19% de ativistas pró-impeachment esperam gestão Temer positiva

DE SÃO PAULO

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Com público majoritariamente masculino (58%), de nível de escolaridade superior (81%) e idade média de 48 anos, o protesto pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) que aconteceu na Avenida Paulista neste domingo, 13, repetiu tendências registradas em outros protestos, convocados com o mesmo objetivo, ao longo de 2015. Entre os temas que mais unem os manifestantes está a aversão ao governo Dilma, porém o sucesso de um governo liderado pelo seu vice, Michel Temer (PMDB), divide a opinião dos que foram pedir a saída da petista.
Para 98% dos manifestantes, Dilma faz um governo ruim ou péssimo, e para 2% é regular.

O impeachment da presidente também tem amplo apoio: 96% são a favor de que os deputados federais, que atualmente analisam o pedido de afastamento de Dilma, votem a favor da saída da petista. Os demais se dividem entre os que acreditam que os deputados devem votar contra (3%) e os que não opinaram (1%).

Questionados se acreditam que Dilma será afastada, 78% avaliaram que sim, será afastada. Para 15%, ela não será afastada, e 8% não souberam opinar. Esse índice subiu em relação a outras pesquisas realizadas em manifestações contra Dilma ocorridas na Paulista neste ano. Em abril, 44% acreditavam que a petista seria afastada, e em agosto, eram 49%.
A saída de Dilma por meio de renúncia é defendida por 87%, e 11% acreditam que ela não deveria renunciar, além de 1% que não opinou.

Sobre a cassação do mandato de Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados investigado por envolvimento em casos de corrupção, a maioria (91%) apoia, e 6% são contra cassar o peemedebista. Há ainda 2% que têm opinião sobre o assunto, e 1% é indiferente à questão.

Dois em cada três manifestantes (66%) citam espontaneamente Michel Temer (PMDB) como sucessor de Dilma, caso ela seja afastada, e 15% mencionam o cargo de vice-presidente, sem especificar um nome. Uma fatia de 9% não soube citar nenhum nome, 3% disseram que haveria novas eleições, 1% mencionou Aécio Neves (PSDB), e outro 1%, o deputado federal Tiririca (PR), entre outros com menor percentual.

Consultados diretamente, em outra questão, sobre o nome do atual vice-presidente, 95% citaram corretamente Michel Temer, e 5% não souberam responder.
Caso Dilma Rousseff seja afastada e Temer assuma a Presidência da República, 19% dos manifestantes preveem que ele fará um governo ótimo ou bom, e para 28% a gestão do peemedebista será ruim ou péssima. A parcela mais significativa (47%), contudo, avalia que Temer fará um governo regular.

A comparação com o atual governo, porém, é benéfica a Michel Temer, caso ele assuma a presidência. Para 72%, ele faria uma gestão melhor do que Dilma, e 21% acreditam que faria um governo igual. Para 4%, um eventual governo Temer seria pior do que a administração atual, e 3% não opinaram.

Seis em cada dez (58%) manifestantes eram homens, e a idade média dos presentes era de 48 anos. A faixa etária mais representativa era formada pelos que tinham 51 anos ou mais (47% dos manifestantes), e 30% tinham de 36 a 50 anos. Apenas 7% tinham até 25 anos, e 16%, de 26 a 35 anos. A fatia dos que possuem nível superior de escolaridade abrangia 81%, e os demais tinham nível médio (16%) ou fundamental (4%). A maioria (82%) fazia parte da PEA (População Economicamente Ativa), com destaque para assalariados registrados (30%), empresários (15%), autônomos regulares (13%) e funcionários regulares (7%). Entre os que que não faziam parte da PEA, destacou-se a presença de aposentados (13%). Os brancos formavam 80% desse público, e 12% eram pardos, segundo o critério de autoclassificação usado para registrar a cor dos participantes. Apenas 2% se declararam pretos, outros 2%, amarelos, e 1%, indígenas.

Um em cada quatro participantes (26%) tinha renda mensal familiar de até 5 salários mínimos, e fatias similares detinham renda de 5 a 10 salários (25%) e de 10 a 20 salários (26%). A parcela mais rica, com renda superior a 20 salários, somava 18%, e 6% recusaram ou não souberam informar a renda mensal da família.

Geograficamente, a região Sul da cidade de São Paulo tinha o maior número de representantes (37%), seguida por Centro (15%), Oeste (14%), Leste (8%) e Norte (7%), além de 19% que eram de outras cidades.

Em relação à preferência partidária, 55% disseram não ter afinidade com nenhum partido, 30% apontaram o PSDB, e 5%, o Partido Novo. Ampla maioria (90%) também não foi participava de nenhum dos grupos que organizou a manifestação, e entre os que disseram participar os mais citados foram Vem Pra Rua (4%), MBL (1%) e Revoltados (1%), e entre outros com percentual inferior a 1%.