Os turistas estrangeiros que vieram para a Copa do Mundo no Brasil aprovaram a organização da Copa do Mundo de forma geral, assim como os serviços prestados durante o evento, mostra pesquisa realizada pelo Datafolha em pesquisa junto a 2209 estrangeiros de mais de 60 países nos aeroportos de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e em Fanfests e locais de grande concentração de público nas cidades de Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. As entrevistas foram feitas em inglês e espanhol entre os dias 1º e 11 de julho. Esse universo não representa, portanto, a totalidade de estrangeiros presentes no país. Além do pesquisar o perfil deste público, o Datafolha também os consultou suas impressões sobre o Brasil, de forma geral, e sobre a organização e estrutura da Copa do Mundo, e o resultado é positivo tanto para o país quanto para o evento.
O levantamento revela que 83% dos estrangeiros que vieram ao Brasil avaliaram como ótima ou boa à organização do Mundial de seleções. Para 12%, a organização, de forma geral, foi regular, para 3%, foi ruim ou péssima e 1% não soube responder.
De maneira geral, não há diferenças de opiniões sobre a organização do Mundial entre os estrangeiros. A única exceção está entres os que moram na Colômbia, entre esses, 90% avaliam positivamente a organização do evento.
A organização da Copa e a segurança pública superaram as expectativas dos estrangeiros. Já, as opiniões sobre a mobilidade urbana e o sistema de comunicação do país ficaram divididas. Para a maioria (60%), a segurança pública do Brasil foi melhor do que o esperado, principalmente, entre os que moram na Inglaterra (72%). Para 34%, ficou dentro do que esperavam, para 4% foi pior (entre os que moram no México chega 13%), e 2% não souberam responder.
A organização da Copa foi melhor do que o esperado para 51%, foi dentro do que era esperado para 39%, e pior, para 8%. Entre os estrangeiros que moram no México a decepção foi maior, para 26% a organização foi pior do que a expectativa.
Já, a mobilidade urbana foi melhor do que o esperado para 46% (entre os residentes na Colômbia alcança 57%), dentro do esperado para 40% e pior para 11% (entre os residentes no México alcança 25%). O sistema de comunicação (incluindo telefonia e acesso à internet) foi o item pesquisado com avaliações mais divididas. Para 24%, o sistema de comunicação superou as expectativas (entre os que moram na Alemanha chega a 42%), mesmo índice dos que declararam que foi pior (entre os que moram na Colômbia chega a 37% e entre os que moram no México, 36%), para 31%, foi dentro do esperado e 21% não souberam responder.
A maioria assistiu (69%) pelo menos um jogo nos estádios. Desses, 22% declararam terem visto a uma partida, 16% duas, 12% três, e 20%, quatro ou mais partidas. A média de jogos assistidos no estádio pelos estrangeiros ficou em dois jogos. Entre os turistas que vivem na Alemanha, Austrália, México e Noruega a média de jogos sobe para três (cada um). Dos estrangeiros que não assistiram nenhum jogo no estádio (31%), os que vivem na Argentina se destacam (entre eles a taxa alcança 48%). Menos instruídos, mulheres e mais jovens são outros destaques - entre esses segmentos, respectivamente, 51%, 39% e 39% não foram aos estádios ver algum jogo.
Dos entrevistados que foram aos estádios assistir pelo menos um jogo, o conforto e a segurança foram os itens pesquisados melhor avaliados, com 92% de ótimo ou bom (cada um).
A qualidade dos transportes até o estádio também foi bem avaliada, com 76% de aprovação. Para 14%, a avaliação foi regular, para 6%, ruim ou péssima e 5% não souberam responder. Entre os entrevistados que moram na Colômbia e na Argentina, as taxas de aprovação são mais altas e alcançam, respectivamente, 87% e 83%.
Enquanto, os itens refeições nos estádios e sistema de comunicação das arenas (incluído telefonia e acesso à internet) foram os piores avaliados, com taxas de aprovação de, respectivamente, 42% e 39%. A taxa de regular ficou igual, em 19% para ambos os itens, e a de reprovação alcançou, respectivamente, 17% e 22%. Esses itens apresentaram as taxas mais altas de não sabe, com 23% e 20% de menções.
A avaliação negativa do sistema de comunicação foi mais alta entre os que residem na Argentina, 29%. Já, a reprovação às refeições servidas nos estádios é maior entre os que residem nos EUA, 26%. De maneira geral, entre os que avaliam negativamente à organização geral da Copa, a reprovação de cada item ficou acima da média.
Em sua estadia no Brasil, sete a cada dez entrevistados (71%) não presenciaram protestos contra o evento esportivo. Dos que notaram as manifestações (29%).
Quando perguntados se presenciaram ou ficaram sabendo de manifestações contrárias à Copa no país, 63% afirmam positivamente e 37% negativamente. Dos que presenciaram ou ficaram sabendo, 43% declararam que as manifestações foram pacíficas e 19% que foram violentas.
95% aprovam a hospitalidade dos brasileiros
Nove a cada dez entrevistados têm a opinião de que o brasileiro é simpático e receptivo. Para comparar esses dados, o Datafolha elaborou um índice de avaliação de nove itens, cujo objetivo foi medir o sentimento dos entrevistados com relação aos brasileiros e com relação aos serviços do país. O índice é calculado subtraindo‐se a taxa de menções negativas (ruim/péssimo) da taxa de menções positivas (ótimo/ bom), para evitar números negativos soma‐se 100 aos resultados. Índices acima de 159 pontos são considerados positivos e abaixo, negativos.
Dos nove itens levantados, em seis os estrangeiros ficaram satisfeitos, com destaque para a hospitalidade dos brasileiros, o melhor avaliado. Os três itens reprovados foram aqueles relacionados ao custo de serviços.
A hospitalidade dos anfitriões da Copa alcançou 194 pontos e foi avaliada como ótima ou boa por 95%. Vieram a seguir, a qualidade das atrações turísticas, com 183 pontos e avaliação positiva de 84% (entre os que moram na Colômbia chega a 93%), a diversidade das atrações turísticas, com 181 pontos e avaliação positiva de 83% (entre os que moram no Chile chega a 91%), e a segurança, com 179 pontos e avaliação positiva de 82% (entre os que moram na Colômbia chega a 88%).
A maioria dos turistas também avaliou positivamente a qualidade do transporte aéreo (172 pontos e 76% de aprovação) e a qualidade do setor hoteleiro do país (160 pontos e 64% de aprovação).
Já os itens custo das atrações turísticas, custo do transporte aéreo e custo do sistema hoteleiro tiveram avaliações positivas menores, respectivamente, 48%, 45% e 32%. Avaliaram negativamente o custo do sistema hoteleiro 27%, a taxa mais alta de todos os itens, 18% o custo do transporte aéreo e 15% o custo das atrações turísticas - entre os residentes na Austrália, 43% avaliaram negativamente o custo do sistema hoteleiro.