Falta de segurança é maior motivo de insatisfação dos paulistanos

DE SÃO PAULO

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A segurança é o aspecto de maior insatisfação na vida dos paulistanos, à frente de outros como lazer, busca por direitos e bairro do domicílio, que também desapontam a população da capital. Do outro lado, entre as coisas que tornam melhor o cotidiano, estão aspectos mais pessoas, como o relacionamento com família, amigos, parentes, e a religiosidade de cada um. Quando se trata de serviços demandados, a maior insatisfação é com o atendimento em hospitais públicos e com o serviço de telefonia celular.

De forma geral, porém, o paulistano está insatisfeito, revela a pesquisa inédita realizada pelo Instituto Datafolha para medir a satisfação dos moradores com aspectos sociais, pessoais e cotidianos da vida, assim como sua relação com serviços necessários para sua convivência na maior metrópole do país.

As opiniões acerca destes temas resultaram em dois índices, o primeiro deles reunindo os aspectos relacionados à vida pessoal, o Índice de Insatisfação com a Vida, e o outro abrangendo a relação com serviços do dia a dia, o Índice de Insatisfação com Serviços..

INSATISFAÇÃO COM A VIDA

Para construir o Índice de Insatisfação com a Vida, o Datafolha reuniu indicadores de expectativa e satisfação para temas abrangendo, primeiramente, questões relacionadas à vida cotidiano, tais como segurança, saúde, trabalho, relacionamento interpessoal, religiosidade e lazer, entre outros.

Os entrevistados foram então questionados sobre a satisfação com cada um destes itens, pensando em uma escala de 0 a 100 onde 0 significa MUITO PIOR e 100 significa MUITO MELHOR do que você esperava. Para dimensionar o peso de cada um destes aspectos na vida dos paulistanos, eles também responderam sobre a importância, também pensando em escala de 0 a 100 onde 0 significa NADA IMPORTANTE e 100 significa MUITO IMPORTANTE para a própria vida.

A diferença entre a importância atribuída e a satisfação resultou no Índice de Insatisfação. Quanto maior a diferença entre o peso atribuído e a satisfação alcançada, maior a insatisfação. Essa metodologia permite que aspectos pouco valorizados pessoalmente pelos respondentes contribuam menos para sua insatisfação caso não tenham sido alcançadas.

De forma geral, o Índice de Satisfação médio do paulistano ficou em 18 pontos. Dos 27 aspectos pesquisados, três (realização pessoal, casa onde mora e qualidade do sono) ficaram alinhados a essa média. Outros 12 registram insatisfação abaixo da média, com destaque para os relacionamentos com as pessoas com quem mora (6 pontos), relacionamentos com amigos (7 pontos), relacionamentos com familiares (8 pontos), religiosidade (9 pontos) e condições mentais para a tarefa do dia a dia (9 pontos). Na outra ponta, há 11 aspectos com insatisfação acima da média, com destaque para a segurança para andar pelas ruas da cidade, que gera a maior insatisfação entre os paulistanos. Em seguida, em ordem decrescente, aparecem a busca por direitos (29 pontos), atividades de lazer (29 pontos), a situação financeira individual (26 pontos), o bairro onde mora (25 pontos) e a qualidade do transporte que mais utiliza (24 pontos).

INSATISFAÇÃO COM SERVIÇOS

Além da insatisfação com aspectos da vida pessoal, o Datafolha também mediu a relação dos paulistanos com diversos, medindo primeiramente a adesão ou posse de itens como TV por assinatura, automóvel para uso próprio, plano de saúde, seguro residencial e escola dos filhos, tanto particular como pública. Após essa etapa, a pesquisa seguiu a metodologia adotada registrar a satisfação com a vida, medindo tanto a importância quanto o nível de satisfação.

A média de insatisfação com os serviços do dia a dia entre os paulistanos é de 14 pontos. Ficam alinhadas a este nível de satisfação os serviços de conta bancária e manutenção do automóvel, também com 14 pontos. Em um patamar superior de insatisfação ficaram quatro serviços, com destaque para atendimento em hospital público (32 pontos) e qualidade do serviço de telefonia celular (26 pontos). A qualidade da escola particular dos filhos tem o menor grau de insatisfação (0 ponto, ou seja, tem o nível de satisfação que dela se espera). É valido ressaltar, no entanto, que apenas 9% dos paulistanos adultos têm filhos em escolas particulares, enquanto 29% tem filhos em escolas públicas. No caso destas últimas, o nível de insatisfação atinge 19 pontos, o terceiro maior da escala.