Reprovação ao governo Dilma atinge 62% e é mais alta desde Collor

DE SÃO PAULO

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Pela primeira vez desde que assumiu a Presidência da República, em janeiro de 2011, Dilma Rousseff enfrenta a insatisfação da maioria da população com seu governo. Atualmente, 62% dos brasileiros com 16 anos ou mais avaliam a gestão da petista como ruim ou péssima, 13% a consideram ótima ou boa, e para 24% é regular.

A avaliação negativa do governo Dilma, acima de 60%, é comparável à enfrentada por Sarney (pesquisas em 10 capitais durante o mandato do maranhense mostravam índices negativos de 62% a 68% entre março de 1988 e janeiro de 1990) e por Fernando Collor (68% avaliavam seu governo como ruim ou péssimo no início de setembro de 1992, pouco antes de Collor ser impedido de exercer a Presidência da República).

No pior momento de sua administração, Fernando Henrique Cardoso também se aproximou desse patamar (o governo do peessedebista foi avaliado como ruim ou péssimo por 56% em setembro de 1999). Durante o governo Lula, a taxa mais alta de reprovação foi registrada em dezembro de 2005 (29%).

Na comparação com pesquisa realizada em fevereiro, a taxa de aprovação ao governo Dilma Rousseff caiu pela metade (de 23% para 13%), enquanto a reprovação saltou de 44% para os atuais 62%. A taxa de avaliação regular passou de 33% para 24% nesse período.

Houve queda em todos os segmentos analisados, e atualmente a petista enfrenta os índices mais altos de rejeição a seu governo entre os eleitores com escolaridade média (66%), entre aqueles com renda mensal familiar de 2 a 5 salários mínimos (66%), na fatia dos que possuem renda de 5 a 10 mínimos (65%), nas regiões Sudeste (66%) e Centro-Oeste (75%), e em cidades com mais de 200 mil habitantes (66%). A taxa de aprovação mais alta da petista é registrada na região Norte (21%). No Nordeste, fica em 16%.

De 0 a 10, a nota média atribuída ao desempenho da presidente Dilma Rousseff nos seus quatro anos e três meses de governo é 3,7. Na pesquisa de janeiro, a nota média era 4,8.

A avaliação do Congresso Nacional também é negativa: 50% consideram o desempenho dos deputados e Senadores da alual legislatura ruim ou péssimo, e somente 9% avaliam o desempenho como ótimo ou bom. Para 36%, o trabalho dos congressistas é regular, e 5% não opinaram sobre o assunto.

Na série histórica do Datafolha sobre o desempenho de deputados e Senadores, o índice de reprovação atual só é comparável aos registrados em novembro de 1993 (56%) e dezembro do mesmo ano (55%), época em que denúncias contra congressistas deram origem ao episódio que ficou conhecido como "escândalo dos anões do orçamento". Na comparação com a avaliação mais recente do Congresso, realizada em dezembro de 2014, a reprovação subiu (era de 32%), enquanto as taxas de aprovação e de avaliação regular caíram (eram de 17% e 42%, respectivamente).

Entre os brasileiros com ensino superior, 61% reprovam o trabalho dos congressistas, índice que chega a 63% entre aqueles com renda mensal entre 5 e 10 salários e a 65% na fatia dos que possuem renda superior a 10 salários. Entre os que avaliam o governo Dilma como ótimo ou bom, 27% também aprovam o desempenho dos membros do Congresso. No Norte, a aprovação ao trabalho de deputados e Senadores fica acima da média (14%),