Otimismo com economia eleva confiança dos brasileiros

DE SÃO PAULO

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O Índice Datafolha de Confiança (IDC) voltou a melhorar e registrou 98 pontos, a melhor pontuação desde dezembro de 2014, quando era de 121 pontos. Este é o terceiro levantamento consecutivo que o índice apresenta melhora (era 76 pontos, em março de 2015, 80 pontos, em novembro de 2015, e 87 pontos, em fevereiro deste ano). O resultado se deve à melhora nas expectativas econômicas com o país e pessoal, dos sete indicadores que compõem o IDC, em cinco houve melhoras e em dois, pioras.

Este foi o primeiro levantamento após o impedimento de Dilma Rousseff (PT).

Elaborado pelo Datafolha com o objetivo de medir o sentimento dos brasileiros em relação ao país, bem como a evolução ao longo do tempo desse sentimento e dos aspectos cobertos pelo índice, o IDC leva em conta as seguintes categorias:

ÍNDICE DATAFOLHA DE CONFIANÇA

  • Avaliação do Brasil enquanto lugar para se viver
  • Orgulho ou vergonha de ser brasileiro
  • Expectativa da situação econômica do entrevistado
  • Expectativa da situação econômica do país
  • Expectativa do poder de compra
  • Expectativa de desemprego
  • Expectativa de inflação

Para cada uma destas questões, consideraram-se apenas as avaliações positivas e negativas (são excluídas do cálculo as avaliações regulares e não respostas), subtraindo-se a taxa de menção positiva da taxa de menção negativa e somando 100 (para evitar números negativos). O índice geral e os subíndices para cada categoria apresentam valores que variam de 0 a 200.
A partir desse cálculo, o IDC registrou média de 98 pontos. Ficaram acima da média a avaliação do Brasil como lugar para se viver, com 145 pontos (era 158 pontos em fevereiro), o orgulho ou vergonha de ser brasileiro, com 138 pontos (era 146 pontos), a expectativa da situação econômica pessoal, com 145 pontos (era 128 pontos) e a expectativa da situação econômica do país, com 112 pontos (era 78 pontos). Abaixo da média ficaram as expectativas quanto ao poder de compra do salário, com 54 pontos (era 44 pontos), ao desemprego, com 50 pontos (era 33 pontos) e à inflação, com 40 pontos (era 22 pontos).

Observa-se na comparação com o último IDC, de fevereiro passado, que a avaliação do Brasil como lugar para se viver e o sentimento de orgulho de ser brasileiro foram os únicos indicadores que apresentaram quedas e alcançaram as pontuações mais baixas de toda a série histórica. Enquanto os demais indicadores (macroeconômicos) melhoraram e alcançaram as pontuações mais altas desde dezembro de 2014.

Análise de cada questão que compõe o IDC

A avaliação positiva do Brasil como um lugar bom para se viver recuou de 61% para 53%, a avaliação regular passou de 23% para 27% e a avaliação negativa, de 16% para 20%. O mesmo ocorreu com relação ao sentimento de orgulho ou vergonha de ser brasileiro. A taxa de mais orgulho do que vergonha de ser brasileiro recuou de 71% para 67% e a taxa de mais vergonha do que orgulho subiu de 26% para 30%.

Já, quanto às expectativas macroeconômicas para a inflação, para o desemprego e o poder de compra o otimismo cresceu.

A expectativa de aumento dos preços seguiu diminuindo, foi de 72% (em fevereiro) para 60% - melhor índice desde dezembro de 2014. Já, a expectativa da queda da inflação para os próximos meses cresceu de 9% para 15% - índice mais alto desde dezembro de 2014 - e a taxa dos que acreditam que a inflação ficará igual passou de 15% para 20%. O índice de entrevistados que não souberam responder oscilou de 3% para 4%.

A mesma tendência é observada quanto à expectativa do desemprego. A taxa dos que acreditam que o desemprego irá aumentar voltou a recuar, no período passou de 71% (em fevereiro) para 60% - melhor índice desde dezembro de 2014. Já, a taxa dos que têm a expectativa que o desemprego será menor nos próximos meses cresceu de 14% para 20% - melhor índice desde o último mês de 2014 - e a taxa de entrevistados que acreditam que o desemprego irá ficar como está passou de 13% para 18%. O índice de entrevistados que não souberam responder permaneceu em 3%.

Quanto ao poder de compra, a expectativa de aumento do poder de compra dos salários vem crescendo, passou de 13%, em novembro, para 17%, em fevereiro e, agora alcançou 19% - o índice mais alto desde dezembro de 2014. Já, a taxa de entrevistados que esperam pela redução do poder de compra seguiu tendência inversa: era 67%, em novembro, 60%, em fevereiro, e agora, 52%. A taxa de entrevistados que acreditam que o poder de compra irá ficar como está passou de 20% (em fevereiro) para 24% e a dos que não souberam responder, de 3% (em fevereiro) para 5%.

As expectativas otimistas com a situação econômica pessoal e do país também melhoraram no período.

A expectativa de melhora da situação econômica do próprio entrevistado alcançou o melhor resultado no ano, 47% (era 43% em fevereiro). Esta é a quinta melhora consecutiva e o melhor índice desde dezembro de 2014. Enquanto, a taxa dos que têm expectativa que a situação econômica piorará recuou de 24% para 18% - a mais baixa desde o fim de 2014 - e a taxa dos que têm a expectativa que ela ficará igual oscilou de 30% para 31%. Não responderam são 3% (era 2%).

O mesmo ocorre com a expectativa com a situação econômica do país. A expectativa que a situação econômica do país irá melhorar vem crescendo e passou de 28%, em fevereiro, para 38% - o melhor índice desde outubro de 2014 e a quarta melhora consecutiva. Para 30%, a situação econômica do país irá piorar (era 44% em fevereiro) - melhor índice desde dezembro de 2014 e quinto recuo consecutivo -, e para 27%, ficará igual (era 25%). Não responderam são 4% (mesmo índice anterior).