negativamente, de 88% para 84%, enquanto a taxa dos que são contrários a ela, foi de 9% para 12%. As taxas de indiferentes à medida e que não souberam responder não se alteraram.

Observam-se diferenças de opinião entre os usuários de ônibus e de carro a respeito das faixas exclusivas de ônibus. Entre os usuários do transporte coletivo, 87% são favoráveis à implantação dessa medida, enquanto entre os usuários de carro o índice cai para 70%.

Para 64%, a criação das faixas exclusivas de ônibus melhorou o trânsito na cidade. Desses, 22% consideram que a medida promovida pela prefeitura melhorou muito o trânsito, e 42%, que melhorou um pouco. Para 18%, à medida não alterou o trânsito, e para 14% piorou (9% declararam que piorou muito e 6% um pouco)

Na comparação com a pesquisa Datafolha de setembro do ano passado, a taxa dos que declararam que a criação de faixas exclusivas de ônibus melhorou o trânsito cresceu nove pontos percentuais, de 55% para 64%.

Na análise das variáveis socioeconômicas, observa-se que conforme aumenta a escolaridade e a renda familiar mensal do entrevistado diminui a opinião de que a criação das faixas exclusivas de ônibus melhorou o trânsito na cidade. Entre os menos instruídos e mais pobres, respectivamente, 71% e 69% declararam que a medida melhorou o trânsito, enquanto entre os mais instruídos e entre os mais ricos as taxas diminuem para 54% e 47%.

O efeito positivo da criação de faixas de ônibus é maior entre os usuários de ônibus do que entre os usuários de carro. Entre os usuários de ônibus, 68% consideram que a medida melhorou o trânsito na cidade, já, entre os usuários de carro, 47% têm essa opinião.

A taxa dos paulistanos que costumam passar de carro, ou de ônibus, por vias que têm faixas exclusivas de ônibus cresceu. Para os que têm o costume de passar carro, a taxa foi de 37%, em 2013, para atuais 45%. Entre os que passam de ônibus, foi de 66% para 79%.

Maioria é favorável a expansão do rodízio para outras vias, mas contra pedágio urbano

A maioria (61%) aprova a expansão do rodízio para outras vias da cidade, um terço (32%) é contra e 6% não souberam responder. Entre os usuários de transportes coletivos o apoio é maior do que entre os usuários de carro. Entre os usuários de ônibus, do trem ou do metrô, respectivamente, 64%, 66% e 64% aprovam a medida, enquanto entre os usuários de carro a aprovação diminui para 47%.

Para 40%, a expansão do rodízio talvez melhorasse o trânsito na cidade, para 29%, com certeza a medida melhoraria, para 26%, com certeza não melhoraria, e, 5% não souberam responder. Entre os usuários de carro é observada a taxa mais alta de pessimismo a medida, 36%.

Oito em cada dez entrevistados (79%) são contrários à cobrança de pedágios no centro expandido da capital, 17% são favoráveis e 3% não souberam responder. Entre os usuários de carro (86%) e entre os contrários a expansão do rodízio (90%) são observadas as taxas mais altas de rejeição a cobrança de pedágios no centro expandido. Por outro lado, entre os que são favoráveis à expansão do rodízio o apoio à cobrança de pedágios é mais alto, 22%.

A maioria dos paulistanos está pessimista com a cobrança de pedágios no centro expandido da cidade no intuito de melhorar o trânsito na cidade. Para 60%, a medida com certeza não daria certo, para 22%, talvez melhorasse o trânsito, para 14%, com certeza melhoraria e 5% não souberam responder. O pessimismo é mais alto entre os usuários de carro do que entre os usuários de ônibus (respectivamente, 68% e 58%) e entre os que são contrários a expansão do rodízio do que entre os que são favoráveis a expansão (71% ante 55%).