Por Lava Jato, maioria quer abertura de processo contra Dilma Rousseff

DE SÃO PAULO

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Três em cada quatro (75%) brasileiros apoiam as manifestações contra o governo da presidente Dilma Rousseff que vêm ocorrendo em várias cidades brasileiras. Apenas 19% declaram ser contra os protestos, e 5% não responderam. Os protestos têm apoio acima da média entre aqueles que estudaram até o ensino médio (81%), e abaixo da média entre os que possuem escolaridade fundamental (68%).

Para 57%, a presidente Dilma Rousseff sabia da corrupção na Petrobras e deixou que ela ocorresse, índice ligeiramente abaixo do verificado em março (61%), mas acima do registrado em fevereiro (52%). A fatia dos que avaliam que ela sabia da corrupção porém não poderia fazer nada para evita-la é de 26% (ante 23% em março), e para 12% a presidente não sabia da corrupção na estatal.

Considerando tudo o que se sabe até o momento sobre a Operação Lava Jato, a maioria dos brasileiros (63%) avalia que o Congresso Nacional deveria abrir um processo de impeachment para afastar Dilma Rousseff da Presidência da República. São contrários à abertura 33%, e 4% não souberam responder. Entre os mais escolarizados, fica abaixo da média o índice dos que apoiam a abertura do processo de impeachment da presidente (52%), assim como entre os mais ricos (51%) e os mais velhos (52%).

No Centro Oeste, 73% são favoráveis à abertura de um processo para afastar Dilma, ante 54% de apoio no Nordeste. Na parcela dos que declaram ter votado na petista no 2º turno da última eleição presidencial, 43% acreditam que o Congresso deveria abrir processo de impeachment contra a petista. Entre os que votaram em Aécio, o índice chega a 79%.

A maioria (64%), porém, avalia que Dilma não será afastada da Presidência da República, e os demais se dividem entre aqueles que acreditam que ela será afastada (29%) e os que não opinaram sobre o assunto (7%). A avaliação de que Dilma será afastada tem índices acima da média entre os menos escolarizados (36%), entre os mais pobres (35%), na parcela de brasileiros com idade entre 45 a 59 anos (34%) e entre moradores da região Norte (34%). Entre os mais escolarizados, apenas 16% acreditam em afastamento da petista.

Em agosto de 2005, o Datafolha consultou os brasileiros sobre a abertura de processo de impeachment contra Lula por causa de denúncia de corrupção no governo federal - à época, o caso do mensalão tinha seus primeiros desdobramentos. Naquela pesquisa, 63% apontavam que o Congresso Nacional não deveria abrir processo para afastar Lula da Presidência da República, enquanto 29% acreditam que deveria, e 9% não tinham opinião a respeito. A maioria (73%) também acreditava que o petista não sofreria impeachment, e os demais acreditavam que ele sairia (17%) ou não opinaram (10%).

Quatro em cada dez brasileiros (39%) não sabem responder espontaneamente sobre quem assumiria a Presidência da República caso Dilma Rousseff fosse afastada do cargo. As menções genéricas ao vice-presidente, sem apontar nome, somam 29%, e só então aparece Michel Temer, citado por 13%, mesmo patamar de Aécio Neves (12%). Há ainda 3% que citaram Lula,1% que mencionam Marina Silva, e 5%, nomes diversos que não atingiram 1%.

Entre os mais jovens, 18% apontam Aécio Neves, e somente 9%, Michel Temer. Entre as mulheres, 46% não souberam citar quem assumiria a Presidência da República no lugar de Dilma Rousseff. Esse índice também fica acima da média entre os menos escolarizados (52%), na parcela dos mais velhos (48%) e entre os mais pobres (48%). No segmento dos mais escolarizados, 43% mencionaram o vice-presidente, sem especificar nome, e 27% citaram Michel Temer.

Questionados sobre quem é o vice-presidente do Brasil, a maioria (63%) declarou desconhecimento, e 36% mencionaram corretamente o nome de Michel Temer. Entre os mais jovens, 72% não souberam responder quem é o vice-presidente do país, índice que vai a 79% entre os menos escolarizados, e fica em 76% entre os mais pobres.

Aécio e Lula dividem liderança em simulação de nova eleição presidencial

Se houvesse uma nova eleição presidencial hoje e os candidatos fossem Aécio Neves, Lula, Marina Silva (PSB) Joaquim Barbosa, Luciana Genro e Eduardo Jorge, o tucano teria 33% das intenções de voto, em situação de empate técnico com o ex-presidente petista (29%). Em seguida, também empatados, apareceriam Marina Silva (14%) e Joaquim Barbosa (13%), e em um patamar mais baixo, Luciana Genro (2%) e Eduardo Jorge (1%). Uma fatia de 6% não votaria em nenhum deles, e 3% não souberam responder.

Na parcela dos menos escolarizados, Lula levaria vantagem sobre Aécio (40% a 32%), enquanto entre os mais escolarizados o tucano (com 30%) ficaria à frente de Joaquim Barbosa (25%) e do petista teria (17%). Lula tem melhor desempenho no Nordeste (44%, ante 24% de Aécio), enquanto o tucano se destaca no Sul (41%, ante 22% do petista), no Centro Oeste (35%, ante 22% de Lula) e na região Norte (43%, ante 23% de Lula).

Entre os que declaram ter votado em Dilma no 2º turno da eleição de 2014, 51% votariam em Lula, 15%, em Aécio, e 13%, em Marina Silva. Na parcela do eleitorado que votou no tucano, 59% repetiriam a escolha, e os demais se dividiriam entre Barbosa (17%), Marina (12%) e Lula (6%).